Travestis paraenses levados para se prostituir em São Paulo

Investigações iniciadas na Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), da Polícia Civil do Pará, levaram policiais civis de São Paulo a estourar, na noite de ontem (2), duas pensões na capital paulista, onde estavam mais de 100 travestis. A maioria deles, em torno de 90%, são paraenses, sendo cinco deles adolescentes. A denúncia surgiu no mês passado, por familiares de rapazes que haviam sido levados de Belém para São Paulo, e que, depois, não entraram mais em contato com a família.

A investigação começou após uma família prestar queixa do desaparecimento de um adolescente de 17 anos em Belém, de onde veio a maioria dos rapazes. Os pais do jovem suspeitavam que ele estivesse em São Paulo. A partir da ocorrência do suposto desaparecimento, a Data passou a investigar o fato, com apoio inclusive da Interpol, para tentar descobrir o paradeiro deles.

Com o andamento das investigações, as Polícias Civis do Pará e de São Paulo, em troca de informações, apuraram que os jovens estavam na capital paulista onde eram submetidos a um esquema de prostituição, no qual eram obrigados a ficar em pensões e pagar a hospedagem com os programas sexuais.

Segundo a Polícia Civil de São Paulo, os travestis foram levados à capital paulista por uma mulher, ainda não identificada, que está sendo procurada. O marido dela é a pessoa responsável em ficar com parte do dinheiro do programa dos rapazes. No momento da chegada dos policiais civis a uma das pensões, ele conseguiu fugir. Os dois responderão por tráfico de pessoas, corrupção de menores e porte de droga, pois no local foi encontrada maconha para consumo do grupo.

A delegada Christiane Lobato, diretora da Data, dará uma entrevista coletiva à imprensa onde serão esclarecidos mais detalhes do esquema de tráfico de pessoas e da ação policial. A coletiva será realizada às 15h, na sala de reunião da Delegacia Geral da Polícia Civil, em Belém.

(DOL, com informações da Polícia Civil)

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