Articulação popular pró-tapajós realiza seminário “Tapajós Sustentável”
Frente ao processo político de consulta a população do Estado do Pará, através de Plebiscito para a criação do Estado do Tapajós e Carajás, as organizações do movimento popular do Baixo Amazonas e Oeste do Pará se organizam na Articulação Pró Tapajós – APPT.
Neste sentido, a Articulação Popular Pró Tapajós – APPT, composta por entidades da Sociedade civil e movimentos sociais, ao final identificadas, estará realizando nos dias 13 e 14 de setembro de 2011, o Seminário “TAPAJÓS SUSTENTÁVEL”.
O Seminário tem por objetivo mobilizar os movimentos sociais e juntos construir um documento que norteie as ações para o novo Estado, com as características que queremos, manifestando o interesse pela sustentabilidade, responsabilidade, governabilidade e cidadania.
O Seminário se move pelo interesse em debater e divulgar o modelo de Estado que queremos e tem a responsabilidade de envolver, ouvir e garantir a participação da sociedade civil e da população de modo geral para legitimar e qualificar o debate.
O local do seminário será o Iate Clube de Santarém, com início às 9:00 Horas. No dia 14 de setembro acontecerá a Festa Cultural Pró Tapajós, a partir das 17 às 20 horas na Praça do Pescador
Fonte: RG 15/O Impacto
Só há uma chance do sim vencer: convencer os paroaras. Não adianta fazer campanha nos Carajás e Tapajós, mas na região metropolitana de Belém, onde numericamente, o não é maior. Quanto à elevacão dos gastos, isto é verdade, mas como não existe almoco grátis, não há outro jeito. O Pará, ainda que tivesse grana, não investiria nessas regiões e a União nunca investirá o necessário, a não ser que seja obrigada, com a divisão. Isto se a Dilma não barrá-la, já que o plebiscito não é suficiente. Tem um blog do editor do Diario do Pará que anunciou uma pesquisa que dá vitória esmagadora ao não (publicada em outro blog), mas o blog onde teria sido publicada a pesquisa inexiste e creio que esta também. Ou seja, os paroaras estão dispostos a tudopara evitar a divisão. Eu como morador de Belém e intransigente admirador de Santarém me solidarizo com vocês, mas acho que nessas vocês rodam, os interesses são profundos.
vamos a luta…..
FALTA MOBILIZAÇÃO E MOTIVAÇÃO JUNTO AO POVO.
O plebiscito pela criação do Estado do Tapajós ainda não está ganho, pelo contrário falta conscientizar o eleitor. Do jeito que anda a campanha é derrota na certa.
Está faltando campanha em Belém e na região do Calha Norte.
O povo é quem vai criar o Tapajós.
Creio que a campanha deve sair dos gabinetes e partir para a rua, no corpo a corpo a corpo.
A criação dos estados do Mato Grosso do Sul e Tocantins foram através de uma “canetada” e veja o sucesso que foi.
Não há tempo de muito debate e muita polêmica, restam 3 meses apenas.
Quem irá decidir será o povo nas ruas e não cientistas que cada um irá vender seu peixe, ou então como uma partida de dois times de futebol do Pará.
Por isso mais uma vez digo, em um debate , ambas as partes não irão ceder, e campanha se faz no corpo a corpo , nas ruas.
Somos tapajoaras SIM, mas já estamos cansados de sermos abandonados pelo nosso pai
(ESTADO DO PARÁ);
não sejamos egoísta, pra saber por que queremos dividir, é só vocês sairem da capital,
sair do asfalto, da cidade desenvolvida onde têm acesso a saúde, educação e segurança e
viaje pela Transamazônica, ou seja,
transamargura para ver o sofrimento do povo,
da miséria que o povo do Pará sofre há muitos anos.
Caíram ao esquecimento e agora querem ir as ruas com medo de perder os impostos das duas regiões,
do dinheiro dos impostos que saem e nunca voltam.
CHEGA, queremos a nossa emancipação,
queremos desenvolvimento,
queremos mais saúde, educação e segurança.
Queremos progresso, mais emprego, mais dignidade.
SOMOS UM POVO SOFREDOR,
SOMOS TODOS PELA UNIÃO DOS TRÊS ESTADOS: NOVO PARÁ, TAPAJÓS E CARAJÁS.
