Hospitais de Santarém não suportam demanda de pacientes renais
A demanda crescente de portadores de doenças crônicas renais preocupa os setores de nefrologia do Pronto Socorro Municipal (PSM) e do Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará (HRBA). O diretor-clínico do Serviço de Nefrologia do PSM, Dr. Rodrigo Rodrigues, alerta que nos dois hospitais existem 130 pacientes em tratamento, o que para suportar a demanda da região Oeste do Pará seriam necessárias mais 250 vagas nas sessões de hemodiálise.
De acordo com o médico Rodrigo Rodrigues, a prevalência no Brasil é de 400 pacientes em hemodiálise para cada 01 milhão de habitantes, onde nos 20 municípios que compõem a região Oeste do Pará existe a totalidade da demanda, porém, os serviços dos dois hospitais em Santarém estão lotados, não tendo mais vagas para admitir novos portadores da doença tanto no PSM quanto no HRBA.
“Era pra termos 400 pacientes em hemodiálise na região, mas só temos 130 com os dois serviços lotados, não tendo mais vagas. Esses pacientes são colocados em lista de espera e controle que é enviada para a central de regulação, onde atualmente existem 15 pessoas esperando a vaga”, informa Dr. Rodrigo.
Segundo ele, a demanda cresceu nos últimos anos porque existem pessoas que são portadoras em estado avançado da doença renal crônica, mas que não sabem se tem o problema, por ser uma enfermidade considerada silenciosa, traiçoeira e que não dói. Dr. Rodrigo explica que a doença renal crônica não dá sintomas até que o portador descubra a enfermidade numa fase avançada, quando os médicos já não têm muito o que se fazer.
“Na fase avançada o paciente passa mal, apresentando inchaço e anemia, falta de ar, vomitando, com indisposição, com falta de apetite, com fraqueza, perdendo peso e ficando desnutrido. Isso porque não fez um acompanhamento anterior e já chega no PSM precisando de Diálise”, ressalta o médico, destacando que na região Oeste do Pará era para ter uma demanda em torno de 400 pacientes em tratamento de hemodiálise.
“Os pacientes que tem pressão alta e diabetes, que são as principais causas de doença renal crônica no mundo inteiro precisam uma vez por ano fazer um exame de creatinina e de urina, para saber se tem alguma alteração, para serem encaminhados para o médico nefrologista”, aconselhou.
Por: Manoel Cardoso