Ex-Governador faz revelações bombásticas à revista Veja

José Roberto Arruda

José Roberto Arruda foi expulso do DEM, perdeu o mandato de governador e passou dois meses encarcerado na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, depois de realizada a Operação Caixa de Pandora, que descobriu uma esquema de arrecadação e distribuição de propina na capital do país.

 

Filmado recebendo 50 mil reais de Durval Barbosa, o operador que gravou os vídeos de corrupção, Arruda admite que errou gravemente, mas pondera que nada fez de diferente da maioria dos políticos brasileiros: “Dancei a música que tocava no baile”.

Em entrevista a VEJA, o ex-governador parte para o contra-ataque contra ex-colegas de partido. Acusa-os de receber recursos da quadrilha que atuava no DF. E sugere que o dinheiro era ilegal. Entre os beneficiários estariam o atual presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), e o líder da legenda no Senado, Demóstenes Torres (GO). A seguir, os principais trechos da entrevista:

O senhor é corrupto?

Infelizmente, joguei o jogo da política brasileira. As empresas e os lobistas ajudam nas campanhas para terem retorno, por meio de facilidades na obtenção de contratos com o governo ou outros negócios vantajosos. Ninguém se elege pela força de suas ideias, mas pelo tamanho do bolso. É preciso de muito dinheiro para aparecer bem no programa de TV. E as campanhas se reduziram a isso.

O senhor ajudou políticos do seu ex-partido, o DEM?

Assim que veio a público o meu caso, as mesmas pessoas que me bajulavam e recebiam a minha ajuda foram à imprensa dar declarações me enxovalhando. Não quiseram nem me ouvir. Pessoas que se beneficiaram largamente do meu mandato. Grande parte dos que receberam ajuda minha comportaram-se como vestais paridas. Foram desleais comigo.

Como o senhor ajudou o partido?

Eu era o único governador do DEM. Recebia pedidos de todos os estados. Todos os pedidos eu procurei atender. E atendi dos pequenos favores aos financiamentos de campanha. Ajudei todos.

O que senhor quer dizer com “pequenos favores”?

Nomear afilhados políticos, conseguir avião para viagens, pagar programas de TV, receber empresários.

E o financiamento?

Deixo claro: todas as ajudas foram para o partido, com financiamento de campanha ou propaganda de TV. Tudo sempre feito com o aval do deputado Rodrigo Maia (então presidente do DEM).

De que modo o senhor conseguia o dinheiro?

Como governador, tinha um excelente relacionamento com os grandes empresários. Usei essa influência para ajudar meu partido, nunca em proveito próprio. Pedia ajuda a esses empresários: “Dizia: ‘Olha, você sabe que eu nunca pedi propina, mas preciso de tal favor para o partido’”. Eles sempre ajudaram. Fiz o que todas as lideranças políticas fazem. Era minha obrigação como único governador eleito do DEM.

Esse dinheiro era declarado?

Isso somente o presidente do partido pode responder. Se era oficialmente ou não, é um problema do DEM. Eu não entrava em minúcias. Não acompanhava os detalhes, não pegava em dinheiro. Encaminhava à liderança que havia feito o pedido.

Quais líderes do partido foram hipócritas no seu caso?

A maioria. Os senadores Demóstenes Torres e José Agripino Maia, por exemplo, não hesitaram em me esculhambar. Via aquilo na TV e achava engraçado: até outro dia batiam à minha porta pedindo ajuda! Em 2008, o senador Agripino veio à minha casa pedir 150 mil reais para a campanha da sua candidata à prefeitura de Natal, Micarla de Sousa (PV). Eu ajudei, e até a Micarla veio aqui me agradecer depois de eleita. O senador Demóstenes me procurou certa vez, pedindo que eu contratasse no governo uma empresa de cobrança de contas atrasadas. O deputado Ronaldo Caiado, outro que foi implacável comigo, levou-me um empresário do setor de transportes, que queria conseguir linhas em Brasília.

