Cel. Tomaso: “Policiamento em Santarém e região será fortalecido”

Comandante do CPR-1, ao lado do apresentador Osvaldo de Andrade, fala sobre as novidades a serem implementadas nos próximos meses

Não há dúvida que a área de segurança pública está diretamente ligada à qualidade de vida da população, principalmente quando falamos na famosa sensação de segurança. Saudosos, alguns moradores relembram os bons tempos vivenciados outrora, quando a Perola do Tapajós ainda era uma cidade pacata.

Porém, o século XXI chegou com tudo, trazendo uma série de problemas. A Pérola do Tapajós transformou-se em uma metrópole, e demos ‘tchauzinho’ para o sossego. Apesar das frequentes noticias sobre roubos e furtos, quando falamos em termos de latrocínios e homicídios, ainda podemos ser considerada uma cidade pacata, levando-se em consideração as estatísticas de outro municípios com mesmo porte, em outras regiões do País.

‘Agir no presente, para garantir melhorias no futuro’ tem sido a missão do Comandante do Comando de Policiamento Regional I (CPR-I), Coronel PM Héldson Tomaso.

No estúdio da TV IMPACTO, em entrevista exclusiva para o jornalista Osvaldo de Andrade, o comandante falou, entre outros temas, da implantação do 35º Batalhão de Policia Militar e da Companhia Independente de Forças Especiais. Acompanhe os detalhes:

Jornal O Impacto: Coronel, como se encontra o processo para implantação do novo Batalhão em Santarém?

Coronel Tomaso: A questão da violência e da segurança pública está em volta de todo território nacional. Estamos olhando e verificando vários aspectos que está norteando esse problema e isso nos remeteu desde o ano passado, pensar em alternativas para frear ou conter essa criminalidade que possa está chegando a cada vez mais para os nossos municípios, não só em Santarém, mais também em mais 12 municípios. Mas especificamente aqui, nós notamos essa urgência de mudar uma estrutura de policiamento que já existe aqui há mais de quarenta anos, estrutura de policiamento essa, formada apenas por um Batalhão da Polícia Militar, para hoje em dia, atender uma população estimada em quase trezentos mil habitantes. De maneira nenhuma devemos ficar parados em relação a esse avanço da criminalidade no país inteiro, até para que nós possamos nos preparar para o futuro, não sabemos como poderá ser o futuro, “o futuro há Deus pertence”, diz o poeta, é uma “astronave” que não conseguimos pilotar, mas temos como criar mecanismos para justamente nos prepararmos para esse futuro, principalmente na questão da segurança pública e uma desses mecanismos é a implantação de mais um Batalhão aqui em Santarém. Esse Batalhão irá dividir Santarém em duas áreas, uma área ficará atinente apenas ao 3º BPM, que seria atualmente a área oeste e o 35º Batalhão ficaria nessa área da Curuá-Una onde pega o Maicá e todas as comunidades subindo até Belterra e Mojuí dos Campos, onde de antemão existe um grande quantitativo de pessoas. Para se ter uma ideia que hoje em dia é atendido por apenas um batalhão. Então em cima desse estudo e trabalho que nós já fizemos no CPR-I, visualizamos a situação é há realmente a necessidade de colocarmos esse novo batalhão para funcionar o mais rápido possível, até porque já estamos na expectativa na formação de novos policiais e há uma possibilidade também de melhorar a questão do efetivo de Santarém.

Jornal O Impacto: Onde será o local da instalação deste novo Batalhão?

