Lâmina é encontrada dentro de marmita no PSM
Um jantar aparentemente normal. Frango assado de forno com arroz, farofa e salada. Mas um ingrediente diferente apareceu dentro da marmita de uma funcionária do HPSM do Guamá, no final da noite do último domingo que chamou a atenção da técnica de radiologia, Silvia Karina Lopes da Silva, 32. Um pedaço de uma lâmina de estilete estava dentro de uma das coxas do frango. De acordo com ela, problemas como este não começaram agora. Na marmita que custa R$ 27,00 até larvas já foram encontradas e comida estragada os funcionários já teriam recebido.
“Abri a marmita e comecei a comer, naturalmente. De repente, percebi alguma coisa diferente dentro da coxa do frango. Não acreditei quando vi. Ainda cheguei a mexer com a faca e percebi que era uma lâmina de estilete. Mostrei para os meus colegas e ninguém acreditava”, disse Silvia Lopes da Silva.
Segundo a funcionária, o jantar é entregue por volta das 21h e não era a primeira vez que ela se deparava com situações como esta. “Bem, nunca tinha visto uma lâmina na comida. Mas tenho colegas que viram até larvas, fora o que é mais comum acontecer, das nossas marmitas virem com macarrão estragado, feijão azedo”, falou.
De acordo com ela, no setor de radiologia tem dois funcionários que são deficientes visuais e que assim como ela, um deles poderia ter recebido a marmita para jantar. “Por sorte eu que recebi esta marmita porque se fosse um dos meus dois colegas deficientes visuais que trabalham na câmara escura, poderia ter sido pior. Até mesmo outra pessoa normal. Afinal de contas, ninguém espera encontrar uma lâmina dentro de um prato de comida”, afirmou.
COMIDA DE LUXO?
Silvia disse que quem produz a comida que é entregue nas marmitas aos funcionários é uma empresa terceirizada. Segundo a técnica de radiologia, o valor cobrado pela marmita do jantar é de R$27,00 e do café da manhã é R$14,50.
“Nós pagamos caro pelas refeições e a qualidade é horrível. Quem produz a comida, manuseia e entrega é uma empresa terceirizada. E aqui no HPSM quem é responsável pela supervisão de quem recebe as marmitas é o setor de nutrição. Depois de tantas reclamações, já soubemos que onde essa empresa faz essa comida é dentro de um galpão sem higiene alguma”, denunciou. Revoltada com a situação e do risco que correu, Silvia Lopes fez um relatório para enviá-lo para a diretoria do HPSM, relatando os fatos. Além disso, ela contou que iria procurar a polícia.
“Espero que os responsáveis tomem providências. Depois que eu entregar este documento à diretoria do HPSM vou até a Seccional Urbana do Guamá e registrar um boletim de ocorrência porque, sinceramente, considero isso que aconteceu comigo uma tentativa de homicídio. Como podemos cuidar da saúde do povo se nós funcionários somos tratados assim?”, finalizou.
PMB RESPONDE
Em nota enviada à redação do DIÁRIO, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) esclarece que a qualidade e a segurança da alimentação fornecida ao Hospital de Pronto Socorro Municipal Humberto Maradei (HPSM do Guamá) é de inteira responsabilidade de empresa licitada para exercer tal função.
Mesmo assim, a Secretaria afirma que irá apurar rigorosamente a denúncia e que tomará as medidas administrativas cabíveis, além de cobrar explicações e soluções imediatas da empresa fornecedora.
Fonte: Diário do Pará