38 policiais militares foram assassinados no Pará em 2012

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup) contestou os números da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar (ACSPMP) que apontou um total de 38 PMs mortos somente este ano no Pará. De acordo com o órgão estadual, de janeiro até o início de setembro, 21 policiais militares morreram, sendo que cinco deles já não exerciam mais a função – estavam na reserva ou já eram reformados e outros na junta de saúde. Dos demais 16 PMs mortos, oito deles estavam de serviço e o restante de folga. O Subcomandante da PM Coronel Valci Queiroz destacou que nem todos os óbitos foram motivados por execução, conforme alegou a ACSPMP. Tiveram militares que sofreram morte natural, outros em acidente de trânsito. “As informações da Associação não coincidem com os dados oficiais”, reforçou o Subcomandante.

Para o coronel, os números oficiais que a Segup possui devem ser os mesmos que foram repassados pela PM. “São dados obtidos pela Seção de Inteligência Estratégica da corporação”, frisou Valci. A preocupação do oficial ao informar os dados é justamente esclarecer a sociedade sobre o que provocou o óbito dos militares, pois nem todos os homicídios foram motivados pelo crime de execução (acerto de contas) por bandidos, tal como chegou a ser noticiado.

“A gente dá mais destaque para o caso dos policiais que morreram quando estavam em serviço e também de folga, uma vez que eles estão submetidos ao controle de serviços da corporação”, atentou o cel. Valci. Para a PM, que tem o controle das escalas de serviços, até o momento em que o policial larga o expediente, e vai para casa, faz parte da administração da instituição.

PMS MORTOS EM SERVIÇO

Do total de oito policiais que morreram em serviço, três deles faleceram em acidente de trânsito. “Uma morte aconteceu em Marabá, outra em Igarapé-Miri e a terceira no centro de Belém”, ressaltou o cel. Queiroz. Um quarto PM que morreu em serviço este ano, atuava como Policial Rodoviário Estadual, em Xinguara, sul do Pará. “Ele sofreu uma ataque cardíaco quando estava no posto”, informou o subcomandante.

Em relação aos homicídios, o último caso recente foi o do policial Ronaldo Silva, o “Rossi”, no distrito de Outeiro. Até então, esta foi a única morte motivada por acerto de contas, este ano. Outros dois PM morreram assassinados, mas em confronto direto com bandidos. “Um desses casos foi o do soldado Calandrini, em Portel. Outro foi de policial em Mojú”, esclareceu o Subcomandante da PM.

O quarto policial militar que morreu em serviço foi o Sargento PM Célio Queiroz, em consequência de um tiro que recebeu durante o assalto a uma agência bancária, em Santana do Araguaia, em setembro do ano passado.

PMS MORTOS DE FOLGA

De janeiro a setembro deste ano, o número de policiais que morreram quando estavam de folga chegou a oito. Três deles foram executados. “Um óbito se deu por causa de uma rixa entre o policial e a pessoa que o executou. Outro morreu por vingança e o terceiro por um acerto de contas no qual não ficou provado se foi com bandido – pode ter sido por problema familiar ou profissional”, destacou o subcomandante da PM.

Nestas estatísticas também entram dois casos de PMs que morreram vítimas de latrocínio (assalto seguido de morte), a de um policial que reagiu a um assalto e de um quarto militar assassinado quando tentou intervir homicídio de terceiros. “Este caso aconteceu em Santa Izabel”, acrescentou o cel. Valci.

O último caso foi o de um PM que morreu em um acidente de trânsito.

Em relação aos números fornecidos pela ACSPMP, o coronel Valdeci comentou que é importante que a entidade informasse quais são os casos desses policiais militares mortos. “Estes números (38 PM mortos) não coincidem com os dados oficiais”, comparou.

“A gente dá mais destaque para o caso dos policiais que morreram quando estavam em serviço e também de folga, uma vez que eles estão submetidos ao controle de serviços da corporação”.

Coronel PM Valci Queiroz

A causa das mortes de PMS este ano:
Policiais mortos em serviço/folga:
n 4 acidentes de trânsito;
n 4 execuções;
n 2 em confronto direto com os bandidos;
n 2 latrocínios;
n 1 ataque cardíaco;
n 1 reagiu a assalto;
n 1 de intervenção em homicídio de terceiros;
n 1 em consequência de um baleamento
Total: 16

Outros PMS:

n 2 da reserva remunerada;
n 1 reformado;
n 2 junta de saúde
Total: 5

Fonte: Ascom/PMPA