MILTON CORRÊA

Indústria da invasão: apelar pra quem?

Tornou-se uma indústria de negócios ilícitos a prática da invasão de terras em Santarém. Em meio aos que fazem isso por necessidade, há os oportunistas que se valem do momento para tirar proveito da situação, infiltrando-se entre os invasores e assim o são, para apossar-se não de um, mas de vários lotes de terra da propriedade alheia e depois vender os terrenos mesmo sabendo vendedor e comprador, que não há nenhuma garantia de posse. 

Essa transação de compra e venda de lotes em áreas de invasão, é risco iminente principalmente para         quem compra, que com certeza estará sendo enganado, porque mais cedo ou mais tarde, vai ficar sem o terreno que nunca foi seu.

Quem vende lote de terra em área invadida, deve ser entendido como criminoso, pois além de estar usando de má fé com quem compra, está vendendo o que não é seu. Isso caracteriza roubo e quem compra um produto roubado é receptador do roubo, portanto, é criminoso também.

Como se isso não bastasse, os que invadem terra para especular a venda dos lotes, são pessoas que não têm necessidade disso. Na sua maioria são donos de carrões, casas. Há casos de invasores que tem até sítios em comunidades do planalto santareno, casa de praia, etc.

É bom que fique claro, que não estamos aqui defendendo o latifúndio. A terra é criação de Deus e ela deve ser útil para todos os seres vivos, entre eles os humanos. Porém, é desumano vermos as invasões de grandes áreas de terra em Santarém, que resultam não só na negociação ilícita dos lotes, mas na derrubada da mata que protege essas áreas, caracterizando-se agressão ambiental e o que é pior, os agressores não são punidos, assim como não são punidos os invasores de terra e os que tiram proveito de situações como essas que se vêem todos os dias. Apelar pra quem? 

Penalizado mesmo é o usuário

As reclamações com relação à má qualidade no atendimento da rede bancária em Santarém e principalmente nos bancos oficiais são diárias. São filas quilométricas que não andam, portanto, há demora em atender o usuário; sistema eletrônico que sai do ar e ninguém do banco explica nada, privilégios para alguns permitidos por funcionários e até pelos gerentes, quando se trata de alguém que é atendido sem o uso da senha, tirando o direito da vez de quem está com a senha na mão.  

A lei municipal que regulamenta o tempo de espera em filas dos bancos em Santarém, de autoria do vereador Valdir Matias Júnior, não vem sendo cumprida como deveria. As agências vêm desrespeitando o tempo máximo de 30 minutos de espera em dias normais e 40 minutos em vésperas e pós-feriados. 

Além de determinar o tempo de espera, a lei estimula que os bancos abram novos postos de atendimento para desafogar o fluxo de pessoas.

O vereador Nélio Aguiar, em recente pronunciamento no Poder Legislativo fez um comparativo dizendo que um supermercado coloca de dez a quinze caixas para atender seus clientes e os bancos que têm grandes lucros e poder econômico financeiro bem maior para atender a população oferece, dois, três, cinco caixas, fazendo com que as pessoas fiquem perdendo seu tempo, sofrendo em longas filas.

É preciso que a população tome a iniciativa de acionar os órgãos fiscalizadores do cumprimento da lei, como é o caso do PROCON e Ministério Público. Pois se ninguém reclamar as filas nos bancos vão continuar com, ou sem senha na mão.

Este é o País de tantas leis não cumpridas, como ocorre com a lei de espera nos bancos de Santarém. Penalizado mesmo é o usuário que não é atendido como manda a lei.

Por: Milton Corrêa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *