UFOPA realiza Jornada Acadêmica e divulga a ciência

Professor Paulo Monteiro Barone
Professor Paulo Monteiro Barone

Buscando comunicar e integrar a ciência produzida na universidade com outras instituições de ensino de Santarém, a UFOPA realiza, no período de 21 a 25 de outubro, a II Jornada Acadêmica, evento que reúne os seminários de iniciação científica, de graduação e pós-graduação, além de promover palestras e minicursos abertos a toda comunidade. Paulo Monteiro Barone, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e ex-presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE/Ministério da Educação), é o convidado para a palestra de abertura, cujo tema é “Ensino, Pesquisa e Extensão: a universidade brasileira no contexto da inovação”, realizada no Auditório do Câmpus Tapajós, a partir das 18h30.

Este ano, a iniciativa, que estimula a formação de uma cultura científica em Santarém, teve 144 trabalhos submetidos, sendo 91 de alunos de graduação da própria universidade e 28 de outras instituições de ensino superior, como UEPA e IESPES. Todos esses trabalhos serão divulgados em comunicações orais e pôsteres e os melhores trabalhos receberão premiação ao final da jornada, no dia 25. Já a programação voltada à pós-graduação envolve oficina de Preparação de Projetos, Fórum de Egressos e painéis com trabalhos de pesquisas desenvolvidas no âmbito da pós-graduação.

Segundo o pró-reitor de Ensino de Graduação, Prof. Dr. José Oliveira Aquino, a II Jornada Acadêmica marca o início do segundo semestre na UFOPA. “Para o nosso alunado, a jornada acadêmica já conta como atividade complementar. Além disso, o evento também é uma oportunidade para se discutir questões de pesquisa, inovação e promoção de competências no ensino superior”, ressalta o pró-reitor.

O contexto da inovação

A necessidade de formar sujeitos autônomos, integrando saberes tradicionais e científicos a partir de epistemologias não-cartesianas, que demandam e valorizam a inter e transdisciplinaridade, articulando saberes ao universo da pesquisa e da formação, tem sido a tônica da reestruturação das universidades em todo o mundo, na tentativa de superar o paradigma tradicional da ciência ocidental, vigente há pelo menos mil anos.

É esse contexto de inovação que vem marcando as universidades públicas brasileiras, atualmente. São os diversos desafios desta realidade enfrentada não só pela UFOPA, mas também por universidades como UFRN, Ufersa, UFCG, UFRB, UFJF, Unifal, UFVJM, UFSJ, UFSC, Ufac, Unipampa, que nortearão a palestra do Prof. Paulo Barone. “Pela grande experiência como gestor e avaliador de projetos educacionais, o Prof. Barone tem participado dos principais eventos que tratam de inovação no ensino superior e propiciará à comunidade acadêmica da UFOPA um momento de reflexão e debate sobre estruturas curriculares nas universidades”, ressalta o professor José Aquino.

Serviço: A II Jornada Acadêmica da UFOPA é uma realização da Pró-reitoria de Ensino de Graduação (PROEN) e Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação Tecnológica (PROPPIT), e conta com a colaboração da Fundação Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa (FAPESPA), CNPQ, Capes, Mídias Eletrônicas Ensino e Inclusão e Projeto OFICIBER.

CONFERÊNCIAS CIENTÍFICAS DESTACAM OS AROMAS DA AMAZÔNIA

As plantas aromáticas e oleaginosas nativas da região amazônica foram destaque das primeiras conferências científicas do VII Simpósio Brasileiro de Óleos Essenciais (SBOE), proferidas no dia 16 de outubro de 2013, em Santarém (PA). As palestras fizeram parte dos Seminários sobre Química de Óleos Essenciais e Óleos Fixos.

Pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi, Graça Bichara Zoghbi falou sobre os diferentes tipos de óleos de priprioca, espécie vegetal aromática, nativa da Amazônia, bastante utilizada na indústria de perfumaria e de cosméticos. A pesquisadora apresentou dados sobre a composição química dos óleos de priprioca, que também apresentam propriedades medicinais e farmacêuticas ainda pouco conhecidas e utilizadas pela indústria.

A diversidade química dos óleos de copaíba pautou a conferência do pesquisador Valdir Florêncio da Veiga Júnior, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que falou sobre diferentes aspectos do gênero copaífera, a partir de uma abordagem multidisciplinar. “Os óleos de copaíba são utilizados há muitos séculos por suas diversas propriedades, que também foram relatadas por vários cronistas históricos”, afirma Veiga.

Segundo o pesquisador, apesar de o óleo ser extraído do tronco da árvore, ele é produzido por toda a planta. “Ele não é um óleo essencial, mas sim resinoso”, explica. O tipo de solo, argiloso ou arenoso, interfere na composição química desses óleos, daí a necessidade de desenvolvimento de metodologias de análise voltadas para determinar suas propriedades físico-químicas.

“É uma planta que vem sendo muito estudada não apenas por seu aspecto químico, mas também farmacológico”. O pesquisador defende ainda a utilização dos óleos de copaíba em estudos fármacos, destinados principalmente ao combate de doenças negligenciadas pela indústria farmacêutica, como mal de Chagas e a leishmaniose.

Já a perfumista Verônica Kato, da empresa Natura, falou sobre os desafios de se utilizar a biodiversidade brasileira para o desenvolvimento de fragrâncias sustentáveis. “O óleo essencial é a alma do perfume. E é um privilégio poder utilizar, nessa composição, um óleo essencial exclusivo, brasileiro”.

Kato falou ainda sobre o potencial dos aromas das plantas da Amazônia na produção de cosméticos, como a copaíba, que é um dos principais ingredientes de perfumes masculinos, e da priprioca, também utilizada pela empresa. “O nosso desafio hoje é encontrar um cheiro novo que seja inovador, seguro e que tenha qualidade”.

Uma realização da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), através do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA), o VII SBOE prossegue até sexta-feira, dia 18 de outubro, no Auditório do Câmpus Tapajós, situado no bairro do Salé. Além da programação científica, o evento conta com uma exposição de plantas aromáticas e oleaginosas.

Mais informações na página http://www.sboe.net.br/.

Fonte: RG 15/O Impacto e Ascom/UFOPA

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