Coronel Tomaso: Com certeza, é um processo que vem avançando desde o final de 2015, para se ter uma ideia, nós visualizamos e fomos visitar vários locais e nós tivemos esse impedimento que você acabou de colocar,  a questão do custo para se construir um quartel e felizmente nós encontramos um local que seria ideal, esse local é um prédio, uma instalação construída dentro da 5ª URE, ali na Curuá-Una, um local ideal. Esse prédio atualmente não está sendo utilizado pela 5ª URE e nós inclusive já fizemos a topografia exata do terreno, no local onde nós queremos, porque se agente está na eminência de conseguir esse espaço via Secretaria de Educação que é também dentro do Estado e com esse espaço nós iríamos ter o mínimo de custo possível, porque nós não iríamos precisar construir um Quartel, não teríamos custos elevados, até o custeio que consiste em água e luz, já está dentro do Estado, é um custeio que pertence a Secretaria de Educação, só iria tramitar para Secretaria de Segurança Pública, ou seja, até isso nós visualizamos, o mínimo de custo possível para se efetivar o Batalhão aqui. É um local que até agente manteve contato com a Prefeitura, o prefeito está se mostrando um parceiro muito bom, inclusive se propôs a dar uma reestruturada depois, por uma questão básica como pintura, limpeza no terreno, onde os custos, até onde visualizamos é o mínimo possível diante do ganho que nós vamos ter em Santarém, principalmente o que a comunidade vai ter nessa região tendo um Batalhão mais próximo em si, tendo oficiais que vão trabalhar em planejamento de uma área muito melhor do que é atualmente, impossível planejar um policiamento. Hoje em dia nós fazemos o planejamento setorizado, dividimos cada vez mais a área em espaços menores para poder termos uma atuação melhor naquela área, hoje em dia com um batalhão, sabemos que é praticamente impossível se ter o controle geral dessa área, então com o 35º Batalhão nós iremos ter uma aproximação maior, vamos dividir melhor essas áreas e vamos está mais próximos dessas comunidades, principalmente que envolve a grande área da Curuá-Una, Maicá, subindo até  chegar em Mojuí e Belterra.

O Impacto: Qual será o próximo passo para que finalmente o novo Batalhão seja uma realidade?

Coronel Tomaso: Justamente, esse é o grande ganho que nós fizemos essa semana, que felizmente a semana passada o comandante geral deu uma prova.  E ele vai preparar o estudo e preparar uma minuta do decreto para o excelentíssimo governador do Estado poder assinar e assim nós efetivarmos. No dia em que tivemos a conversa com o comandante geral pela manhã, pela felicidade nós contamos muito com o apoio da Câmara de Santarém, até porque nesse mesmo dia, já a tarde, nós recebemos a visita de cinco vereadores que foram até o comando da instituição falar com o Comandante Geral e o assunto foi o 35º Batalhão, e se fez reforçar as palavras que nós tínhamos dados ao comandante geral de manhã, da importância para comunidade e todos que residem que Santarém esse batalhão. Mostrando para ele que não é uma maneira exclusiva nossa da Polícia Militar, pelo contrário é uma bandeira que a população assumiu, nós temos dois conselhos de segurança naquela área que estão altamente empenhados em cima disso e estão participando, foram até Belém inclusive e fizeram um mutirão, foram até a Secretaria de Segurança Pública, em breve estarão indo novamente, final do mês agora de agosto nós iremos ter outra reunião na Câmara Municipal onde será exposto a nova fase do projeto, onde nós estamos com o projeto e em cima disso. Temos essa grande mobilização para que agora o Comando Geral produza essa minuta de decreto, e que chegue até o Governador do Estado para que ele possa assinar, não precisa voltar para o a Assembleia Legislativa, porque é uma lei que já existe desde 2014, que estabelece a estrutura da Polícia Militar e na estrutura dessa lei, já tiveram a visão de colocar dois batalhões em Santarém, esse material já está lá. Falta apenas um decreto agora do Governador do Estado.

Jornal O Impacto: Coronel, com relação ao material humano já está definido?

Coronel Tomaso: É importante citar que não vamos precisar de custo com material humano, até mesmo porque seria uma dificuldade para se instalar, para trazer policiais de outras áreas para cá, para se instalar um batalhão, sabemos que se tornaria praticamente impossível, então isso também foi levantado em nosso projeto e bem delimitado. Os policiais que irão ficar em cada Batalhão, com efetivo que nós temos hoje no terceiro batalhão é um efetivo excedente da quantidade que foi prevista para ele. Hoje temos uma faixa de quase 900 homens no 3º BPM, incluindo todas as modalidades de policiamentos aqui em Santarém. O 3º BPM que existe atualmente, tem uma previsão legal para 520 homens, ou seja, ele tem um excedente, então esse processo que iremos fazer, pegar esse efetivo e dividir ao meio e colocar em cada um dos batalhões, com isso nós não estamos solicitando efetivo externo, a ideia não é essa atualmente, queremos apenas dividir para melhorar o controle de policiamento em si.

Jornal O Impacto: Também existe a proposta de implantação da Companhia Independente de Forças Especiais. Como será o funcionamento?    

