Pedro Peloso: “Prefeitura tem muitas Secretarias ociosas”

Três candidatos participaram das prévias que foram realizadas no começo desta semana, na sede do PT de Santarém. Cada candidato representando sua respectiva facção dentro do partido santareno: Inácio Corrêa, que representa a Tendência Unidade na Luta; Pedro Peloso, da Articulação Socialista (AS) e o professor Dilmo Seade, que representa a DS – Democracia Socialista. A partir dessa convenção interna, onde uma facção denominada PT Prá Valer, do deputado Airton Faleiro, não indicou nome para concorrer, os filiados irão escolher no início do próximo ano, quem realmente será o candidato do Partido dos Trabalhadores para a Prefeitura de Santarém. Começa a corrida dentro do PT para escolher quem vai suceder a atual prefeita Maria do Carmo Martins, que deixa o cargo em 2012. Pedro Peloso, um dos candidatos, falou com exclusividade para o jornal O Impacto:

Jornal O Impacto: A prefeita Maria do Carmo disse em entrevista que o candidato do PT seria Inácio Corrêa. Que conclusões o senhor tirou dessa declaração?

Pedro Peloso: No dia em que a prefeita Maria do Carmo fez essa afirmação, por sinal, bem categórica, eu achei que foi precipitação da parte dela, tanto é que eu reagi, afirmando que se ela podia fazer essa indicação eu também podia indicar candidato, dentro do partido. Mas no final das contas foi bom, por que a partir desse episódio o PT de Santarém tomou as rédeas, marcou o processo que agora está sendo seguido por todos os filiados.

Jornal O Impacto: Que conclusões o senhor tira, analisando a gestão da prefeita Maria do Carmo Martins?

Pedro Peloso: A partir do momento em que existem três candidaturas à sucessão dentro do partido, PT, significa que não existe consenso ao governo dela, muito menos a favor da minha candidatura, nem do Inácio, menos ainda do Dilmo. Porém, isso é muito comum dentro do PT, onde a gente discute, diverge, faz a luta interna. Isso é que fortalece um pouco o nosso partido. O PT não tem dono, então, cada um defende sua proposta, sua idéia e no final, a esperança que a gente consiga a unidade.

Jornal O Impacto: Quanto a demissão de Rosilane Evangelista, da Secretaria de Finanças, o que o senhor tem a declarar?

Pedro Peloso: Foi bastante discutida essa decisão da Prefeita, pelo partido. No governo municipal a Maria é a pessoa que tem a última palavra e eu não questiono sua decisão, eu questionei só a forma como foi feita, que foi brusca, um pouco precipitada. Mas isso é fato passado, temos outro Secretário e agora é bola prá frente.

Jornal O Impacto: Em algum momento o senhor teve a intuição de que o PT de Santarém estava tendo dono?

Pedro Peloso: Sim, caso prevalecesse a tese da prefeita Maria do Carmo, dando a entender que ela estava sendo dona do partido, que poderia indicar candidato a sua sucessão. Mas ela compreendeu que não é dona do partido. A Prefeita é uma aliada importante, sem dúvida alguma, mas é uma militante do partido, com direitos iguais a todos. Nem eu, nem ela, nem ninguém, não somos donos do partido em Santarém. O PT pertence a todos seus filiados.

Jornal O Impacto: O senhor poderia fazer uma análise da administração da prefeita Maria do Carmo, nestes oito anos?

Pedro Peloso: Eu considero que o primeiro governo da Maria, o chamado Maria I, foi bem interessante e fez bem para Santarém, porque a Maria tinha um grupo, tanto de aliados, quanto dentro do partido que ajudou bastante. O segundo mandado começou com o problema dos seis meses em que ela não assumiu. A partir desse episódio, eu considero que o governo ficou desencontrado. A Prefeita tem se esforçado, mas começou com problemas originados dos seis meses em que ela ficou de fora. Uma outra crítica que eu faço é quanto a quantidade de secretarias, eu acredito que emperra um pouco o governo. Muitas secretarias, muitas coordenadorias. Eu, sinceramente, como cidadão acredito que sete ou oito secretarias seriam o máximo que a Prefeita precisaria para administrar. Tem muita Secretaria que acaba ficando ociosa, porque o governo se espalha demais, fica meio inchado e a administração não anda a contento.

Por: Carlos Cruz