A EMANCIPAÇÃO DO ESTADO DO TAPAJÓS, TODOS NESSA LUTA.
A criação do Estado do Tapajós sempre foi um ponto central da pauta de reorganização territorial e administrativa da imensidade amazônica.
Fruto da revolta de sua ocupação predatória, e com a “ausência do Estado” na região amazônica, a idéia do Estado do Tapajós é um projeto antigo, que tem percorrido toda a história da nossa região amazônica.
Uma região riquíssima e de tamanho continental, que abriga numerosos povos indígenas, comunidades tradicionais,
Com a pobreza e a falta de desenvolvimento persistindo para a maioria da população.
Por isso, a presença do Estado, ainda que seja como agente regulador, torna-se imprescindível. Ainda mais no Pará, que mesmo detentor da maior economia da Amazônia, é o Estado com os piores índices de desmatamento e de desenvolvimento humano da região norte. Mais uma vez, comprovando a “ingovernabilidade” do seu enorme território, o que torna imprescindível a necessidade de sua redivisão territorial, com a criação de duas novas unidades federativas (Tapajós e Carajás).
O TAPAJÓS QUE QUEREMOS
No Tapajós, o movimento de emancipação nasceu e cresceu sob três grandes pressupostos básicos:
O isolamento geográfico; O abandono político; e as vantagens econômicas da emancipação, elementos esses, que sempre fizeram parte da retórica emancipacionista de diferentes gerações.
Se a “ausência do Estado” foi o motor do anseio popular para um novo Estado, precisamos agora do combustível que fortaleça a perspectiva de sua criação, acrescentando mais elementos ao nosso projeto político.
Em primeiro lugar reafirmando a Identidade Comum de nossa população com seu território, que hoje representa um conjunto de 27 municípios, unidos pelo mesmo perfil, social, econômico e ambiental. Uma identidade social e cultural construída historicamente, que solidifica e unifica a região.
Em segundo lugar, prezando para a Sustentabilidade Socioambiental da grande região oeste do Pará, uma das últimas fronteiras verdes, com uma significativa população nativa, mestiça e oriunda dos processos de colonização da região.
Uma sustentabilidade associada aos valores humanos, capaz de trilhar um novo modelo de desenvolvimento; ambientalmente sustentável no uso dos recursos naturais, na preservação da biodiversidade; socialmente justo na distribuição das riquezas e na redução da pobreza e das desigualdades sociais; que preserve valores, tradições, e as práticas culturais regionais.
Um novo Estado, que deverá se basear nos princípios da democracia e da participação, acima dos interesses oligárquicos e de grupos políticos que historicamente vem dominando a política e o poder no Pará.
Um estado descentralizado, que não reproduza os vícios que tomaram o Pará e sua capital Belém, o centro monopolizador dos recursos públicos. Um Estado que deverá ser a negação de todos os malefícios e práticas políticas que historicamente foram os percalços para que o Tapajós não se desenvolvesse e o povo não fosse feliz.
Queremos um Estado do povo para o povo, representativo de toda a população do Oeste do Pará, nas suas diversas formas de organização cultural e composição demográfica. Um Estado presente, atuante, indutor de políticas que promovam a justiça e a equidade, em oposição a ausência do Estado na região.
Um projeto de Estado com dimensões menores, com a responsabilidade de formar novas lideranças para administrá-lo, sem o qual não superaremos o jogo de dominação que persiste nas regiões do Brasil e da Amazônia em particular.
Enfim, temos o desafio de lutar pelo Estado do Tapajós sedimentado em valores modernos de democracia e sustentabilidade social, ambiental, econômica e cultural, que prisma pela “sustentabilidade” e não por um “crescimento” a qualquer custo. Um projeto de reorganização territorial que sempre esteve no imaginário de toda a população do Oeste do Pará.
A Divisão do Pará é uma realidade favorável à todos, Votem 77 – SIM.
“Copiar o que é bom é melhor que inventar o ruim”.
Se esse Dep. Zenaldo Coutinho e as demais pessoas de Belém conhecessem a dramática realidade do Sul e Sudeste do Pará, da Transamazônica e do Baixo-Amazonas, talvez não dissessem tanta bobagem quando o assunto é a divisão territorial.
