Alerta – Surto de febre chikungunya assusta santarenos

Esgoto a céu aberto no bairro da Matinha contribui para a proliferação da chikungunya

Diversos casos de febre chikungunya registrados em Santarém, nas últimas semanas, preocupam a população. Entre os locais de maior índice da doença, a Rua Jupiara, no bairro da Matinha, lidera o ranking de pessoas infectadas. Dados da Divisão de Vigilância em Saúde (Divisa) apontam que, em 2017, o Instituto Evandro Chagas (IEC) confirmou 12 casos de febre chikungunya, na Região Metropolitana de Santarém (RMS).

Entre eles, 8 casos foram registrados na Rua Jupiara, na Matinha. Mojuí dos Campos também registrou um caso da doença. Já os bairros Santana, Santíssimo e Aparecida, cada um registrou um caso.

Vários fatores de falta de higiene cometidos pelos moradores do local, segundo a Divisa, podem ter contribuídos para a proliferação da doença, transmitida através do mosquito Aedes aegipty. Quem trafega na Rua Jupiara constata esgotos a céu aberto, acúmulo de lixo, além de água servida jogada diretamente na rua, por dezenas de famílias.

A água servida é aquela resultada da lavagem da louça, pia do banheiro, lavagem de calçadas e áreas internas das casas, no tanque e na máquina de lavar roupas. Em Santarém, geralmente, essa água é jogada na rua pelos moradores, por falta de informação.

O coordenador da Divisa, João Alberto Coelho, informou que as confirmações da doença iniciaram há aproximadamente um mês, com várias pessoas no bairro Matinha apresentando sintomas.

De acordo com ele, até o referido período não havia casos confirmados da doença em Santarém. Para tentar evitar novos registros na cidade, a Divisa deslocou equipes de agentes de endemias para fazer serviços preventivos e de orientação nos locais com incidência da doença, entre eles, o bairro da Matinha.

Por conta dos sintomas serem parecidos com os de outras viroses, João Alberto orienta as pessoas que sentirem indícios da febre, a procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou o Pronto Socorro Municipal (PSM).

Em nível estadual, segundo um Informe Epidemiológico de 2017 emitido pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Vigilância em Saúde, até o dia 22 de março, foram registrados 1.073 casos de febre chikungunya, no Pará.

Em nível nacional, nos primeiros meses de 2017, até o dia 15 de abril, o Brasil registrou 43.010 casos de chikungunya. Os dados são do boletim epidemiológico elaborado pelo Ministério da Saúde.

INDÍCIOS DA DOENÇA: Os sintomas da Chikungunya são febre e a intensa dor nas articulações, principalmente nas costas que é o principal diferencial da dengue. Geralmente os sintomas surgem 7 dias depois de ser picado pelo mosquito e duram 14 dias. O inchaço das articulações pode surgir até 60 dias depois de ter a doença.

A Chikungunya é uma arbovirose, também causada pelo Aedes aegypti, que tem como principal complicação a persistência da dor e do inchaço nas articulações que podem perdurar por 3 meses. No entanto, existem relatos de que estes sintomas podem permanecer por 3 a 6 anos, havendo também tendinite e alteração da sensibilidade nas mãos.

Nas mulheres surgem especialmente os seguintes sintomas: manchas vermelhas no corpo, vômito, sangramentos e feridas na boca. Enquanto que nos homens e nas pessoas com mais idade é mais comum surgirem: dor e inchaço nas articulações e a febre pode se prolongar por mais tempo.

Por: Jefferson Miranda

Fonte: RG 15/O Impacto

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