Maioria das famílias paraenses autoriza transplantes de órgãos
A maioria das famílias paraenses está consciente em relação à importância da doação de órgãos e tecidos. A informação foi repassada pelo secretário de Saúde do Estado, Hélio Franco, durante a abertura do XII Congresso Brasileiro de Transplantes, que está sendo realizado na capital paraense até esta terça-feira, 4. Ele afirmou, ainda, que a doação e transplantes de órgãos são prioridades do governo, assim como o fortalecimento da Atenção Primária, expansão dos serviços de Oncologia, redução de fila de cirurgias e de renais crônicos. “Este ano, das 143 notificações de possíveis doadores de órgãos, apenas 30% das famílias se recusaram a autorizar a doação, o que representa um avanço” afirmou Hélio Franco.
Na oportunidade, Hélio Franco criticou o Ministério da Saúde, por emitir portarias que não consideram a realidade do Pará e da região, como é o caso de exigir três neurocirurgiões para implantação de serviço na área de neurocirurgia, o que inviabiliza a habilitação e financiamento por parte do SUS. O secretário também comentou sobre o sucesso que foi a 4ª Corrida pela Vida, com 1.500 inscritos, e deu boas vindas aos congressistas.
A solenidade de abertura aconteceu na manhã de domingo, 2, e o secretário representou o governador do Estado, Simão Jatene, compondo a mesa juntamente com o presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), Ben-Hur Ferraz Neto; o presidente do XII Congresso Brasileiro de Transplantes, Paulo Soares; o presidente da SPT, Fernando Macário; o representante do ministro da Saúde, Silvano Raia e o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), Heder Murari Borba.
O Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia recebe simultaneamente ao evento o X Congresso Luso-Brasileiro de Transplantes, XI Encontro de Enfermagem em Transplantes, III Encontro Multidisciplinar em Transplantes e Fórum de Histocompatibilidade da ABH, realizados pela ABTO, Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) e Associação Brasileira de Histocompatibilidade (ABH), eventos científicos que, pela primeira vez, ocorrem na região Norte.
Um dos objetivos é estimular o desenvolvimento de novos centros de excelência em regiões dos Brasil onde os transplantes ainda não se tornaram realidade do dia a dia. Os eventos permitirão a troca de experiências entre profissionais brasileiros e estrangeiros, debates entre especialistas das diversas profissões da área de saúde e a abordagem de novas propostas para o aprimoramento dos transplantes de órgãos no Brasil.
O presidente da ABTO, Ben-Hur Ferraz Neto, disse que a sociedade brasileira construiu um exemplo de saúde pública e que a ABTO tem sido peça fundamental para a evolução na área de transplantes de órgãos. Sobre o Congresso, disse que visa sensibilizar os gestores e dirigentes para terem o transplante de órgãos como prioridade local dentro das políticas públicas. “Vivemos atualmente o melhor momento do transplante brasileiro, assim como no desenvolvimento e economia da nação, portanto não podemos desperdiçar a oportunidade de assegurar o futuro e o próximo passo dos transplantes no Brasil”, conclamou.
Finalmente, agradeceu ao Estado do Pará por sediar o grande evento, contando com 1.120 inscritos, 162 temas livres e 520 pôsteres de vários serviços do Brasil e exterior. Paulo Soares expôs um panorama da situação dos transplantes na região Norte, ressaltando que enfrenta grandes desafios, principalmente no que tange à logística. Em relação ao Pará, ressaltou que é o Estado com maior atividade na região e afirmou que o governo atual “está se mostrando sensível à causa e se empenhando para melhorar”. Na ocasião, fez um elogio especial à secretária adjunta da Sespa, Rosemary Góes, que é responsável por esse assunto no âmbito da Secretaria Estadual de Saúde.
O presidente da SPT, Fernando Macário, destacou que será muito importante a troca de experiência com os brasileiros, porque o Brasil é um dos países que mais tem avançado na área de transplantes de órgãos. O coordenador da SNT, Heder Borba, afirmou que o Brasil alcançou a maturidade na área de transplantes e que é hora de avançar mais, principalmente na formação e capacitação de profissionais. Segundo ele, há recursos da ordem de R$ 300 milhões só para isso, o que deve ser feito em parceria com instituições como, por exemplo, a USP e Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).
Também compuseram a mesa o presidente da ABH, Fernando Vinhal, a presidente do XI Encontro de Enfermagem em Transplantes, Eugênia Machado; a presidente do Conselho Consultivo da ABTO, Maria Cristina de Castro; o representante do Conselho Regional de Medicina, Marcus Vinícius Brito; e o presidente da Sociedade Médico-Cirúrgica do Estado do Pará, José Luiz Carvalho.
Fonte: Roberta Vilanova – Ascom/Sespa