Opositores e simpatizantes de Mubarak entram em conflito na capital do Egito

Os protestos contra o regime do presidente egípcio Hosni Mubarak entraram no 9º dia consecutivo nesta quarta-feira. Segundo informações de agências, há confrontos entre os opositores e grupos pró-Mubarak no Cairo, capital egípcia. Grupos contrários e simpatizantes de Mubarak atiravam pedras uns contra os outros. Segundo a agência de notícias “Associated Press”, havia pessoas feridas, “com a cabeça sangrando”, na praça Tahrir, onde o grupo contrário à permanência de Hosni Mubarak concentra seus protestos.

Protestos violentos marcam o dia a dia de um país sem PAZ (leomedeirosolinda.blogspot.com)

Outro repórter, da rede “Al Jazeera”, relatou que cerca de 10 mil simpatizantes do presidente invadiram a praça. Segundo o jornal britânico “The Guardian”, também há manifestantes pró-Mubarak na Alexandria, a segunda maior cidade do Egito.

Na praça Tahrir, a proteção que separava manifestantes da oposição, que fazem guarda ali desde sexta-feira, três dias depois do início dos protestos contra o regime, e os partidários de Mubarak  foi rompida. O Exército cerca a praça para evitar que mais manifestantes pró-Mubarak entrem na praça.

Outras manifestações de apoio ao presidente egípcio também foram vistas em frente à sede do Ministério das Relações Exteriores, em uma avenida paralela ao Nilo e no bairro de Mohandisin. “Com meu corpo e com meu sangue defenderei Mubarak”, gritavam um dos manifestantes pró-governo.

Protestos violentos marcam o dia a dia de um país sem PAZ

Redução do toque de recolher

Apesar do discurso de tom conciliador de Mubarak, que nesta terça-feira anunciou que não vai disputar o 6º mandato, cerca de 1.500 manifestantes passaram a noite na praça Tahrir, no centro de Cairo, exigindo a renúncia do presidente.  A maioria diz que permanecerá no local até a queda de Mubarak, carregando faixas com frases como “O povo exige a queda do regime”, em inglês, ou “Vá embora”, em árabe.

Após uma semana de protestos, nesta quarta-feira o Exército anunciou a redução do toque de recolher, vigente das 15h às 8h no horário local. O novo toque de recolher vai vigorar de  17h no horário local (13h de Brasília) às 7h no horário local (3h de Brasília).

As Forças Armadas também fizeram um comunicado pedindo aos manifestantes que voltem as suas casas para que o país possa recuperar sua estabilidade.

“É possível que vivamos uma vida normal, é possível para os netos dos faraós e os construtores das pirâmides superar as dificuldades e conquistar segurança”, afirmou o porta-voz militar em comunicado lido pela televisão.

“Vocês saíram às ruas para expressarem seus pedidos e são capazes de recuperar a normalidade no Egito”, completou. Segundo ele, as Forças Armadas continuarão protegendo Egito “seja qual for o desafio. Viva Egito livre, forte e seguro”.

O acesso à internet, que durante os primeiros dias foi essencial para articular os protestos contra o regime e permanecia fora de serviço desde sexta-feira, foi reestabelecido no Cairo nesta quarta-feira. A interrupção da internet tinha como objetivo aplacar os protestos, embora oficialmente as autoridades não tenham dada nenhuma explicação.

Do UOL Notícias, em São Paulo/Com informações das agências internacionais EFE, AFP e AP

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