Cientistas estudam o “fenômeno” Marta

Marta

Unir talento, criatividade, inteligência e velocidade é algo que só raras pessoas conseguem. E por causa disso são chamadas de gênios, um conceito abstrato que a ciência agora tenta quantificar e explicar em Marta, cinco vezes eleita a melhor jogadora de futebol do mundo. Exames feitos no exterior mostram que a craque que se despediu domingo do Santos para jogar em Nova York se iguala e até supera jogadores em alguns quesitos.

Marta corre 30 metros em 4s12, o que a coloca na média dos homens, que vai de 4s00 a 4s22. Em piques curtos, no entanto, ela consegue superar a média masculina: enquanto ela consegue superar 10 metros em 1s69, os homens vão de 1s79 a 1s87. Mas não é só isso, pois se fosse só correr poderia se destacar em pistas de atletismo, ela ainda tem de sobra habilidade, inteligência e criatividade com a bola nos pés.

“Eu vivi minha infância inteira jogando com meninos, então eu tinha que me esforçar bastante para poder sobressair no meio deles”, tenta explicar a própria Marta, depois de dizer que não saberia explicar.

O técnico da Seleção Brasileira feminina, Kleiton Lima, faz uma analogia para tentar definir sua jogadora. “Parece que ela tem instinto de velocidade de um animal, de uma pantera, uma onça. Ela já sai antes da adversária pensar em ter qualquer ação para marcá-la. Ou, quando a adversária prepara uma ação, ela tem uma reação que já destrói qualquer combate. Sabe aquele jogo em que o treinador não tem mais o que fazer? Que você já entregou os pontos. Você já fez de tudo, e a coisa não anda. Então: a Marta resolve”.

O médico do Santos, Carlo Alba, compara a camisa 10 com as colegas de profissão. “Há uma disparidade muito grande de velocidade, de explosão, da Marta em relação as outras jogadoras”.

O preparador físico Gustavo, também do Santos, diz, com outras palavras, que Marta é uma superdotada para o futebol. “Ela tem todas as valências que um atleta tem que ter numa pessoa só”.

Marta tem a capacidade num lance de perceber o movimento da adversária mais próxima e enviar essa informação para três regiões diferentes do cérebro, que programa um movimento e manda os músculos executarem em 200 milissegundos, ou seja, mais rápido que um piscar de olhos. E ela mesma acaba tendo na ponta da língua a resposta para a conceituação de gênio, aquele que antevê a jogada. “Um pouquinho antes de a bola chegar eu penso no que eu posso fazer, no que eu posso improvisar”.

Fonte G1/No tapajós

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