Operação contra a cúpula do jogo do bicho apreende computadores e documentos na sede da Liesa
A Polícia Civil faz uma megaoperação contra a cúpula do jogo do bicho nesta quinta-feira em vários pontos do Rio, Baixada Fluminense, Niterói e em Salvador. A sede da Liga Independentes das Escolas de Samba (Liesa), no Centro do Rio, também foi alvo da ação, a uma semana do carnaval. Os policiais apreenderam no local computadores e vários malotes com documentos. A operação conta com agentes da Corregedoria Interna da Polícia Civil, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Além da sede da Liesa, os agentes já estariam em imóveis dos contraventores Luiz Pacheco Drummond, o Luizinho Drummond; e Ailton Guimarães Jorge, o capitão Guimarães. Segundo o site G1, os policiais chegaram ao prédio do capitão Guimarães por volta das 6h, mas não puderam entrar porque não havia ninguém no apartamento. Os policiais acionaram um chaveiro para abrir o imóvel. A ação teria sido deflagrada depois que a Corregedoria teria analisado documentos apreendidos durante a operação Dedo de Deus – que prendeu 60 pessoas em dezembro de 2011 – e descobriu o nome de outros envolvidos com o jogo do bicho. Mandados de busca e apreensão também são cumpridos na sede de uma empresa em Salvador. Ainda não há informações sobre presos ou materiais apreendidos.
Contraventores foram condenados em dezembro do ano passado
Três grandes contraventores do Rio foram condenados criminalmente em dezembro do ano passado. Na ocasião, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal, condenou Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, ex-presidente da Liesa; Aniz Abrahão David, o Anísio da Beija-flor; e Antonio Petrus Kalil, o Turcão, a 47 anos e nove meses de prisão, e atribui ao trio o comando de uma organização criminosa com centenas de integrantes. Anísio, doente, cumpre prisão domiciliar em seu apartamento na Avenida Atlântica, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Já Turcão e Guimarães estariam foragidos.
Na sentença, a magistrada ressalta que o bando, além de corromper inúmeros agentes públicos – entre eles policiais e magistrados – também financiou campanhas políticas em nível estadual e federal.
— A organização criminosa à qual pertencem os condenados conta com centenas de participantes, rígida hierarquia, divisão de trabalho, compartimentalização e intensa conexão com o Estado, seja através da corrupção de inúmeros agentes públicos, dentre policiais e magistrados, até a sua interface com a política, através do financiamento de campanhas políticas para o executivo e legislativo federal e estadual. O grau de organização da quadrilha é impressionante, com escritório montados para a exclusiva prática de corrupção — descreve a magistrada.
Além dos três integrantes da cúpula do jogo do bicho, citada na sentença como “Clube Barão de Drummond”, a juíza condenou outras 19 pessoas, entre elas empresários, advogados e policiais federais. As penas variam de dois a 40 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção.
Fonte: O Globo
Isso só funciona pra lá, em Monte Alegre, o jogo do bicho rola é solto e não acontece nada.