Desabafo: Médico e o desprezo pela vida

Pronto Socorro Municipal de Santarém
Pronto Socorro Municipal de Santarém

Olá Sr. Editor do Jornal O Impacto, boa tarde!

Passei por uma situação muito delicada na tarde de terça-feira, dia 08. Minha mãe, uma senhora idosa de 79 anos de idade, com problemas de saúde precisou de um atendimento de emergência e, como de costume não temos muitas opções de hospitais quando não se tem plano de saúde. Levamos minha mãe ao Pronto Socorro Municipal e, de cara deparamos com um cenário de guerra, pessoas doentes gemendo, outras arrebentadas de acidentes que sofreram, ambiente totalmente imundo e com um odor insuportável. Fomos atendidos por uma enfermeira plantonistas que fez o procedimento de urgência necessário, nos encaminhou para a médica de plantão, não lembro o nome dela, só sei que tem sobrenome Ramalheiros.

Essa profissional foi um anjo para minha mãe, diante do verdadeiro inferno que é o municipal. Solicitou exames de urgência e a medicou, entramos para o local que eles chamam de sala de emergência que parece mais com um inferno de gente de todo tipo de doenças, jovens e pessoas idosas com mais variados tipos de doenças, uns todos arrebentados com ferimentos expostos e outros gemendo de dor por outros motivos, tendo apenas duas enfermeiras para atender uma sala de emergência lotada de mais ou menos umas 100 pessoas, sem exagero, pois não há espaço para tanto doente, sem contar que tinha pessoas da cidade, do planalto e do interior do Município.

Bem, continuando, minha mãe foi medicada às 17h30min do dia 08/10/13, pois tinha fortes indícios de estar tendo uma isquemia cerebral, terminou o injetável que ela tomava às 18:30 Horas do mesmo dia, e continuávamos em uma sala de emergência, em uma cadeira. Após 3 horas de espera e nem uma informação vinha lá de dentro, fui atrás de esclarecimentos. Fui informada que estavam aguardando uma autorização para fazer uma tomografia, e até aquelas horas ainda não tinha solicitado, então, perguntei o que faltava, pois eles tinham um laudo médico em mãos escrito em letras de forma e bem grande URGENTE. Foi aí que a enfermeira diante de minha insistência e sem saber o que me responder pegou o telefone e ligou para o setor de autorização dizendo que tinha uma senhora de 79 anos que precisava fazer uma tomografia urgente.

Eu diante dela ouvi toda a conversa, e sai da sala. Como eu conhecia o técnico do laboratório que iria fazer a tomografia, tratei de me virar para agilizar o procedimento e, graças a Deus consegui, pois o moço não poupou esforço para me ajudar. Consegui fazer a tomografia às 23:30 horas, por meus  esforço, pois se dependesse que o PSM tomasse as providências de chamar o SAMU  e levar minha mãe para fazer o exame, não conseguiria naquela noite, pois tinha uma ocorrência atrás da outra. Retornei com ela ao PSM às 00:00hs, e voltamos novamente para aquele ambiente de terror, que não é digno de ser chamado de sala de emergência, que de emergência não tem nada, pois não tem condições de seres humanos que passam anos se formando para prestar um atendimento à população se não tem condições humanas de trabalho… Observei nitidamente que têm pessoas que dão o sangue para prestar um socorro digno, mas não tem condições nenhuma de trabalho, pois duas pessoas para atender inúmeros pacientes das mais variadas formas de emergência… procurei novamente a enfermeira responsável pelo plantão, para saber qual seria agora o próximo passo, pois já estávamos com os exames dela em  mão. Fui informado que teríamos que esperar o neurologista para avaliar a tomografia. Eu perguntei, então, cadê esse médico, pois o exame já foi feito…? Ela me respondeu: só amanhã agora, pois o médico já foi embora. Eu perguntei, então, onde devo levar minha mãe, pois onde ela está não vai dar pra passar a noite? Disse que iria levá-la para casa e voltaria no dia seguinte. Ela me respondeu: se vocês a levarem terão que assinar o termo de responsabilidade e o exame que ela fez fica no hospital e se precisarem novamente de trazê-la para cá não será mais atendida, pois tiramos ela sem autorização médica… Fiquei sem saber o que fazer, pois minha mãe não tinha condições físicas e nem emocional de continuar  naquela sala horrorosa.

Mais uma vez Deus colocou outro anjo em nosso caminho, que se dispôs em ceder a sala de reanimação para colocar minha mãe, pois se em algum momento ela precisasse teríamos que tirá-la de lá. Aceitei sem questionar, pois era melhor ela ficar lá do que na sala do terror. Passamos o resto da noite aguardando o tal neurologista,  e a maldita burocracia deste PSM, não chamou o médico para avaliar a situação dela, pois não estava visivelmente morrendo. Ao amanhecer do dia houve troca de plantão e tudo continuou, ficamos esperando e ninguém aparecia. Minha mãe foi retirada da sala na troca de plantão, e fomos colocados em um corredor, perguntei que horas viria esse médico para avaliar o quadro dela, e fui informado que talvez ele chegaria às 08:00. Aguardamos pacientemente, esse Cidadão (Dr. Luiz Rodolfo), que apareceu às 09:30 e entrou na sala, chamou um paciente e eu novamente me aproximei e agilizei o atendimento. Ele chamou minha mãe e perguntou o que ela tinha. Minha mãe falou que estava com uma forte dor de cabeça e foi interrompida por ele, que respondeu: “A senhora não está com sangramento na cabeça, porque aqui eu só abro a cabeça e contenho o sangramento”. Minha mãe e eu ficamos sem nada responder e paralisadas diante de tamanha ignorância desse senhor, que não é digno de ser chamado de Doutor, pois acredito que quando se formam fazem um juramento para salvar vidas.  Meu Deus, fiquei indignada e ao mesmo tempo horrorizada diante de tanta estupidez, pois enquanto alguns profissionais se esforçam para fazer um bom trabalho, outros não estão nem aí para os pacientes que estão cuidando, mas parece que estão diante de animais, e nem medem as palavras.

Ao mesmo tempo me preocupo com as pessoas que não tem quem as ajudem no momento que precisam, pois se dependerem do poder público morrem à míngua.

É o meu desabafo contra o atendimento na saúde.

Um abraço!

Margarete Oliveira Duarte

Fonte: RG 15/O Impacto 

8 comentários em “Desabafo: Médico e o desprezo pela vida

  • 19 de outubro de 2013 em 13:48
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    Acho que essa Senhora teve é sorte em não ser atendida por esse dito médico. Poderia estar morta com medicação errada. Deve ser um desqualificado dando uma de médico. O maior culpado é quem emprega um incopetente desses. Vai o site pra acender velas da Fé (www.paieterno.com.br) Esse eu garanto que é bom e de graça. São milhares de velas acesas dia e noite, através das Orações do Divino Pai Eterno. Abraços

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    • 19 de outubro de 2013 em 16:40
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      Se não tem nada de bom para falar é melhor não se manifestar.

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      • 19 de outubro de 2013 em 20:22
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        Marcão, está correto. Aprovado o comentario.

  • 19 de outubro de 2013 em 09:06
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    Cade os representantes dos médico? Será que vão ficar calados e não vão chamar o médico identificado para se justificar. O prefeito Alexandre deveria trazer médico estrangeiro pra cá´.Médico bom e com espirito humano que atende todos é Dr. Erick esse é o medico do pobre e do rico.

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  • 19 de outubro de 2013 em 09:02
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    Já ouvri falar que esse médico é ignorante e prepotente. Se não quer trabalhar para os pobres pede pra sair

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  • 19 de outubro de 2013 em 09:01
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    A OAB atraves de sua comissão de direito humanos, deveriam interceder para que situação dessa~não ocorra mais. Tem médico que não gosta de atender pobre.

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  • 19 de outubro de 2013 em 03:02
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    Lamentável.Quanto mais conheço o ser humano mais me decepciono.Mas o inferno é aqui mesmo.

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  • 18 de outubro de 2013 em 19:47
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    Não e a primeira fez que esse mal educado faz isso com as pessoas.esse cara e um covarde, despregarão e arrogante.qualquer dia desses vai arrumar pro dele.

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