Peixe-boi: A covarde matança continua

Peixe-boi recebendo tratamento especial

Uma estimativa feita por agentes ambientais de Silves, município a 200 quilômetros de Manaus, indica que 30 peixes-bois foram mortos no intervalo de duas semanas. A Associação Amigos do Peixe-boi da Amazônia (Ampa) recebeu denúncias de matanças de animais em pelo menos outros quatro municípios do estado do Amazonas. Botos, tanto o vermelho quanto o tucuxi, também estão sendo mortos com mais facilidade devido ao baixo nível de rios da Amazônia.

O diretor da Ampa, Jone César Silva, explica que os animais estão presos em lagos ou poços naturais, devido à seca, que este ano é a maior já registrada no Amazonas. Há denúncias de matança também em Manacapuru (80 quilômetros de Manaus), Autazes (110 Km), Coari (360 quilômetros de Manaus) e Tefé (560 quilômetros). As denúncias também foram apresentadas ao órgão federal de meio ambiente do Brasil, Ibama, e ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), que organizam missões de fiscalização para proteger os animais.

Um dos animais abatidos em Silves foi levado até o Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (LMA/ Inpa). É um filhote fêmea, com 1,42 metro de comprimento e 62 quilos. Ela foi morta após ser arpoada por caçadores. Segundo o veterinário Anselmo D’Affonseca, do Inpa, o filhote provavelmente ainda era amamentado. “Em cativeiro, o peixe-boi é alimentado pela mãe até os dois anos, então a gente acha que quando o caçador matou este filhote tenha matado a mãe também”, conta D’Affonseca.

Na última semana, mais um animal resgatado foi levado aos cuidados do Inpa e da Ampa. Um filhote também fêmea, com 1,65 metro, encontrado em Iranduba (25 quilômetros de Manaus.). Após ser visto em uma rede de pesca, uma moradora da comunidade Jacarezinho chamou a Guarda Municipal. O animal foi mantido em um açude, até ser levado a Manaus. O filhote deverá ficar durante um mês para avaliação médica no Inpa. Ele só poderá ser devolvido ao habitat assim que o nível dos rios subir e oferecer mais segurança. (Vandré Fonseca)

Fonte: http://www.oecoamazonia.com/br/blog/(blog do paju)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *