Cargill convocada a dar esclarecimentos sobre poluição

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Denúncias de várias formas de poluição ocasionadas pela graneleira Cargill, no porto da cidade e em vários trechos da rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163) levaram os membros da Câmara de Vereadores a convocar a gerência da empresa a dar explicações na manhã de quarta-feira, 25, no plenário da Casa legislativa.

Uma reunião realizada no plenário da Câmara discutiu o derramamento de grãos ao longo da BR-163, além do pó produzindo durante o carregamento dos navios, no porto da empresa Cargill Agrícola.

Há 12 anos, a gigante norte-americana Cargill, uma das maiores exportadoras de soja em grãos do Brasil, implantou um novo terminal graneleiro no Porto de Santarém, no Pará. Em um processo repleto de irregularidades e falta de transparência, segundo ambientalistas, a implantação da Cargill atropelou as etapas administrativas, onde a empresa conseguiu a Licença de Instalação (LI) do empreendimento. Ele começou a operar desde 2003, sem um Estudo de Impacto Ambiental (EIA).

A ferida aberta nos arredores de Santarém com a chegada da Cargill ainda não estancou, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (STTR). Era ano 2000 quando a multinacional anunciou que construiria um terminal de grãos no Porto de Santarém. Num processo atropelado, três anos depois o terminal estava de pé, cheio de irregularidades e sem que o Estudo de Impactos Ambientais (EIA) fosse feito. O documento, que prevê a viabilidade socioambiental do projeto, é regra legal básica para que um empreendimento desse porte saia do papel.

Mas segundo uma análise técnica feita pelo Ministério Público em cima do estudo, o problema está longe de ser resolvido: “O EIA não aborda as verdadeiras soluções e, principalmente, não aborda com profundidade as mitigações que devem diminuir os impactos locais do projeto”, pontua o Procurador federal Felício Pontes.

Os impactos, aliás, não são poucos. Com capacidade para 60 mil toneladas de grãos, o terminal trouxe para a região uma verdadeira corrida por território para o plantio de soja. “Terra virou uma mercadoria caríssima. Os sojicultores chegavam, ofereciam dinheiro e compravam nossas terras”, recorda o ex presidente do STTR, Raimundo Mesquita, o “Peba”, para completar: “Os conflitos fundiários vieram junto. Teve grilagem, intimidações, ameaças de morte, redução da população nas comunidades e até a extinção de algumas delas”.

PRODUTORES DO MATO GROSO QUEREM REDUZIR CUSTOS PELO PORTO DE SANTARÉM: A previsão do aumento do escoamento de grãos produzidos no estado do Mato Grosso pelo porto de Santarém gera expectativas em empresários e profissionais de diversos segmentos da sociedade. A Companhia Docas do Pará (CDP) prevê que o porto de Santarém deverá receber cerca de 2 mil carretas por dia com a conclusão do asfaltamento da BR-163, previsto para acontecer no final de dezembro de 2015 e da ampliação do porto.

Para escoar a produção de aproximadamente 22 milhões de toneladas de milho, produtores de Mato Grosso optam por portos alternativos para reduzir custos no transportes. A competitividade com a produção do Paraná, por exemplo, fez com que o porto de Paranaguá fosse ‘substituído’ pelo porto de Santarém, no Pará.

O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em recente pesquisa, revelou que a produção de milho paranaense também aumentou, complicando com os embarques realizados pelo porto de Paranaguá. Além disso, pela crescente produção de milho em Mato Grosso, segundo o Imea, os produtores do Estado estão buscando portos diferentes para fazer o escoamento. O preço do frete também incentiva a preferência pelo porto de Santarém, que é 14% menor se comparado ao porto de Santos. Dados do Imea apontam que o despacho do milho de Sorriso a Santarém custa em média R$ 240,00 por tonelada, enquanto o envio da produção do mesmo município até Santos, são desembolsados cerca de R$ 280,00/t.

Fonte: RG 15/O Impacto

Um comentário em “Cargill convocada a dar esclarecimentos sobre poluição

  • 30 de setembro de 2013 em 09:18
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    Vá embora Cargill! Mudem pra Altamira,Vitoria ou Porto Moz, procurem outra cidade,não mudem pra Itaituba pra não passar nem em frente a Santarém, aqui a campanha contras vocês será sempre assim, só criticas tendenciosas, parciais, fruto da mesquinharia de um povo perdedor. Fechem o porto, exportem e façam produzir onde o povo realmente quer fazer isso. Por isso Santarém sempre será miserável e pobre.

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