Coronel Tomaso: É outro ganho que também o Comandante Geral autorizou. Porque nós fizemos o projeto que demonstrou a mesma situação, onde o custo é praticamente zero. Atualmente, nós temos o Grupo Tático Operacional em Santarém, subordinado ao batalhão. A ideia que está prevista em lei é a criação de quatro companhias independentes no interior do Estado, uma delas em Santarém, essa companhia independente iria abranger, o Grupo Tático Operacional, um policiamento que é feito em viaturas (que chamamos de quatro rodas) e iria envolver também o agrupamento da ROCAM(Rondas com motocicletas), que foi uma implantação nossa, durante esse ano em Santarém e que se mostrou muito eficiente, os resultados apontam isso, iria entrar para missões especiais também a própria cavalaria e uma agrupamento especifico para trabalhar com a questão de choque, que envolve reintegração e etc. Essa companhia iria se tornar independente, pois com a independência, ela poderá ter uma abrangência muito maior, uma atuação muito além de Santarém, que irá beneficiar os outros municípios vizinhos, pois atualmente esse serviço é centralizado aqui, quando agente precisa fazer alguma operação fora daqui, temos que solicitar uma autorização, solicitar um despende financeiro e com essa companhia não, ela ficaria independente para atuar praticamente na região como todo. O que vai aumentar a atuação desse agrupamento nos outros municípios que realmente precisam desse suporte uma pouco maior e que de fato será um ganho para todos nós aqui em Santarém.

Jornal O Impacto: Com relação a essa Companhia, já tem uma data para implantação?

Coronel Tomaso: A ideia é fazer as duas no mesmo período, até porque o projeto já está lá e o decreto, ou seja, vão seguir os dois juntos, não só os dois juntos, conseguimos uma aprovação interna dentro do comando a instituição, porque ai não depende mais da assinatura do governador, mas sim uma assinatura do comandante geral que a criação do PPD (Posto Policial Destacado), na comunidade Boa Esperança na Curuá-Una, fica em torno de uns 42 quilômetros aqui do Centro, onde esse Posto Policial irá ter policias destacados para diuturnamente levando nossa presença um pouco mais distante apenas do centro de Santarém, é uma reivindicação não só daquela comunidade, mas de algumas comunidades ciclo vizinhas, já faz algum tempo que estamos na eminência de fazer essa efetivação desse posto lá.

Jornal O Impacto: Coronel a questão da falta de segurança para sociedade brasileira hoje é uma constante. Em termos locais, o senhor como Comandante do CPR1, qual sua avaliação atual de Santarém e que medidas a polícia militar vem tomando que está dando certo?

Coronel Tomaso: Realmente nós acompanhamos diariamente a questão dos índices criminais, existe um programa no estado chamado “Programa de Redução da Criminalidade”, onde agente faz uma avaliação mensal de todos os números da criminalidade em todo Estado e também nas regiões específicas como a nossa, então estamos verificando, houve um aumento nesse número de roubos, principalmente em Santarém. Para se ter uma ideia, do total de roubos registrados na região, quase 80% está concentrado em Santarém, devido a questão populacional que é maior, mas mostra que o foco que temos que trabalhar mais em Santarém e o restante, os quase 20% são divididos nos outros municípios, ou seja, com esse elevação nós começamos a criar alguns mecanismos, os policiamentos foram modificados, algumas estruturas de policiamento foram implementadas, as viaturas começaram a ficar paradas em alguns locais mais específicos onde estava a havendo um fluxo migratório de roubo muito grande. Efetivamos a Rocam, que é uma ronda com apoio de motos, que trata-se de uma trabalho interessante que está sendo feito agora nas motos, nós elevamos o padrão delas, antigamente só existiam moto patrulhamento, nós conseguimos trazer um curso com instrutores vindo de fora para cá e implementamos a Rocam. Aumentamos o número do efetivo do Agrupamento Tático, que antigamente eram mais reduzido, nós duplicamos esse número agora em Santarém com outro curso que nós conseguimos fazer, trazendo também instrutores de fora, alias existem excelentes instrutores em Santarém, criamos uma planejamento e executamos um treinamento que envolve todos os policiais militares. Uma capacitação a mais para esse policial militar, que nós chamamos de “Capacitação de Habilitação Policial Militar onde eles passam por um treinamento que envolve não só a parte teórica mas principalmente a parte de tiro que envolve não só Santarém, mas todos os policiais militares dessa região, que são mais de 1300 policiais militares que estão fazendo esse curso, já é o segundo ano consecutivo e nesse treinamento ao final, eles fazem o treinamento de tiro policial militar, que ano passado foi um tiro mais fixo e hoje em dia está tendo uma elevação   um pouco maior, ele está preparando o policial militar para essa outra realidade de possíveis conflitos de possíveis reações que possa vim dessa criminalidade que está chegando em nossa região. Eu costumo colocar como um dos pontos mais importantes em nosso trabalho porque ele melhora a qualificação do policial e traz mais segurança com relação ao armamento dele em serviço e consequentemente que é de fato o objetivo de tudo isso, ele traz um serviço melhor ao cidadão, quando ele está mais seguro de si, quando ele está atuando em uma situação mais profissional, dando assim uma resposta mais eficiente ao cidadão.

