Delegado Nelson: “Grupo criminoso deu apoio a perigoso bandido”
Em Santarém, Oeste do Pará, o mês de dezembro de 2015 será lembrado pela população e pelos os órgãos de segurança como o mês mais violento da História recente do Município. Na segunda-feira, 14, após o assassinato da policial militar Silvia de Sousa, vários baleamentos foram registrados. Em um período de 24 horas, a Policia Civil registrou doze pessoas baleadas, sendo que destas, 5 pessoas evoluíram a óbito.
De acordo com o Diretor da 16ª Seccional de Policia Civil de Santarém, delegado Nelson Nascimento, os casos foram devidamente registrados e estão sendo apurados pelas equipes de investigadores, que contam com apoio do Reservado da Polícia Militar.
“Nós tivemos na segunda-feira, 14, no período diurno, oito baleamentos, sendo que deste, três vieram a óbito. Já no período noturno, nós tivemos quatro baleamentos, com dois óbitos. São Homicídios que estão sendo investigados pela Divisão de Homicídios, comandada pelo DPC Germano do Vale, e com certeza, informações nós temos, e vamos chegar a autoria destes crimes. É importante esclarecer que todas as informações com o Boletim de Ocorrência, estão sendo investigadas. Inclusive é até uma medida cautelar contra esses indivíduos que aproveitaram esse momento para praticar delitos”, declarou o Diretor da Seccional.
A onda de violência teve início após o latrocínio que vitimou a Subtenente da PM. Com os órgãos de Segurança mobilizados e trabalhando de forma integrada em toda a região do Comando de Policiamento Regional de Santarém (CPR-I), que tem à frente o Coronel Tomazo, o trabalho logrou êxito, e ainda na segunda-feira, 14, a PM do Município de Rurópolis prendeu um indivíduo que encontrava-se com uma grande quantidade de drogas. Na Delegacia, o mesmo se apresentou com nome falso, mas não demorou muito tempo para que ele fosse identificado como sendo Sebastião de Sousa Neto, Vulgo “Neto”, acusado de ter assassinado a Subtenente Silvia.
Segundo o Diretor da 16ª Seccional, com a prisão do latrocida, as investigações serão ampliadas, uma vez que ele contava com apoio de diversas pessoas em Santarém.
“O Neto, após o crime teve apoio até o quilômetro 145 da BR 163, lá ele embarcou em um ônibus da linha até Rurópolis, antes de chegar na cidade ele desceu. E foi até o mercado municipal. Como existiam barreiras nas cidades circunvizinhas, toda a Polícia Militar envolvida, os policiais de Rurópolis fizeram diligências, abordaram ele no Mercado Municipal. E encontraram com ele uma grande quantidade de drogas, ele foi levado para a Delegacia, até aquele momento ele não tinha sido reconhecido, foi autuado em flagrante com nome falso. Após as suas imagens serem divulgadas nos grupos de whatsapp de policiais, ele foi reconhecido pelos policiais daqui, como sendo o Neto, o indivíduo que nós já estávamos procurando, até porque ele foi reconhecido no assalto da farmácia, sendo identificado pelas suas características como o indivíduo que praticou o latrocínio, que tirou a vida da policial militar. Ao ser reconhecido, nós entramos em contato com a Polícia Civil lá de Rurópolis, ele foi interrogado, confessou o crime, informou onde estava a motocicleta e declarou para quem ele havia entregado a arma. Então, nós temos essas informações, estamos trabalhando, para que possamos chegar a esse indivíduos que deram apoio ao Neto, porque ele foi executor, mas ele não estava sozinho, ele tinha apoio aqui em Santarém de indivíduos nocivos, que estavam junto com ele praticando delitos, principalmente assaltos aqui em nossa cidade. Por último ele praticou o latrocínio, barbaramente tirou a vida da policial, e agora ele já se encontra em Itaituba. Por determinação do Comando da Polícia Militar e do Comando da Polícia Civil. Então, os comandos se reuniram, e preferiram tirar o Neto de Rurópolis, que não havia segurança para ele ficar lá, pois poderia fugir. Ele foi levado para Itaituba. Os procedimento aqui vão continuar, tanto dos inquéritos policiais de roubos onde ele foi identificado, como também, o crime de latrocínio que ele cometeu, sob o comando do delegado Jardel Guimarães. E ele será ouvido por precatória, lá em Itaituba”, disse o delegado Nelson Nascimento.
Sobre a onda de violência que se estendeu por todo o dia e a noite de segunda-feira, 14, delegado Nelson informa que todos os homicídios, bem como as tentativas de homicídios estão sob investigação.
“Você vê que logo após o latrocínio que ocorreu, que a policial militar foi morta por causa da sua arma, nós, em menos de 24 horas, já estamos com o acusado preso. Está em Itaituba. Então, isso é muito importante, uma resposta. Os Policiais de Rurópolis estão de parabéns, porque também estavam compondo essas equipes que estavam fazendo as diligências em todas as cidades circunvizinhas a Santarém, conseguiram abordar e fazer a prisão deste indivíduo. Estamos investigando os homicídios que aconteceram na segunda-feira, 14, nós tivemos um por intervenção policial, um indivíduo reagiu contra a Polícia. Mas nós tivemos quatro homicídios, dois pelo dia e dois à noite, que ainda estamos investigando. Temos algumas informações, temos testemunhas, temos imagens, e vamos chegar à autoria. O grau de resolutividade dos crimes de homicídios dolosos contra a vida, aqui em Santarém é de mais de 90%. Então, a Divisão de Homicídios está atenta, investigando e no prazo certo, no tempo certo vai conseguir fechar todos esses inquéritos, com a prisão desses indivíduos que cometeram esses delitos. É questão de tempo para que as pessoas que deram apoio ao latrocida Neto, que covardemente tirou a vida da Subtenente, sejam presos. A arma de fogo vai ter que aparecer. Nós não cessaremos as investigações enquanto esta arma não aparecer. Nós vamos identificar todas as pessoas que estavam com o Neto. Quem dava apoio, quem alugava isso, aquilo. Todos vão ser identificados e com certeza essas pessoas vão ser punidas exemplarmente. Vamos solicitar prisões de todas as pessoas. Então, é só uma questão de tempo. Nós vamos fazer com que essas pessoas sejam indiciadas formalmente perante à Justiça e possam responder esses delitos que elas cometeram. No mínimo, é uma organização criminosa, que dava apoio a um indivíduo perigoso, nocivo à sociedade”, informou o Delegado à nossa equipe de reportagem.
Por: Edmundo Baía Junior
Fonte: RG 15/O Impacto