A verdade – É que eles não conhecem e nem procuram conhecer à fundo nem mesmo o Pará no geral…
Tanto que acham grande coisa quando vão “veranear” em Algodoal, Ajuruteua, Barcarena, Salinas, Alter-do-Chão, Ponta de Pedras ou nas outras centenas de belas praias que o interior do Pará possui.
E nem se dão conta de que as estradas ou rios que os levam a esses lugares – ou a até perto deles – mais parecem uma miragem em relação a uma Transamazônica, por exemplo.
Em primeiro lugar, não é verdadeiro o argumento de que apenas os políticos dessas regiões é que lutam pela divisão.
Afinal, o que levaria esses políticos a defender uma proposta tão grave, se ela não tivesse base popular?
Por acaso vocês conhecem algum candidato ao Governo do Pará, que, em plena eleição, tenha dito com todas as letras que é contra a separação dessas regiões – e tenha conseguido se eleger? Nenhum…
Então, o que é que faz com que os políticos favoráveis à divisão tenham a coragem de expressar isso durante um processo eleitoral, e os políticos contrários não tenham a coragem de fazê-lo? É porque tem o apoio maciço de uma população que sente na pele, o que é um abandono e vê na emancipação a saída para o desenvolvimento de sua região.
Então, é preciso parar de tentar tapar o sol com a peneira: O desejo de separação existe, sim, e maciçamente e ainda por cima já é uma realidade atualmente entre os cidadãos dessas regiões.
Essa história de dizer que essas regiões não podem se separar, ou que não irão progredir a partir da separação, porque serão governadas por políticos tão ruins quanto os atuais, revela um preconceito brutal das pessoas que moram na Capital em relação aos habitantes do Sul e Sudeste do Pará, da Transamazônica e do Baixo-Amazonas.
Quem lê o que algumas pessoas escrevem acerca da qualidade dos políticos do interior do Pará fica com a impressão de que o eleitor de Belém, elege a cada pleito, para prefeito da cidade, para governador, deputados e vereadores, verdadeiros JK’s…Pensando que escolheu o melhor dos melhores políticos existentes no Pará…
Mas a realidade é essa mesma? Será que os políticos de Belém são, realmente, melhores que os demais vereadores, prefeitos e até mesmo que os nossos deputados vindos do interior?
Não, Não mesmo!… Depois que os tão “politizados” eleitores de Belém, elegeram, e até bisaram, o Duciomar Costa, Zenaldo Coutinho, colocaram a Ana Júlia lá em cima, não podem criticar nem mesmo os cidadãos do mais distante lugar, onde não desfrutam nem do básico em pleno século XXI, sem energia elétrica, TV, internet e outras coisas mais que são realidades nos centros um pouquinho mais desenvolvido deste Brasil e acredito que fariam a diferença sim, se tivesses esse básico em suas casas na hora do voto.
Esse tipo de “argumento” contra a divisão, revela em verdade, a falta de argumentos.
Isso é preconceito em relação à população do interior – do Baixo-Amazonas, da Transamazônica, do Sul e Sudeste do Pará.
É partir do pressuposto de que os da capital, sentem-se superiores a nós em termos de visão e de ação política.
E logo eles, como já dito, que até disseram bis ao Duciomar e ao Zenaldo;
E logo eles, como bem me lembro, que tem muitos esgotos a céu aberto(uma fedentina enorme nos bairros pobres de Belém, uma miséria descarada é a realidade vivida por muitos paraenses atualmente, e ainda por cima inúmeras ruas esburacadas, cheias de mato, igualzinho a qualquer cidade do interior).
E quem forma opinião tem de estar atento para o perigo que isso representa.
Também não é correto, para mim e muito menos pra eles de Belém, o argumento de que não podemos ser favoráveis à divisão porque sobrará ao Pará apenas a parte pobre.
Tal argumentação pressupõe que para os paraenses de Belém, interessa apenas manter as regiões que lutam pela emancipação como espécie de servidores do rei, eles trabalham e mandam o lucro para a capital, que faz os investimentos na mesma e não devolve na mesma proporção justa que deveria, eis a questão!
Não acredito que a sofrida e generosa população paraense pense dessa forma.
E tenho para mim que se os defensores da divisão conseguirem mostrar a aflição em que vivem os caboclos de lá, os caboclos da capital apoiarão, sim, a criação desses novos estados.
Mesmo separados, temos de nos respeitar e de buscar aquilo que nos une: a luta pela distribuição da riqueza, pela melhoria das condições de vida do nosso povo, pelo respeito da Nação aos que vivemos na Amazônia.
Antes de mais nada, somos irmãos brasileiros. É o amor a este País que pulsa no coração de cada um de nós.
E é nessa condição que temos de travar esse NÃO que o Zenaldo quer impor, mas vai ter que nos engolir, porque a voz do povo é verdadeira voz de Deus…
Até porque, ao fim e ao cabo, estamos todos – de Belém, de Santarém, de Marabá, de Altamira, de Anajás, de Monte Alegre, Prainha etc… no mesmíssimo barco, dadas as condições de sobrevivência que todos enfrentamos há muito tempo nesta imensidão.
Atenciosamente,
Lucivaldo Brito (Moska).
O Estado do Tapajós, uma luta de mais de 150 anos.
Os antecedentes do movimento de emancipação de Tapajós são antigos, a ideia da criação desta nova Unidade Federativa partiu do governo central há mais de 150 anos, datam do início do século XIX, aproximadamente 1923.
No Oeste o desejo emancipacionista tem raízes históricas que vêm desde a metade do século XIX, quando Dom Pedro II assinou, em 1850, o decreto de criação da Província do Rio Negro, mais tarde Província e estado do Amazonas, depois que as elites daquela unidade intentaram, sem êxito, a separação por conta própria, em 1832.
Após a perda territorial de sua imensa banda oeste, as elites paraenses permaneceram inconformadas, e os atritos foram frequentes entre as duas unidades. Surgiu, então, a ideia de se criar uma terceira província, que viria, naquele momento, arrefecer os ânimos das elites locais. Em 1869, foram intensos os debates no Parlamento Imperial sobre a necessidade de transformar o Baixo Amazonas paraense (hoje chamado de Oeste do Pará) em uma província autônoma. Em 1832, o Grão-Pará tinha três comarcas: Belém, Santarém e Manaus. Santarém adquiria, assim, status jurídico e administrativo semelhante ao das outras duas cidades, alimentando o sonho da autonomia que jamais veio a se realizar. A redivisão territorial voltou a ser discutida novamente, para resolver as diferenças de limites entre as duas províncias, nos anos de 1869 e 1877.
Após a instalação da República, foram feitas várias propostas de reordenamento territorial do Brasil e todas, sempre evidenciado a Amazônia e citando o Tapajós, seja como província ou como um futuro estado.
Entre os anos de 1933 e 1980, foi proposta a redivisão territorial da Amazônia, incluindo o estado do Pará, apontada como alternativa de desenvolvimento social a criação do estado do Tapajós. Nomes como os de Segadas Viana, Juarez Távora e Ronan Liberal (Prefeito de Santarém), propuseram a criação do estado.
Em 1984, ocorreu uma importante reunião no antigo Hotel Tropical, em Santarém que consolidou um novo momento de luta pelo plebiscito do estado do Tapajós. Por pouco não criou-se o Estado do Tapajós, na Assembleia Constituinte de 1988. Embora não tenham consolidado a criação do Estado, fundou-se a Frente Popular pelo estado do Tapajós, tendo coletado mais de 17 mil assinaturas, em pouco mais de 15 dias úteis, tendo dado entrada no Congresso Revisor, de uma emenda popular, protocolada sob o número 12.977-7, que hoje, junto com o relatório 01/90, respaldam o projeto do Senador Mozarildo Cavalcanti, de 1993.
Em 1995 um relatório da Comissão de Estudos Territoriais da Assembleia Legislativa do estado do Pará, deu viabilidade à criação do estado do Tapajós, então uma ação político-popular , entrou no Senado Federal com o Projeto de Decreto Legislativo de Consulta Plebiscitária sobre a criação do estado do Tapajós, em 1999.
Em 2011, a luta pela emancipação e o desenvolvimento.