Albernaz, o capitão que socou o rosto de Dilma Rousseff, em 1970

Capitaõ Albernaz...

O capitão Benoni de Arruda Albernaz tinha 37 anos, sobrancelha arqueada, riso de escárnio e fazia juras de amor à pátria enquanto socava e quebrava os dentes da futura presidente do Brasil Dilma Vana Rousseff, na época com 23 anos. Ele era o chefe da equipe A de interrogatório preliminar da Operação Bandeirante (Oban) quando Dilma foi presa, em janeiro de 1970. Em novembro daquele ano, seria registrado o 43º entre os 58 elogios que Albernaz recebeu nos 27 anos de serviços prestados ao Exército.

 “Oficial capaz, disciplinado e leal, sempre demonstrou perfeito sincronismo com a filosofia que rege o funcionamento do Comando do Exército: honestidade, trabalho e respeito ao homem”, escreveu seu comandante na Oban, o tenente-coronel Waldyr Coelho, chamado por Dilma e por colegas de cela de “major Linguinha”, por causa da língua presa que tinha.

Um torturador com diploma do Mérito Policial

Quinze anos depois, os caminhos percorridos por Albernaz não o levaram à condição de herói nacional, como ele imaginava. Registro bem diferente foi associado a seu nome na sentença do Conselho de Justiça Militar em que foi condenado a um ano e seis meses de prisão por falsidade ideológica. “Ética, moral, prestígio, apreço, credibilidade e estima são valores que o militar deve desfrutar junto à sociedade e ao povo de seu país. A fé militar e o prestígio moral das instituições militares restaram danificadas pelo comportamento do réu”, concluiu o presidente do conselho, João Baptista Lopes.

A prensa nada tinha a ver com as sessões de tortura comandadas por Albernaz na Oban. Sua agressividade parecia se encaixar como luva na estrutura criada para exterminar opositores do regime. Apenas um ano depois de torturar Dilma e pelo menos outras três dezenas de opositores, ele recebeu das mãos do então governador de São Paulo, Abreu Sodré, o diploma da Cruz do Mérito Policial.

Filho de militar que representou o Brasil na 2 Guerra Mundial, Albernaz nasceu em São Paulo e seguiu a carreira do pai. Classificou-se em 107º lugar na turma de 119 aspirantes a oficial de artilharia em 1956, mesmo ano em que se casou. Serviu no Mato Grosso do Sul antes de ser transferido para Barueri, em São Paulo, no início dos anos 1960.

Tinha fixação pela organização de paradas de Sete de setembro. Estava na guarda do QG do Exército na capital paulista, em fevereiro de 1962, quando o comandante foi alvo de atentado à bala. Conseguiu correr atrás do autor e o espancou. Virou pupilo do general Nelson de Mello, que mais tarde viraria ministro da Guerra no governo de João Goulart.

Estava em férias na noite do golpe militar de 1964 e, ainda assim, apresentou-se espontaneamente para o serviço. Em 1969, representou o comando de sua unidade na posse do secretário de Segurança Pública de SP, o general Olavo Viana Moog, um dos futuros comandantes do grupo que exterminou a Guerrilha do Araguaia.

Neste mesmo ano foi convocado pelo general Aloysio Guedes Pereira para servir na recém-criada Oban, centro de investigações montado pelo Exército para combater a esquerda armada. Foi lá que Dilma o conheceu.

“Quem mandava era o Albernaz, quem interrogava era o Albernaz. O Albernaz batia e dava soco. Começava a te interrogar; se não gostasse das respostas, ele te dava soco. Depois da palmatória, eu fui pro pau de arara”, disse a presidente em depoimento dado, no início dos anos 2000, para o livro “Mulheres que foram à luta armada”, de Luiz Maklouf Carvalho.

Em 2001, em relato à Comissão de Direitos Humanos de Minas Gerais, Dilma afirmou que já tinha levado socos ao ser interrogada em Juiz de Fora (MG), em maio de 1970, e que seu dente “se deslocou e apodreceu”. No mesmo depoimento, ela explicou: “Mais tarde, quando voltei para São Paulo, Albernaz completou o serviço com socos, arrancando meu dente”.

