Pará é o primeiro no ranking da malária
O balanço apresentado pelo Ministério da Saúde (MS) aponta: o Estado do Pará registrou queda de 21% dos casos de malária, quando comparados os dados do primeiro semestre de 2010 com 2011. Mesmo assim, ainda tem o maior índice de ocorrências do país, com 77.113 casos. Em toda Amazônia Legal, as ocorrências caíram 31%. Ontem, o Ministério da Saúde anunciou uma campanha inédita de mídia para mobilizar gestores, entidades, parceiros e população, que conta com a distribuição de 1,1 milhão de mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração.
Os dados divulgados pelo ministério indicam que, entre janeiro e junho de 2011, foram notificados 115.708 casos, contra 168.397 no primeiro semestre de 2010. A Amazônia concentra 99% dos casos registrados em todo o país.
O balanço epidemiológico indica que as internações decorrentes da doença na Amazônia Legal também caíram. A redução chegou a 20%, passando de 2.544, nos primeiros seis meses de 2010, para 2.030, no mesmo período de 2011. A queda dos casos foi detectada em todos os Estados da região: 45% no Acre, 19% no Amapá, 41% no Amazonas, 39% no Maranhão, 27% em Mato Grosso, 36% em Rondônia, 29% em Roraima, 30% no Tocantins e 21% no Pará.
O número de infecções pelo Plasmodium falciparum – que causa a forma mais grave da malária – na região caiu quase pela metade, passando de 26.917, no primeiro semestre de 2010, para 13.464, nos primeiros seis meses deste ano. Já as mortes provocadas pela doença aumentaram de 69, em 2009, para 72, em 2010.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que os dados positivos são “o resultado de uma ação integrada, que inclui a intensificação de ações de rotina para diagnóstico precoce e tratamento oportuno de pacientes”. Segundo ele, os números refletem o empenho dos gestores federais, estaduais e municipais no controle da doença.
“Estamos animados, porque vencemos mais uma batalha e conseguimos a diminuição dos casos de malária. Agora, vamos agir antecipadamente, já mapeamos quais são os municípios prioritários e a idéia é intensificarmos o trabalho nessas áreas”, enfatizou o ministro.
Estado teve máximo de recursos
Como apontam os dados, apesar da melhora, o Pará ainda foi o segundo Estado que teve a menor redução no número de casos de toda a região (21%), ficando atrás apenas do Amapá ( 19%). O fato, segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, está sendo considerado pelo governo federal. “A estratégia dos mosqueteiros foi pensada a partir das características do Pará”. Além disso, ele afirma que o Estado foi o que recebeu o maior piso de atenção de recursos para o combate à doença. “O Pará teve aumento máximo”.
Segundo ele, dos 47 municípios que apresentaram maior incidência da doença em todo o Brasil, sete são do Pará. No primeiro semestre de 2011, os municípios de Itaituba, Anajás, Jacareacanga, Pacajá, Itupiranga, Novo Repartimento e Tucuruí foram os mais atingidos pela doença. “Esses municípios concentram a maior parte dos casos, mas a região do Marajó, como um todo, é alvo de atenção do ministério por sua característica”, afirma o ministro.
De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), o Pará apresentou uma redução de mais de 10 mil casos de janeiro a agosto de 2011, com relação a 2010. “A expectativa é de que no final de 2012 não estejamos mais em 1º lugar”, diz o coordenador estadual de Malária da Sespa, Cláudio Cardoso.
Fonte: DOL