Helder: “Jatene tem que atender prioridades de Santarém”

Helder Barbalho é a favor do Estado do Tapajós e da usina de Belo Monte

O presidente da Federação dos Municípios do Estado do Pará (Famep) e prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho (PMDB) em entrevista exclusiva a “O IMPACTO” revelou que é a favor do plebiscito para a criação do Estado do Tapajós. Helder falou ainda que a construção da hidroelétrica de Belo Monte, em Altamira, será fundamental para o desenvolvimento do Brasil e, que por isso a Famep é a favor da consolidação do empreendimento. Ele abordou também temas relacionados ao desenvolvimento da região Oeste do Pará. Veja a entrevista:

Jornal O Impacto: No momento quais são as prioridades para o desenvolvimento da região Oeste do Pará?

Helder Barbalho: As regras estão em andamento e podem ser evoluídas pelos municípios tanto na esfera estadual quanto federal e, na mesma maneira cumprindo uma agenda de compromissos que acima de tudo possam gerar empregos e igualdade, para que a população possa se beneficiar de atendimentos.

Jornal O Impacto: O Estado do Pará tem recursos disponíveis para serem investidos nos municípios?

Helder Barbalho: A Famep tem colocado claramente que deseja o cumprimento da Lei e, que seja realizado um monitoramento do empréstimo feito em 2010 junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, para que se identifiquem os projetos financiados pelo BNDES e os R$ 90 milhões que ainda restam e, que o Estado ainda não recebeu por parte do banco. Queremos que o Governador possa manter o empréstimo e a decisão política, para que os R$ 90 milhões ainda restantes sejam investidos em todos os municípios do Pará, para que a população tenha certeza de que essas obras deverão acontecer.

Jornal O Impacto: Como a Famep analisa a questão administrativa de Santarém com a prefeita Maria do Carmo filiada ao PT e o governador Simão Jatene, do PSDB?

Helder Barbalho: Primeiramente como presidente da Famep, tenho que defender os interesses de Santarém e não deixar que aconteça qualquer tipo de desatendimento ao Município por questões partidárias. Acho que a classe política necessita amadurecer independente de siglas partidárias e priorizar o município de Santarém, que é a cidade pólo desta região. Santarém é sem dúvida nenhuma a cidade expoente e precisa ser priorizada, para o bem da população local e para receber toda a demanda vinda de outros municípios próximos. O Estado deve ficar atento as prioridades apresentadas pela prefeita Maria do Carmo e deve priorizar a questão turística, como o Aeroporto de Santarém e o asfaltamento da BR-163, para que a cidade se consolide, como o ponto referencial da exportação de grãos vindo do Centro-Oeste.

Jornal O Impacto: a Famep é a favor da implantação da Hidroelétrica de Belo Monte?

Helder Barbalho: Belo Monte, no meu entendimento, é uma obra necessária para o desenvolvimento do Brasil. A gente não pode impedir o direito do Brasil crescer, mas ao mesmo tempo não podemos desrespeitar a população local e a relação sustentável com o meio ambiente. A Famep defende que seja realizado o serviço, mas que seja feita também uma relação sustentável com o meio ambiente. No que diz respeito aos municípios e a sociedade nas áreas que ficam próximas a hidroelétrica, temos experiências no nosso Estado, como a implantação da usina de Tucuruí, que deixou diversas lições. Portanto, as ações preventivas devem ser preparadas não para a hidroelétrica apenas, mas para as obras que vão gerar as expectativas de emprego e, que já estão ocorrendo em função do empreendimento. Estivemos em Altamira na terça-feira, levando o presidente da Norte Energia, para a primeira reunião com todos os prefeitos, para ouvir dos gestores as várias demandas, para a partir daí estabelecer uma ação no sentido de que esta região possa se valer e ser beneficiada desse projeto fundamental para o desenvolvimento do Brasil.

Jornal O Impacto: o senhor é a favor da criação do Estado do Tapajós?

