Frango fecha o ano dos paraenses com reajuste de 31%
O ano mal começou e os preços de alimentos básicos na mesa dos paraenses já estão elevados. Um desses produtos é o frango. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), o frango atingiu em 2010 o seu valor mais alto em quase 16 anos, fechando o ano com um reajuste de 31%. Com isso, a cesta básica dos paraenses acabou ficando uma das mais caras do país, comprometendo quase metade do salário mínimo.
Os preços nos principais supermercados de Belém têm alcançado cifras acima de R$ 5,00 o quilo do frango resfriado. Segundo o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Carlos Xavier, essa elevação nos preços se deu por causa do aumento nos custos dos grãos que abastecem 70% do consumo da avicultura no Estado.
“Apesar do Pará ser o maior produtor de frango da Amazônia, os grãos que vêm de fora têm atingido os valores regionais”, comentou Xavier. Ele ainda afirma que, além dos grãos, a estrutura das estradas encareceu o frete e o aumento da demanda também influenciou nesse aumento.
Por conta dos preços elevados, os consumidores mostram-se insatisfeitos e buscam formas de substituir este alimento. Esse é o caso da dona de casa Rosilene Rocha, 33 anos, que preferiu reduzir a quantidade de frango que leva nas suas compras do mês. “Comprava mais. Mas agora tento substituir pelo que estiver mais barato. A carne ou o peixe”.
Essa insatisfação tem refletido nas vendas do produto. O presidente em exercício da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), José Oliveira, afirma que as vendas caíram em quase todas as redes. “O preço do frango subiu, assim como a carne e o peixe. O consumidor não tem para onde correr”. Ele ainda comenta que o frango ainda continua sendo a melhor opção para o consumidor por causa dos valores que subiram muito.
O Dieese estima que hoje o consumo per capita do paraense seja de 17 quilos de frango ao ano e do belenense de 30 quilos ao ano. A comercialização maior de frango na capital é do vivo, que chega a quase 60%. O restante fica dividido entre o frango resfriado e o congelado.
Diário do Pará