Cooperativismo na Amazônia ganha mais força

Hélio Pontes, do Projeto BR 163

Seis dias de atividades para formação de multiplicadores em gestão de empreendedorismo comunitários de manejo florestal está sendo repassado a um público de 20 pessoas. O trabalho ocorre no auditório do Serviço Florestal do Projeto BR 163, em Santarém, Oeste paraense. Participam dessa atividade, os representantes de comunidades, entidades, instituições governamentais e não-governamentais. O curso iniciou ontem, segunda-feira (5) e encerra na próxima sexta-feira, dia 9.

Um dos facilitadores do Projeto da BR 163, Hélio Pontes, explicou que o foco da atividade deve esclarecer aos participantes as características da gestão de Associações e Cooperativismo. “Essas organizações que atuam no manejo florestal comunitário precisam passar por um processo de profissionalismo na área de gestão. É necessário entender o que é uma Associação? O que é uma cooperativa? Qual a melhor forma de gerenciar para que esses sistemas sejam sustentáveis. Tanto na questão do manejo, como na questão do negócio, gerando renda e distribuindo os seus benefícios para seus associados e preservando a floresta”, informou Hélio Pontes.

O participante e coordenador da Cooperativa Mista da Flona (COMFLONA), Aluísio Patrício, disse que participar dessa atividade vai esclarecer muitos pontos e facilitar o trabalho na entidade. Ele diz que atualmente os cooperados na área protegida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), não tem esclarecimentos técnicos de instituições como a Emater para melhorar a produção dentro dessa área. “O empreendedorismo é muito limitado por estamos em uma área de conservação, onde está na responsabilidade do ICMBIO. Esse é um gargalo que estamos discutindo, não temos um órgão que nos dê esse acesso de técnicos especializados. Mas, já existe um conhecimento tradicional nosso. Como no trabalho de manejo de madeira, temos alguns técnicos. Mas, poderia ser melhor. E com a inserção da atividade do Projeto BR 163 estamos nos apropriando de uma nova visão de trabalho nas cooperativas”, disse Aluísio Patrício.

Antônio José Mota, técnico do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), informou que o trabalho da organização não governamental fortalece o trabalho das comunidades tradicionais, seja em assentamento ou unidade de conservação. A fim de desenvolver tecnologias de uso sustentável da floresta tanto no processo educativo ou de realizar pesquisas participativas que venham potencializar as atividades econômicas na região. Sempre prismando pelo uso sustentável do recurso.

 Ele confirmou que o treinamento do Projeto BR 163 vem somar o conhecimento de como gerenciar melhor as atividades nas áreas trabalhadas pelo IPAM. “O problema da gestão é um elemento central na estratégia do uso sustentável dos recursos das diferentes áreas daqui da região. E a formação de mais multiplicadores com conhecimento em gestão em empreendimentos florestais vamos conseguir ampliar resultados nesse campo na região”, disse Antonio José.

Hoje, terça-feira (6), os participantes vão receber a informação sobre o Plano de Negócios, Operações e Logísticas. Na sexta-feira, último dia de atividade, o tema abordado será como constituir uma cooperativa para o Manejo Florestal Comunitário, o MFC.

Fonte: RG 15/O impacto e Alciane Ayres

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