Helder Barbalho: A Constituição deve respeitar os princípios e, dar de maneira clara o direito da população desta região e do Estado a decidir se quer ou não criar uma nova Unidade Federativa. Se esta região entender que é bom para ela criar o Estado do Tapajós, os políticos têm que respeitar a vontade popular e, eu haverei de estar solidário para esta decisão.

Jornal O Impacto: Quais as prioridades da Famep para a região do Baixo Amazonas?

Helder Barbalho:  Com o objetivo de criar alternativas para o desenvolvimento das regiões do Baixo Amazonas e Tapajós, 12 prefeitos de cidades do Oeste do Pará participaram do Seminário Regional para o Desenvolvimento Integrado, realizado pela Federação das Associações dos Municípios do Estado do Pará (Famep), suas Associações e Consórcios no último sábado, 12, na sede da Associação Comercial e Empresarial (ACES) de Santarém. A partir dos relatos, a Famep consolidará as informações em um relatório que será encaminhado aos governos do Estado e Federal para que tomem conhecimento das agendas propositivas das regiões do Pará. Apesar de ser de conhecimento público as necessidades do Baixo Amazonas e do Tapajós, como presidente da Famep, não cabe a mim dizer quais as prioridades dessas regiões, por isso estamos debatendo com quem realmente entende e tem legitimidade para falar desses assuntos. Refiro-me ao desejo histórico das populações locais pelo asfaltamento da BR-163 (Santarém-Cuiabá) e Transamazônica, além da ampliação do programa Luz para Todos e melhorias na infraestrutura urbana, especialmente na construção de portos hidroviários e aeroportos.

Jornal O Impacto: Com relação aos pedidos dos prefeitos presente no evento, o que o senhor tem a comentar?

Helder Barbalho: Os prefeitos presentes elencaram como prioridades do Baixo Amazonas e do Tapajós a criação de pólos da Universidade Estadual do Pará (UEPA), ampliação dos sistemas de abastecimento de água, aquisição de ambulanchas e a criação do Estado do Tapajós. Participaram do encontro, os prefeitos Geraldo Pastana (Belterra); Denilson Batalha (Faro); Valmir Climaco (Itaituba); Henrique Costa (Juruti); Sérgio Pingarilho (Prainha); Marcílio Picanço (Terra Santa), (Aparecido Florentino da Silva (Rurópolis), Raimundo Reis (Curuá), Eraldo Pimenta (Uruará) e Danilo Miranda (Trairão); além dos deputados peemedebistas Antônio Rocha e Josefina Carmo. A intenção da Famep é qualificar ainda mais os debates com os governos e apresentar sugestões de obras e serviços que os prefeitos gostariam de ver implantados, seja para beneficiar os municípios que governam ou a região em que se encontram.

Jornal O Impacto: Um assunto bastante comentado pelos prefeitos foi o destino do empréstimo feito pelo governo Ana Júlia. O que a Famep irá fazer?

Helder Barbalho: Um tema recorrente durante o seminário foi o destino dos R$ 366 milhões que o governo Ana Júlia emprestou do BNDES no ano passado. Muitos prefeitos disseram que ainda não viram “a cor do dinheiro” e querem saber se ainda vão receber a parte que lhes cabe, principalmente porque, segundo eles, foram informados pelo atual governo que restam apenas R$ 90 milhões do total adquirido junto ao banco. Já tivemos encontros com o governador Simão Jatene tratando sobre esse assunto. Os prefeitos também fizeram outras solicitações. Em nível federal, pediram a pavimentação da BR-163, rodovia que liga o norte do estado do Mato Grosso ao porto de Santarém. Já a nível estadual pediram o retorno do projeto de recuperação de estradas realizado na primeira administração de Simão Jatene. Junto ao governo Federal, eles pleiteiam a ampliação do programa Luz para Todos, diminuição da burocracia do programa Minha Casa Minha Vida, a construção de um Hospital Regional em Itaituba e a divulgação dos recursos existentes na Funasa. Todas essas reivindicações serão cobradas das autoridades públicas estadual e federal.

Por: Manoel Cardoso

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *