Para reforçar renda, flanelinha aluga calças em frente ao Fórum no Recife
Um flanelinha que trabalha em frente ao Fórum Rodolfo Aureliano, na Ilha Joana Bezerra, no Recife, descobriu no aluguel de roupas uma forma de aumentar a renda. Além de tomar conta dos veículos, ele vende um serviço bem inusitado: calças compridas. É assim que Wilson de Lira atrai os clientes – homens que são barrados na portaria do Fórum por vestirem shorts e bermudas.
O preço do serviço varia entre R$ 3 e R$ 5. O chef de cozinha Gustavo Cara foi tirar um atestado negativo de antecedentes criminais, mas foi vetado pelo segurança – e logo foi abordado por Wilson. O cliente achou bem melhor usar uma das calças de aluguel do que voltar para casa para trocar de roupa. “Eu moro muito longe daqui. Valeu a pena alugar a calça”, disse.
Segundo Wilson, as calças são compradas em feiras. Quanto ao tamanho, o cliente não precisa se preocupar. “Às vezes a gente amarra, quando o cara é magrinho”, revela. Ele diz que, algumas vezes, o serviço dá prejuízo. É que tem gente que não faz a devolução das roupas: “Não sei se é esquecimento ou se é falta de bondade”, minimiza.
Se os homens precisam prestar atenção à formalidade do visual, para as mulheres a regra é mais tolerante. Elas entram de bermuda ou blusa regata, tranquilamente. Por isso, não fazem parte da clientela do flanelinha.
De acordo com o diretor do Fórum, Humberto Vasconcelos, essas normas não são definidas pela Justiça, mas sim pelos costumes sociais. “A gente não tem um modelo padrão, de roupa de mulher e de homem, para ter acesso ao prédio. A gente determina apenas que a roupa seja composta, seguindo as circunstâncias do prédio, onde as tarefas exigem uma roupa apropriada”, destaca.
Mesmo sem a clientela feminina, o aluguel de calças compridas representa mais de 30% do dinheiro que Wilson, o flanelinha criativo, ganha por mês.
Fonte: G1/PE