Telefone de magneto era usado para choques elétricos

Albernaz era conhecido por se divertir dizendo aos presos que, por ser muito burro, precisava ouvir respostas claras. Tinha na sala um telefone de magneto que era usado para “falar com Fidel Castro”, metáfora para a aplicação de choques elétricos, segundo relato de Elio Gaspari no livro “A Ditadura Escancarada”.

“Quando venho para a Oban, deixo o coração em casa”, explicava às vítimas. Uma delas foi o coordenador do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, Virgílio Gomes da Silva, o Jonas, primeiro preso a desaparecer após a edição do AI-5.

O mesmo general que convocara Albernaz para a Oban anos depois assinou relatório informando que Jonas “evadiu-se na ocasião em que foi conduzido para indicar um aparelho da ALN”. Trinta anos depois, O GLOBO noticiaria a existência de um relatório em que militares admitem a morte do guerrilheiro em decorrência de “ferimentos recebidos”.

— Albernaz era um homem terrível, o torturador mais famoso da Oban naquela época — confirmou ao GLOBO Carlos Araújo, ex-marido de Dilma, que foi preso alguns meses depois dela e submetido aos mesmos procedimentos da ex-mulher.

Renegado pelo Exército e atolado em dívidas

O trabalho na Operação Oban fez com que Benoni Albernaz caísse em desgraça na própria família. Aposentado e dono de uma fazenda em Catalão, Goiás, o pai se chateava ao saber do comportamento do filho:

— Ele usava o poder que tinha para extorquir as pessoas, e o pai ficava triste. Sempre foi uma família esquisita, muito desunida — conta a dona de casa Maria Lázara, de 60 anos, irmã de criação do capitão.

— Olha, acho que uma vez ele caiu do cavalo numa parada militar, antes da ditadura, e o cavalo pisou na nuca dele. A partir daí, ele não ficou bom da cabeça — supõe a prima Noemia da Gama Albernaz, que hoje vive em Cuiabá.

Albernaz deixou a Oban em fevereiro de 1971, quando o aparelho já havia se transformado no DOI-Codi. Por três vezes tentou fazer o curso de operações na selva, mas teve a matrícula recusada. Foi transferido para o interior do Rio Grande do Sul, passando da caça a comunistas às operações de rotina em estradas de fronteira. O Exército tentava renegá-lo. Em março de 1974, foi internado em Porto Alegre, vítima de envenenamento.

Albernaz tinha problemas com dinheiro. Foi denunciado pelo menos cinco vezes por fazer dívidas com recrutas e não pagá-los, apesar das advertências de seus superiores. Estava lotado no setor medalhístico da Divisão de Finanças do Exército, em Brasília, quando foi declarado inabilitado para promoções, por não satisfazer a dois requisitos: “conceito profissional” e “conceito moral”. Em março de 1977, o presidente Ernesto Geisel o transferiu para a reserva.

Em um escritório no Centro de São Paulo, passou a coagir clientes a comprar terrenos vestido com farda falsificada de coronel — embora tivesse sido transferido para a reserva como major — e dizendo-se integrante do SNI.

— Você é uma estrela de nossa bandeira. Vamos investir juntos, ombro a ombro, peito aberto — dizia aos clientes, segundo registros de reclamação levadas ao Exército, pistas que levariam à sua condenação por falsidade ideológica.

Em 1980, intermediou transações de ouro de baixa qualidade no Pará, vendendo como vantagem seu acesso aos garimpos. Nunca foi responsabilizado pelo espancamento, por encomenda, de um feirante de origem japonesa.

— Se não pagar agora, vai preso para o Dops — ameaçou, já em 1979, quando não mais pertencia ao Exército.

O agredido foi à delegacia prestar queixa e, ao saber disso, Albernaz baixou no local.

— Sou amigo íntimo do presidente da República, foi ele quem me deu isso — falou ao delegado, mostrando a pistola Smith & Wesson. — Na lista de torturadores, sou o número 2.

No fim dos anos 1980, Albernaz estava atolado em dívidas. Não conseguiu pagar a hipoteca e foi acionado pelo menos quatro vezes em ações de execução extrajudicial. Sofreu um infarto quando estava no apartamento da namorada, nos Jardins, em São Paulo, em 1992. Chegou morto ao Hospital do Exército. Deixou três filhos e herança de R$ 8,4 mil para cada, resgatados 15 anos após sua morte, quando fizeram o inventário. Nenhum deles quis falar ao GLOBO.

