O BARULHO E O MEIO AMBIENTE

O Ministério Público Estadual do Pará recomendou a diretoria da festa de Nazaré, em Belém que tome providências para diminuir o poder de explosão dos fogos de artifícios por ocasião do encerramento das festividades, da padroeira dos paraenses, segundo noticiado no jornal O LIBERAL de 05.06.2012, a seguir transcrito: “Na semana passada o Ministério Público Estadual (MPE) recomendou por meio dos promotores de justiça Nilton Gurjão e Raimundo de Jesus Coelho que a Diretoria do Círio de Nazaré tome providências para reduzir o barulho da tradicional queima de fogos do encerramento do Círio. Segundo o MPE, a queima de fogos tem provocado a mortandade de aves, especialmente periquitos, que costumam abrigar-se nas samaumeiras em redor da Praça Santuário. A proposta  do Ministério Público Estadual é que, no encerramento do Círio sejam usados fogos com menor poder de explosão e que atinjam maior altura, evitando assim problemas ambientais relacionadas às aves. (…). O promotor de Justiça Milton Gurjão explica que a recomendação teve no início em 2010, quando um grupo de moradores do bairro de Nazaré esteve no Ministério Público Para denunciar o problema.”

A notícia levou-me a pensar que pode acontecer na festa maior dos católicos em Santarém. Pode surgir alguém descontente, ou que não seja da nossa região, com a desculpa de salvar as aves apresente uma denúncia semelhante e ai, pode-se mudar uma cultura, uma tradição de mais de um século.

 Ainda bem que não temos pelas proximidades do Complexo da Matriz, mangueiras para atrair periquitos, ou mesmo samaumeiras. Havia, apenas, as “rolinhas” que habitavam, durante a sua temporada, os jambeiros da Praça da Bandeira, em frente à Agência dos Correios, que ao final da tarde vinham pousar ali e sujavam com seus excrementos os veículos que estavam estacionados, além de deixar a praça uma verdadeira imundície, só assim era lavada quase todos os dias. Lamentavelmente, já se mudaram, faz tempo, e a sua revoada não foi provocada pelos fogos do encerramento da Festa da Conceição.

Talvez a turma do “Mapiri” se aborreça com os fogos “estourados” pelos estivadores e arrumadores nas suas homenagens, à Padroeira dos Santarenos, por ocasião da realização da Procissão do Círio. Estes fogos podem prejudicar o sinal dos “manos” do tráfico que utilizam os foguetes para anunciar o abastecimento dos pontos de venda de drogas. Pois até por aqui esse hábito já é conhecido e usado.

 Mas a queima de fogos no encerramento da festa da padroeira dos santarenos pode acordar alguns moradores do bairro do centro, próximo à Catedral, como aqueles que tomaram conta do coreto. Mas não prejudicará os benjaminzeiros. Estes, coitados! Abandonados, cheio de ervas de passarinhos que (o meu amigo “Cacheado” não tem conta de quanto já pagou a alguns trabalhadores, para retirar as ervas daquelas árvores) além daqueles bichinhos pretinhos que caem em cima dos passantes e provocam aquela coceira no corpo. Os turistas, principalmente os gringos saem dali correndo, pois para aquele passeio não levam repelentes.

Além desses dois, próximo à praça, um outro que poderia sofrer com o foguetório, só mesmo  os urubus, pois poderiam acordar e espantados ou ter um perigoso pesadelo. Pois estes, os urubus, são os principais habitantes da orla, pois para ali são atraídos pela sujeira jogada na praia. E aí, essas aves que gostam desses ambientes se localizem lá. Podem estourar os seus tímpanos, aí sim, estaria, um tipo de animal, prejudicado.

Mas tirando da recomendação um proveito e servir de sugestão para aqui se estender o gesto do Ministério Público Estadual em outros segmentos que não só prejudicam as aves, como também, ao homem. Será que não seria o momento de se fiscalizar, outros setores da sociedade? Assim, creio eu, que teríamos mais recomendações, também, contra certas igrejas, como estas que tem o Deus surdo. É isso mesmo!  Deus surdo, já que muitas amanhecem, como uma que tem, no conjunto da COHAB, acordando os moradores aos domingos, principalmente, às seis da manhã, com uma gritaria e o serviço de som em decibéis acima do permitido. Neste horário não tem fiscalização dos Órgãos Ambientais, então, arrocha!  Põe no doze! Aquenta quem puder! É um abuso! Reclamar para quem? Para o bispo, se nem isso Santarém tem?!

Nos bairros ainda se sofre mais, porque nenhuma autoridade mora na Periferia. A pessoa quando assume um cargo importante muda logo, para um condomínio longe de seus velhos e antigos vizinhos. No bairro há o serviço de alto falante que vendem porta à porta e, ainda, chegam parar em frente à casa de quem quer sossegar até um pouco mais tarde na domingueira, dia de folga entre outros abusos de volantes, que no centro falam baixo e no bairro, como já disse, põe no doze!

Espero que sirva de modelo a recomendação e que vá de encontro ao anseio da sociedade santarena para que sirva de alerta para aqueles que se utilizam do som alto, em seus carros envenenados, que não respeitam ninguém, nem horário e nenhuma lei, e se acham “os donos do pedaço”.

Também é bom controlar o horário de fogos para afastar os urubus das rotas dos aviões, próximos aos aeroportos, o barulhos de caminhões e betoneiras, numa virada de laje, durante à noite, chegando a perturbar o sossego público, além do novo serviço de mendicância, com um doente dentro do carro som que ficam nas feiras, nas ruas, nos mercados.

Finalizando sugere o Ministério Público em sua “recomendação sugere que os fogos do Círio sejam gradativamente substituídos por tecnologias mais modernas e aprimoradas para o local”.

Assim, só há uma saída, como o comércio de Belém e de quase todo o Brasil já está cheio de produtos piratas e contrabandeados da Coreia e da China. Teremos em um futuro próximo que utilizar foguetes, luminárias em laser, gás neon outro tipo mais avançado, possivelmente, também, pirateados, desses países e, assim, desempregando os nossos artesãos fogueteiros.

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