Juiz flagra detento tomando conta da Delegacia

Valdemar Garcia, condenado a 12 anos de detenção por homicídio e atualmente em regime semi-aberto, foi flagrado tomando conta da Delegacia do município de Novo Progresso, no Oeste do Pará. Até então tudo bem, não fosse o fato do “delegado condenado” ter sido flagrado em pleno gozo de suas funções policiais pelo juiz José Admilson Gomes Pereira, que responde pela Comarca daquele Município e que “sem querer querendo”, efetuava uma visita à Unidade Policial Civil, por volta das 20h30 de segunda-feira, dia 14.

Seguindo no rastro de irregularidades encontradas na Unidade Policial de Novo Progresso, foi detectado o caso de uma mulher que ficou algemada em um banco na Delegacia de Novo Progresso, por pura falta de estrutura, pois a mesma não oferece celas para detentas femininas.

Fatos – O mais inacreditável em toda essa história é que o homicida que às vezes é “delegado substituto” na Unidade Policial de Novo Progresso, fica tomando conta de 22 presos, muitos destes, condenados por crimes muito graves. Todas às vezes em que o delegado sai para almoçar, Valdemar Garcia assume o cargo policial, mesmo sendo um condenado por homicídio. Por essas e outras irregularidades é que a UP de Policial Civil de Novo Progresso é uma das campeãs em fugas de presos em toda a região Oeste do Pará.

Providências – Depois que foi feito o flagrante e o interrogatório, o juiz Admilson Gomes Pereira ligou para o Delegado responsável e ordenou que assumisse as funções imediatamente. Segundo informes colhidos no local, o condenado Valdemar Garcia disse que esta situação vem se repetindo há algum tempo, os agentes responsáveis saem para jantar e ordenam que ele fique tomando conta da Delegacia até o retorno dos responsáveis, que dura em torno de meia hora, segundo informou o preso. Quando perguntado se os demais prisioneiros sabiam que isso acontecia, ou seja, que no lado de fora da carceragem não havia autoridades policias e que somente ele, que também é prisioneiro ficava de responsável pela delegacia e munido de apenas um telefone celular, ele respondeu que sim.

Por: Carlos Cruz