— Siga em frente com o seu trabalho, que a gente está seguindo em frente aqui também — disse o filho Roberto, dentista, desligando o telefone.

— Isso é coisa do passado, gostaria que não me incomodasse — completou a também dentista Márcia Albernaz.

— Esquece nossa família, vai ser melhor para você — disse Benoni Júnior, médico do Exército.

Fonte: O Globo

12 comentários em “Albernaz, o capitão que socou o rosto de Dilma Rousseff, em 1970

  • 19 de março de 2013 em 11:14
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    Entretanto, a prova testemunhal ficou muito vaga quanto aos autores Janaina de Almeida Teles e Edson Luis de Almeida Teles, então menores de idade, filhos dos autores César Augusto e Maria Amélia. Realmente, as testemunhas não viram Janaina e Edson na prisão. Ninguém soube esclarecer se os então menores realmente viram os pais com as lesões resultantes das torturas. Nada indica que eles teriam recebido ameaças de tortura, ou sido usados como instrumento de tortura de seus pais. Mesmo o relato do réu em seu livro “Rompendo o Silêncio” não corresponde a uma confissão (fls. 17), pois, ainda que por dedução e indução facilmente se possam identificar os nomes das crianças mencionadas na narrativa, não há reconhecimento da prática de tortura contra elas, ou da utilização dos infantes como instrumento de tortura de seus pais. JULGO IMPROCEDENTE o pedido formulado pelos autores Janaina de Almeida Teles e Edson Luis de Almeida Teles, os quais, porque sucumbentes, arcarão com custas, despesas processuais e honorários dos advogados do réu, fixados estes, de acordo com a norma já invocada, em dez mil reais, com atualização monetária pela tabela prática a partir desta sentença. P.R.I. São Paulo, 7 de outubro de 2008. GUSTAVO SANTINI TEODORO Juiz de Direito \”Os senhores que acabaram de ler a sentença do Juiz a respeito deste assunto, agora vejam parte da matéria capciosa e mentirosa do Jornalista Thiago Herdy onde acusa o cel Ustra de torturar psicológicamente e de prender os filhos da Ana Maria Amélia Teles.

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  • 18 de março de 2013 em 14:44
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    O historiador Carlos Ilich Santos Azambuja, no texto A parcialidade escancarada, assim escreve a respeito da reticência de Elio Gaspari sobre o assunto: “Por que Gaspari, um historiador, evita dizer o nome desse seu colega, de Faculdade e de partido, que disparou a arma? Esse é um segredo de polichinelo, embora jamais o autor da morte tenha sido processado por esse crime. Seu nome? Apenas as iniciais, pois não desejo prejudicá-lo, onde quer que esteja. Assim, aquilo que ele julga que ninguém sabe, ele vai saber que eu sei: ACFPP”. No dia 22/11/2012, por meio de e-mail, Azambuja me confidenciou: “O nome do cara do qual eu escrevi apenas as iniciais é ANTONIO CARLOS FARIA PINTO PEIXOTO, na época militante do PCB. Faleceu em 15 de Julho de 2012”. – Cfr. em A Voz do Ouvidor da Comissão Nacional da Verdade.

    Aposto que os comissários bolcheniquins não têm interesse em elucidar esse fato da História recente do Brasil, porque estão comprometidos apenas com a defesa dos terroristas, em detrimento dos fatos. Ou seja, não passam de farsantes a serviço do petralhismo.\”

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  • 18 de março de 2013 em 14:41
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    Seria interessante a Comissão Nacional da Verdade publicar em seu site o verdadeiro autor da morte de Edson Luís, ocorrido em 1968 no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro. Eu já informei aos comissários do povo o nome do assassino e até agora obtive apenas um retumbante silêncio.

    O historiador Carlos Ilich Santos Azambuja, no texto A parcialidade escancarada, assim escreve a respeito da reticência de Elio Gaspari sobre o assunto: “Por que Gaspari, um historiador, evita dizer o nome desse seu colega, de Faculdade e de partido, que disparou a arma? Esse é um segredo de polichinelo, embora jamais o autor da morte tenha sido processado por esse crime. Seu nome? Apenas as iniciais, pois não desejo prejudicá-lo, onde quer que esteja. Assim, aquilo que ele julga que ninguém sabe, ele vai saber que eu sei: ACFPP”. No dia 22/11/2012, por meio de e-mail, Azambuja me confidenciou: “O nome do cara do qual eu escrevi apenas as iniciais é ANTONIO CARLOS FARIA PINTO PEIXOTO, na época militante do PCB. Faleceu em 15 de Julho de 2012”. – Cfr. em A Voz do Ouvidor da Comissão Nacional da Verdade.

