PLANTÃO DO BOCÃO

Bocão

FUTURO INCERTO

Um grupo empresarial visitou Santarém recentemente, onde pretendia fazer um investimento inicial de R$ 150 milhões. Para isso contou com o assessoramento de um empresário que pediu para não ser identificado. Depois de algumas pesquisas in loco, dentro da sua área de atuação, um dos integrantes do grupo fez o seguinte comentário ao empresário que no ato era cicerone: “Sua cidade é muito bonita, em relação aos recursos naturais, mas eu só conseguiria andar aqui, ou de carro alugado ou táxi”. E continuou: “Se a recuperação das ruas começasse hoje, vocês só sentiriam os resultados daqui a uns 15 anos”. Diante da frase o cicerôneo viu escapar pelo ralo, mais um grande projeto que traria emprego e renda para a cidade. Coincidência ou não, o consultor de renome Daniel Godrin, também fez o mesmo tipo de comentário, a um dos organizadores da palestra que proferiu em Santarém, na última terça-feira.

DESARMAMENTO

Só pra não fugir da regra, o Congresso sempre vai a reboque dos grandes temas. Depois do massacre de Realengo do Rio de Janeiro, o Senador e presidente do Senado, José Sarney quer levar vantagem da situação, com um referendo sobre desarmamento. Só pra lembrar, em 2005 isso já foi feito, e a sociedade brasileira, respondeu na época que mesmo não pretendendo usar arma, gostaria de ter opção. A garantia dos direitos individuais, antes de tudo, não deve ser dada como procuração, para que o governo faça disso o que e quando quiser. O governo e seus aliados querem esconder a sua impotência de enfrentar o desarmamento, tratando as suas causas e não os seus efeitos. O mais curioso é saber que maioria simples do Congresso pode aprovar o Projeto de Decreto Legislativo, para participar de um referendo e “referendar” aquilo que já fez em 2005. Em vez de consulta popular, deveriam sim ser feitas ações no sentido de evitar a entrada de armas no País. Essas ações acabariam também por bater de frente com o tráfico de drogas. Armas sofisticadas, algumas de uso exclusivo do Exército, por exemplo, não são encontradas em poder dos cidadãos de bem.

 

GASOLINA

Uma pesquisa realizada esta semana, revelou que o paraense paga a gasolina mais cara do País. A nossa localização, por incrível que possa parecer, não tem influência direta no custo final. Se fosse assim, o Acre, só como exemplo, tem localização menos privilegiada e o preço nas bombas é menor. A tributação paraense é fator recorrente dessa posição, nada confortável. Pagamos em torno R$ 3,40, dependendo da localização no  litro do produto, quando a média nacional é de R$ 2,60. Refinaria? Temos sim, uma bem perto, aqui no vizinho estado do Amazonas.

 

REFORMA POLÍTICA

Você daria um cheque assinado em branco a quem você não tem absoluta confiança? O texto com as propostas da reforma política foi entregue ao Senado na última quarta-feira pela comissão que discutiu a reforma. Entre as alterações, estão: o aumento da duração de mandatos, o fim da reeleição no Poder Executivo e mudanças na forma de votar em candidatos a Vereador, Deputado Estadual e Federal. Esta última vai dar o que falar. É a chamada Lista Fechada. Você vota na sigla partidária de sua preferência, e os donos do partido decidem quem vai ser o seu representante. Isso pode até funcionar muito bem nos países com democracia amadurecida. Aqui, onde ainda não se sabe da eficácia da ficha limpa, será difícil apostar em siglas de aluguel, por exemplo, que flutuam nos pregões das discussões e composições, via de regra, com idéias escusas. Se não há consenso, há pelo menos um ponto em comum na opinião do senador Francisco Dorneles: “Eu posso garantir pra você que cada um dos pontos foi aprovado pela maioria dos senadores”.

 

JUSTIFICATIVA

Terminou ontem o prazo para que os eleitores que não votaram as três últimas eleições regularizassem a sua situação. 2.214 eleitores de Santarém estavam na lista negra do Cartório. Não se sabe quantos conseguiram resolver as suas pendências. Quem não estiver em dia com as suas obrigações eleitorais, terá seu Título cancelado. Acesso aos concursos e financiamentos públicos, liberação do cartão do CPF e abertura de contas bancárias, são algumas das dificuldades a serem encaradas por quem estiver em débito com a Justiça Eleitoral.

 

INDÍGENA

Na Semana da Cultura Indígena, promovida pela Universidade do Oeste do Pará, o antropólogo Florêncio Vaz ratificou sua posição a respeito daquilo que classificou como “idéias equivocadas e preconceituosas” sobre o que é ser indígena. Hoje ser indígena para ele não é apenas ser aldeiado, mas ser, sobretudo, contemporâneo. Em um lugar como este não precisar ser índio, mas ser indígena, pelo visto basta a auto declaração. Quem de nós não tem algum traço dos nossos primeiros habitantes? É por isso que não foi difícil reunir tantos indígenas, principalmente da região do Aruã, onde o antropólogo tem um “inestimável” mérito de fazer o resgate da cultura e o ressurgimento de grupos tribais, considerados extintos há muito tempo.

Por: Emanuel Rocha

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