O senhor ajudou mais algum deputado?

O próprio Rodrigo Maia, claro. Consegui recursos para a candidata à prefeita dele e do Cesar Maia no Rio, em 2008. Também obtive doações para a candidatura de ACM Neto à prefeitura de Salvador.

Mais algum?

Foram muitos, não me lembro de cabeça. Os que eu não ajudei, o Kassab (prefeito de São Paulo, também do DEM) ajudou. É assim que funciona. Esse é o problema da lógica financeira das campanhas, que afeta todos os políticos, sejam honestos ou não.

Por exemplo?

Ajudei dois dos políticos mais decentes que conheço. No final de 2009, fui convidado para um jantar na casa do senador Marco Maciel. Estávamos eu, o ex-ministro da Fazenda Gustavo Krause e o Kassab. Krause explicou que, para fazer a pré-campanha de Marco Maciel, era preciso 150 mil reais por mês. Eu e Kassab, portanto, nos comprometemos a conseguir, cada um, 75 mil reais por mês. Alguém duvida da honestidade do Marco Maciel? Claro que não. Mas ele precisa se eleger. O senador Cristovam Buarque, do PDT, que eu conheço há décadas, um dos homens mais honestos do Brasil, saiu de sua campanha presidencial, em 2006, com dívidas enormes. Ele pediu e eu ajudei.

Fonte: Veja Online

Um comentário em “Ex-Governador faz revelações bombásticas à revista Veja

  • 20 de outubro de 2011 em 22:47
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    PORRA MEU!!!!!!!!!!AINDA FALAR EM ARRUDA?PAINEL,PANETONE, GRANA!MUITA GRANA!!!!ELE DEVERIA MOFAR NA CADEIA!DEVERIAM TOMAR TUDO O QUE ELE TEM!LADRAO!!!!!!!!!!!SEUS CONTERRANEOS DE ITAJUBÁ DEVEM SENTIR VERGONHA AO OUVIR O NOME DE ARRUDA QUE ANTES ERA MOTIVO DE ORGULHO PARA ESSA CIDADE DE UM POVO TÃO HOSPITALEIROS E GENTE BOA!

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  • 26 de março de 2011 em 00:06
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    esse senhor deveriqa montar uma serraria e vender pranchas de madeira da sua cara, quem não lembra da porcaria da merenda escolar fornecida pela realimentos, da buraqueira da estrada de mjoui quando ele era vice prefeito e da falta de agua em mojui e santarem no mesmo periodo. O governador dele – JATENE – retirou todo o asfalto da curua una deixando na poeira principalmente os moradores de boa esperança. Problema que só foi solucionado pela maluca da ana julia, que tambem não vale nada e deixou o estado na maior M…eladeira, que sera motivo pro jatene não fazer nada – em favor do povo e só em seu favor – alegando que está arrumando a a casa. Quando entrevistado ele fala em projetos. Quais dos seus projetos viraram realidade? responde sem mentir.

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  • 22 de março de 2011 em 01:25
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    De fato ele tem razão, a maioria dos eleitores não tem discernimento na hora de votar,quem manda é a força da grana,porque as pessoas são imediatistas, e essa pouca vergonha ocorre não apenas nas campanhas para governadores, para prefeitos e vereadores ela é escancarada.O sr Arruda foi apenas um pobre boi de Piranha que não soube transitar em meio ao serpentário político que lhe rodeava quando ele estava no poder na condição de governador…A maioria dos eleitores que vendem ou trocam seus votos são tão canalhas e corruptos quanto o governador e outros políticos desonestos nesse pais.O sujeito pode ser analfabeto de pai e mãe mas se tiver dinheiro se elege.

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  • 21 de março de 2011 em 17:35
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    é Sr. ARRUDA; seus conterraneos de ITAJUBÁ, tinha orgulho de voce mas hoje sentem vergonha!!!!!OBS: ACHO QUE HOJE,VOCE NÃO SE ELEGE NEM PARA GARI LÁ EM ITAJUBA!!!!

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