    Aposto que os comissários bolcheniquins não têm interesse em elucidar esse fato da História recente do Brasil, porque estão comprometidos apenas com a defesa dos terroristas, em detrimento dos fatos. Ou seja, não passam de farsantes a serviço do petralhismo.\”

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    Amigos! Enviei para a seção de cartas do jornal O Globo!
    Balbi

    Quero contribuir com a Comissão da Verdade! Sugiro que as mesmas convoquem o historiador Carlos I. S. Azambuja e o jornalista Elio Gaspari para identificarem o autor do disparo que matou em 1968 Edson Luis, o rapazola que vivia ali pela área do Restaurante do Calabouço e foi elevado à categoria de estudante e mártir, por ter sido supostamente assassinado pela ditadura.
    Gaspari identificou o autor do disparo pelas iniciais ACFPP, militante do PCB. Carlos Azambuja, na obra A parcialidade escancarada cobra de Gaspari a identificação completa do cidadão, que nunca foi processado. Aliás, ACFPP veio a falecer em 15 de julho de 2012, mas a sua família poderia vir a público e pedir desculpas pelo ocorrido, para a sociedade e para a família do morto.

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  • 25 de julho de 2012 em 05:44
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    CONTRIBUIÇÃO PARA A COMISSÃO DA VERDADE IIIAton Fon Filho – ALN
    Matéria pesquisada e produzida pelo site: http://www.averdadesufocada.com

    \”Familiares de vítimas atacam projeto Júnia Gama – Alana Rizzo – Correio Braziliense – 20/09/2011
    (…)\”O projeto como está é uma farsa, não vai produzir justiça. Se for só para dizer que tivemos uma comissão, é melhor não tê-la\”, diz o diretor do Sindicato dos Advogados de São Paulo, Aton Fon Filho.\”(…)

    Contribuindo com a Comissão da Verdade, conheça um pequeno período da vida de Aton Fon Filho, com curso em Cuba e ativo participante da luta armada, hoje advogado, ligado à ONGs e preocupado com os direitos humanos dos militantes da luta armada e com a Comissão da Verdade. Os direitos humanos dos familiares de suas vítimas serão lembrados ?

    Marighela recebeu, a partir de julho de 1968, os militantes que haviam sido enviados a Cuba, em 1967, para realizar o treinamento militar. Era o \”I Exército da ALN\” – como ficou conhecido o grupo -, que retornava para iniciar suas atividades criminosas. Na primeira leva seguiram para Cuba Adilson Ferreira da Silva ( Miguel), Aton Fon Filho ( Marcos), Epitácio Remígio de Araújo (Júlio) , Hans Rudolf Jacob Manz ( Juvêncio ou Suíço), José Nonato Mendes ( Pele de Rato ou Pará ), Otávio Ângelo ( Fermim) e Virgílio Gomes da Silva ( Carlos).

    A mesma época, iniciou-se o envio de, mais um grupo de militantes, que reunido em Cuba, realizaria o curso entre março e setembro de 1969.

    Apoiado pela chegada do I Exército da ALN e com intuito de partir direto para a ação e de reafirmar que o comando político emergia da ação, Marighela partiu para o ataque reforçado pelo grupo que chegara de Cuba, e liderou alguns assaltos e atentados na área de São Paulo, em 1968. São de autoria do ainda chamado Agrupamento Comunista de São Paulo – AC/SP- os seguintes assaltos:
    – ao banco Comércio e Indústria , Av. São Gabriel, 191, em julho de 1968;
    – à agência Bradesco, da Alameda Barros com AV. Angélica;
    – ao trem pagador da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, em agosto;
    – ao carro pagador da Massey Ferguson, no Alto de Pinheiros, em outubro;
    – à indústria \”Rochester -Armas e Explosivos\”, em Mogi das Cruzes ( na Grande São Paulo), no dia 28 de dezembro de 1968;
    – á casa de um colecionador de armas , na Alameda Ribeirão Preto.
    – o atentado contra um carro pertencente a um elemento do DOPS de São Paulo, na AV. Marginal ; e
    – o atentado a bomba contra a casa de um diretor da Contel.

