Refugiadas venezuelanas pedem esmolas nas ruas de Santarém

Em vários pontos do centro de Santarém podemos observar venezuelanas pedindo ajuda

Uma cena anômala pode ser vista por quem trafega em ruas do centro comercial de Santarém, no oeste do Pará. No local, mulheres venezuelanas abordam condutores de veículos e pedem esmolas. Trajando roupas típicas do seu País de origem, as venezuelanas atrelam um cartaz em seus vestuários para atrair atenção de motoristas e motociclistas.

Moradores tradicionais de Santarém contam que estão surpresos com a forma como os venezuelanos estão se instalando na cidade. “Alguns deles alegam que não têm documentos para conseguir trabalho aqui em Santarém, mas cenas como estas de pessoas pedindo esmolas desta forma, pra mim é novidade”, contou o aposentado, João Pinto.

Desde que o primeiro grupo de venezuelanos chegou à Santarém, no dia 28 de setembro deste ano, o número de refugiados aumenta semanalmente e já chega a 44, segundo a Prefeitura Municipal.

Por conta disso, várias reuniões estão sendo realizadas com a participação de órgãos e entidades do Município, para debater a situação dos refugiados venezuelanos, em Santarém. Logo na chegada, após se instalar sob árvores no centro da cidade, o primeiro grupo de indígenas venezuelanos recebeu apoio de protestantes, onde foram abrigados provisoriamente em uma igreja, em Santarém.

E para decidir a situação deles, a Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtras), realiza reuniões semanalmente. Durante os encontros, órgãos federais, estaduais, municipais, instituições religiosas e entidades Indígenas decidem em caráter de urgência, a implantação de uma comissão intersetorial que tratará dos assuntos pertinentes aos refugiados indígenas oriundos da Venezuela.

Em nota, a Semtras informou que soube que algumas mulheres e crianças estavam pedindo esmolas no centro da cidade. E que uma equipe da Semtras os orientou quanto essa prática e os alertou sobre o risco que estão colocando as crianças. A Semtras garante que está mantendo os refugiados com alimentação adequada, materiais de higiene e local para dormirem, além de atender até aos pedidos especiais como o fornecimento de trigo para que produzam um pão indígena. A Secretaria esclarece ainda que não pode privar essas pessoas de liberdade.

ATENDIMENTO: Segundo a Semtras, os refugiados venezuelanos foram atendidos pelo governo municipal desde a chegada. O Conselho Tutelar iniciou o encaminhamento para os órgãos ligados aos indígenas da cidade, e também acionou uma equipe do Centro POP que foi até o local fazer uma abordagem social. Ao identificar que o grupo estava em situação de rua, a equipe encaminhou os refugiados em um ônibus até o prédio do Centro POP, onde eles receberam alimentação adequada, tomaram banho e lavaram as roupas. Após esses procedimentos, a equipe técnica cadastrou todos.

Depois, foi contactada uma instituição religiosa que ofereceu abrigo ao grupo até o dia 2 de outubro, quando a Diocese de Santarém ofertou um novo local para acolher os refugiados.

ABRIGO: A Diocese de Santarém esclarece que o Centro de Formação Franciscana foi cedido por um mês, mas tem capacidade para até 30 pessoas e não tem como receber tantos venezuelanos. No dia 16, representantes de órgãos públicos, do governo, instituições religiosas e movimentos sociais se reuniram para traçar um novo diagnóstico para o atendimento aos refugiados a partir de novembro.

A rede de acolhimento provisório está oferecendo assistência nas áreas da alimentação, moradia, saúde, assistência psicossocial e serviços públicos. No alojamento, vivem bebês, crianças, adolescentes, adultos e até idosos. Os refugiados, em sua maioria, pertencem a etnia Warao, falam espanhol e quase não dominam a língua portuguesa.

De acordo com a Diocese de Santarém, muitos venezuelanos estão deixando seus locais de origem em busca de uma vida melhor no Brasil, fugindo do desemprego e da fome.

PEDIDOS DE REFÚGIOS: Dados do Ministério da Justiça apontam que o número de pedidos de refúgios de 2017 é mais do que o dobro do que o registrado em 2016.

Segundo o Ministério da Justiça, de janeiro até a primeira semana de maio deste ano foram registradas 8.231 solicitações. Somente entre o final de março e o início de maio de 2017 foram 5.436. Durante todo o ano de 2016 foram 3.375 pedidos.

Por: Jefferson Miranda

Fonte: RG 15/O Impacto

 

Um comentário em “Refugiadas venezuelanas pedem esmolas nas ruas de Santarém

  • 21 de outubro de 2017 em 05:40
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    Temos aí um exemplo da mentira chamada comunismo, em que é propagada a “igualdade de todos”, que todos serão amparados pelo estado,blá,blá,blá. Fugiram do socialismo bolivariano, que conseguiu acabar com a economia venezuelana, distribuindo mesmo é miséria, muita fome e repressão com tiros – mais de 100 mortos! Alô socialistas de Santarém, chegou a hora de provar a solidariedade que tanto alardeiam, levem ao menos 2 indígenas para suas casas ! E agradeçam ao Maduro !

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