Paraense vence no ringue, mas jurados dão vitória a Norte-americano
Quando o narrador do Ultimate Fighting Championship (UFC), Bruce Buffer, anunciou a vitória por decisão dos juízes com o placar de 29 a 28 para o norte-americano Quinton “Rampage” Jackson, a surpresa atingiu até mesmo o vencedor do combate. Jackson se apressou em pedir uma revanche para Lyoto Machida, a quem reconheceu como vencedor na luta principal da edição 123 do UFC, na madrugada de domingo. O pedido, porém, pouco adianta: o presidente do evento, Dana White, disse que a hipótese de Lyoto e Rampage voltarem a se enfrentar é nula. Para o carateca Machida, a hora é de assimilar o outro lado de uma decisão polêmica dos juízes, tal qual aconteceu em sua primeira defesa de cinturão contra o compatriota Maurício “Shogun” Rua, quando sua vitória foi contestada.
Para Lyoto Machida, a luta em Detroit era um recomeço. O paraense entrou no ringue sob aplausos e com uma música cantada por seu pai, em japonês, gravada em um estúdio em Los Angeles, alusiva à arte marcial defendida pelo clã Machida no Pará. Apesar de ter avisado que não esqueceria seu “background” de caratê, prometeu uma postura mais agressiva no octógono.
No início da luta, muita cautela. Era claro o respeito que Rampage mostrava por Lyoto, a despeito das declarações provocativas que deu antes da luta sobre a “chatice” do estilo do brasileiro. Lyoto começou atacando com chutes baixos, tentando castigar o já prejudicado joelho do norte-americano. Rampage respondia com contra-ataques rápidos e agressivos na base de cruzados e diretos. Nenhum, porém, acertou em cheio o paraense.
O segundo round foi dominado pelo norte-americano. Rampage procurou sempre encurralar Lyoto junto à grade. O paraense começou respondendo com uma joelhada. A queda que impôs ao brasileiro, mostrando o forte de seu wrestling, foi determinante para que não houvesse dúvidas em relação ao vencedor do round. Porém, o terceiro assalto foi de Lyoto, que partiu para cima e conseguiu uma boa sequência de chutes após acertar um cruzado em Rampage. O norte-americano reagiu, mas Lyoto levou a luta para o chão, onde passou a guarda e permaneceu com o domínio. Sem nocaute, porém, como se sabe, a decisão é dos juízes.
E a arbitragem apontou, com dois rounds contra um, para Rampage. “Ele me surrou nesta noite. Estou envergonhado. Ele fez um grande trabalho, e eu não consegui fazer o que pretendia. Mesmo que eu não queira, acho que seria justo fazer uma revanche imediata”, disse após o anúncio oficial do resultado. O presidente Dana White, porém, rechaçou a hipótese de revanche e mandou um recado indireto para Lyoto. “Eu gosto de caras que vêm para lutar. Eu prefiro manter um cara que perdeu uma luta indo pra cima a todo o momento, do que manter um cara que correu em círculos por três rounds e venceu”, disse.
Da Redação