Jornal O Impacto: Com relação à falta de segurança nas escolas. Ultimamente tem acontecido muitos casos, essas medidas também abrange essa situação?

Coronel Tomaso: Nós temos um grupo que trabalha especificamente a ronda escolar, mas nós notamos com esse fluxo de roubo nas escolas. Estamos colocando dois comandantes de área, para eles lamentarem a ronda com contato com o responsável pela escola, ou seja, não só a ronda policial faz esse policiamento, mas também o policiamento ostensivo ordinário que é o policiamento de rádio patrulhamento, que o policial em viatura na sua ronda ele tem um cartão programa, com a determinação de procurar outras escolas, ir até aquelas escolas, eles não fazem as palestras que a ronda escolar faz, ele vai na sala de aula fazer uma palestra, uma coisa bem mais trabalhada, mas eles vão até a escola pra saber como é que está a questão da segurança na escola, geralmente procuram o diretor ou responsável que esteja naquele momento e faz esse contato e aproximação com a comunidade escolar, é um meio que foi criado também para o 3º BPM para se melhorar a questão da aproximação e a segurança que envolve roubos aos aluno e as pessoas que se encontram nas escolas. Intimidando até mesmo a venda de drogas, que é uma realidade que infelizmente acontece, nós temos um trabalho interessante de colocar o PROERD (Programa de Resistência a Droga e Violência), nós somos em nossa região campeões de formação de alunos em todo estado, é um trabalho incessante feito por nossos policias, estivemos agora recentemente lá nas comunidades de Anã, Maripá que fica pro lado do Tapajós conhecendo e levando o PROERD  para aquela região para que nós possamos chegar o mais longe possível na questão de nossas comunidades e mostrar para eles os malefícios que as drogas trazem e eu toquei nesse assunto porque os traficantes e pessoas que trabalham com essa questão da criminalidade envolvendo droga eles procuram, e o melhor manancial para eles são os nossos jovens e se eles não tiverem bem orientados, e serem sabedores dos malefícios que essas drogas trazem, eles se tornam uma alvo fácil e o papel da Polícia Militar também é esse, não entrar apenas com a repressão, mas buscar também nessa melhoria social, através dessa prevenção qualificada levando a palavra através da experiência e o conhecimento para tentar evitar que esses jovens sejam copitados pela drogas.

Jornal O Impacto: Avaliamos que nos últimos anos notamos a aproximação da Polícia com a sociedade, e isso com certeza fortalece o trabalho. Está é uma estratégia eficiente?

Coronel Tomaso: Com certeza, é uma das duas grandes bandeiras de comandos que nós estabelecemos, onde agente vai e nossa equipe observou muito isso, nós estamos com uma aproximação muito grande onde agente tem aqui em Santarém, quatro conselhos de segurança pública aqui funcionando, esses conselhos tem uma representação que envolve várias lideranças comunitárias, esses conselhos estão próximos da gente assim como estamos próximos deles, prova disso é a questão da efetivação do 35º Batalhão que é uma bandeira de luta desses conselhos, já tomaram para si isso dai, e é muito importante porque trata-se de um benefício para comunidade, agora estamos aqui, mais em outro momento podemos estar em outro lugar fazendo outro tipo de trabalho em outro local, mais isso vai ficar para população e esse sentimento de pertencimento que é importante que a população tenha, nós da Polícia Militar trabalhamos com o cidadão, o cidadão tem que entender que a Polícia Militar pertence a ele, essa instituição pertence ao cidadão, ele tem que se apropriar dessa instituição, é claro nós temos nossos erros, mas muito mais acertos que muitas vezes não são noticiados, mas é importante é saber que nossa missão é servir e atender o cidadão.

Por: Edmundo Baía Júnior

Fonte: RG 15/O Impacto

 

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