Crack atinge pelo menos 70% das cidades brasileiras, diz estudo
Quase 70% das cidades brasileiras sofrem com problemas sociais relacionados ao uso de crack e outras drogas. A porcentagem corresponde a 3.871 dos 5.563 municípios brasileiros. O número pode ser bem maior, já que a pesquisa – feita pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios) – conseguiu coletar dados de 3.950 municípios. Deste universo pesquisado, apenas 79 (ou 2% da amostra) não tinham problemas relacionados a drogas.
Os dados foram divulgados, na manhã desta segunda-feira (13), pela CMN. Para fazer o levantamento, a confederação ligou para cada uma das Secretarias de Saúde dos municípios e questionou o que estava sendo feito para combater o uso de drogas e seus efeitos sobre os jovens e a população em geral.
Os resultados mostram que a maioria das cidades ainda enfrenta dificuldades para resolver o problema. Dos 3.950 municípios pesquisados (o que equivale a 70% do total de cidades brasileiras), 91,57% não têm nenhum programa municipal de combate ao crack. Dos que possuem (333), 62,4% não recebem nenhum tipo de ajuda financeira para manter os programas.
O governo federal ajuda apenas 24,6% (82) deles, o governo estadual contribui em 13,8% (46) e outras instituições dão dinheiro a 3,6% (12) dos municípios. Quando se consideram apenas os municípios que contam com algum tipo de ação contra as drogas, como campanhas, o número é maior, mas não passa da metade.
Do universo pesquisado (3.950 municípios, 70% do total no país), 51,85% (2.048) sequer possuem ações para debelar o crack. Dos 1.902 municípios (48,15%) que possuem algum tipo de campanha, 1.654 (58%) não recebem nenhum tipo de ajuda em dinheiro para isso.
A maioria dos municípios com ações investe majoritariamente em prevenção ao uso de drogas, com menor ênfase para o tratamento.
No estudo, os Estados com mais municípios que investem contra o problema são Rio Grande do Sul (64,5%), Sergipe (56,52%) e Alagoas (55,17%). Os que menos têm municípios com ações são Amapá (28,57% investem), Espírito Santo (38,89%) e Minas Gerais (40,24%).
Renan Ramalho, do R7 em Brasília