Exigência de receita médica reduz procura de antibióticos nas farmácias

“Já era hábito dos brasileiros, chegar na farmácia, escolher o medicamento e levar para casa. Com a  exigência de prescrição médica para compra de antibióticos, a procura por esses medicamentos teve uma queda de 10%. Isso já era esperado. Com essa restrição, notamos que as pessoas também ficaram mais cautelosas ao pedirem outros medicamentos”, revelou ao Diário o gerente de uma rede de farmácias, Carlos Rodrigues, 40 anos. Os pacientes que precisam comprar medicamentos antibióticos, agora necessitam ter em mãos a receita com a prescrição médica. Não é admitido pela Anvisa, que a venda seja feita sem receita, que obrigatoriamente deve conter dados pessoais do paciente e ficar arquivada na farmácia. As farmácias corumbaenses já seguem a resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada em outubro. A mesma norma já é usada na venda de remédios psicotrópicos, chamados de “tarja preta”.

“Agora com essa exigência de receitas, as pessoas são obrigadas a irem ao médico. Acredito que seja válida principalmente para as crianças, pois os pais agora devem levá-las ao médico antes de dar qualquer remédio. Anteriormente apenas compravam o remédio que queriam, automedicavam as crianças e as colocavam em risco. Se nós, adultos já corríamos risco da automedicação, imaginem as crianças. Por esse ponto, eu acho muito boa essa imposição, mas é claro, que outros fatores em relação à saúde também deveriam melhorar em nosso país”, argumentou a dona de casa, Cristiellen Rondon, 36 anos.

De acordo com as normas divulgadas pela  Anvisa,  a prescrição médica para antibióticos tem dez dias de validade e deve estar em letra legível e sem rasuras. Além disso, precisa informar o nome do medicamento prescrito seguindo a Denominação Comum Brasileira (DCB), contendo ainda a dosagem ou concentração, forma farmacêutica, quantidade e posologia; nome completo do paciente; nome do médico, registro profissional, endereço completo, telefone, assinatura e marcação gráfica (carimbo); identificação de quem comprou o remédio, com nome, RG, endereço e telefone; data de emissão.

No verso da receita, a farmácia deve anotar a data, quantidade e número do lote do remédio. O gerente farmacêutico Carlos Rodrigues afirmou que muitos pacientes discordam da norma, mas ela está permitindo que a cultura da automedicação, seja desfeita aos poucos. “A exigência das informações na prescrição dá às farmácias segurança de que elas são verdadeiras. Já os pacientes, sentem que é essencial ter uma orientação e que a automedicação é coisa séria, coloca a saúde em risco. Aos poucos, nós, brasileiros, estamos nos desvinculando dessa cultura”, observou.

A Anvisa determinou também que a embalagem, no rótulo dos medicamentos contendo substâncias antimicrobianas, deve constar, obrigatoriamente, na tarja vermelha, em destaque a expressão: “Venda sob prescrição médica – Só pode ser vendido com retenção da receita”. A mesma frase deve constar com destaque na bula dos medicamentos. Os fabricantes de remédios têm prazo máximo de 180 dias para adequação quanto à embalagem, rotulagem e bula.

Farmácias e drogarias poderão vender os antibióticos que estejam em embalagens sem as novas regras desde que fabricados dentro do prazo determinado. O descumprimento das determinações constitui infração sanitária “sem prejuízo das responsabilidades civil, administrativa e penal cabíveis”. Porém, ainda há aqueles pacientes que discordam da normativa e que afirmam que a questão de cobrança de prescrição é apenas um detalhe em relação a tantos problemas de saúde enfrentados no país. “Acredito que a segurança em relação à saúde seria melhorada, não apenas com a cobrança de prescrição médica, mas se o número de médicos e se a qualidade de atendimento fossem elevados nos hospitais. A questão da receita é complicada, pois muitas vezes vamos aos postos de saúde e só agendam o atendimento para dois ou três dias depois. A pessoa como não tem dinheiro para ir a um médico particular, acaba por esperar. Sei que a exigência de prescrição é para garantir a segurança, porém, acredito que a segurança da saúde seria bem melhor se essa severidade fosse investida em efetivo, qualidade de atendimento e manutenção hospitalar”, opinou o autônomo Ricardo Luzarte, 49 anos.

Fonte: Diário Corumbaense (www.diarionline.com.br).

Um comentário em “Exigência de receita médica reduz procura de antibióticos nas farmácias

  • 11 de fevereiro de 2011 em 10:50
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    Esse é um jeito dos médicos ganharem mais$$$. O nome deles vai na receita e o laboratórios lhes devolve $$$.

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    • 9 de fevereiro de 2012 em 13:20
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      Amigo…
      Seja mais coerente… a receita vai para a Anvisa, e não para o Laborátorio…
      E melhor o médico ganhar mais dinheiro, do que a Auto Medicação e alguem dar entrada no PS, com uma Intoxicação Medicamentosa… uma gosto muito maior para todos…

      Resposta

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