    A esses fatos viria somar-se um estremecimento nas relações da agora denominada Aliança Libertadora Nacional – ALN -, com a VPR, que eram muito intensas. O estremecimento deu-se em razão da ALN , que armazenara parte do armamento roubado do 4º RI para a VPR, haver relutado em devolvê-lo quando solicitado por aquela organização.

    Essas ações e mais o assassinato do capitão Chandler – 12/10/1968 – pela VPR, que teve grande repercussão no Brasil e no mundo provocaram um refluxo temporário nas ações da ALN em São Paulo.

    Para sobreviver durante esse período, a organização realizou ações de pequena monta, como assaltos a padarias e supermercados, nos quais Aton Fon Filho participou juntamente com Vírgilo Gomes da Silva, chefe de um dos grupos táticos armados – GTA-, Manoel Cyrilo de Oliveira e Takao Amano.

    Passado o impacto da repercussão do bárbaro asssassinato do capitão Chandler, na frente da mulher e dos filhos, a ALN recomeçou uma série de ações violentas. A primeira foi o assalto à agência de Suzano da União de Bancos Brasileiros, no dia 7 de maio de 1969. Durante a fuga, os terroristas foram surpreendidos, travando-se intenso tiroteio com a polícia, com o saldo de quatro vítimas. O investigador José Carvalho, que tentara impedir a fuga foi atingido por vários impactos. Socorrido, veio a falecer na Santa Casa de Suzano. Os civis Antônio Maria Comenda Belchior e Ferdinando Eiamini, que passavam pelo local no momento do tiroteio, foram feridos.

    Takao Amano, ferido na coxa, retirado do local pelos companheiros, foi operado por Boanerges Massa na casa do casal Carlos Henrique Knapp e Eliane Toscano Zamikhowski, militantes da rede de apoio na ALN de São Paulo.

    No dia 27 de maio, no afã de aumentar a potência de fogo de seu GTA e realizar uma ação de propaganda armada, buscando desmoralizar as forças de segurança, foi perpetrada uma ação contra o 15º Batalhão da Força Pública do Estado de São Paulo, na Avenida Cruzeiro do Sul. No Volkswagen dirigido por Celso Antunes Horta, iam Virgílio Gomes da Silva, Aton Fon Filho, Carlos Eduardo Pires Fleury e Maria Aparecida da Costa. O Karman-Ghia da cobertura era dirigido por Ana Maria de Cerqueira Cesar Corbisier, que, antecipando-se ao Volkswagen, estacionara na esquina próxima, aguardando o desenrolar dos acontecimentos. A repetina parada do carro e o rápido desembarque de três elementos surpreenderam, o soldado da Força Pública paulista Naul José Mantovani que se encontrava de guarda. Virgílio, Carlos Eduardo e Aton Fon Filho não deram qualquer chance ao soldado de serviço, que caiu fuzilado pelos terroristas e teve sua metralhadora roubada. O soldado Nicácio Conceição Pupo, que acorreu ao local ao ouvir os disparos, foi gravemente ferido na cabeça, tendo ficado com o cérebro paralisado. Os assassinos, ante a reação da guarda, que respondeu atirando contra o carro, em defesa dos feridos e do batalhão, lograram empreender a fuga

    No dia 4 de junho , no assalto ao Banco Tozan, na Avenida Penha de França, a ALN deu prosseguimento ao rol de suas vítimas fatais. durante a fuga , o soldado da FPESP Boaventura Rodrigues da Silva, que se encontrava de serviço nas proximidades do banco e tentou obstar a ação , foi morto a tiros e teve sua metralhadora roubada. O terrorista Francisco Gomes da Silva, que saiu ferido nas costas, durante o assalto, foi atendido pela mesma equipe da rede de apoio da ALN na casa de Carlos Knapp.

    Ainda em 1969, nos meses subsequentes, a ALN realizou uma série de assaltos a bancos, supermercados e empresas de transporte coletivo e de atentados a bomba , dos quais se destacam o atentado ao Palácio Episcopal , em 6 de agosto, e o metralhamento , em 24 de agosto , à vitrina da Loja Mappin , que expunha material alusivo à Semana do Exército.

    As ações da ALN , no referido período, foram
    16 de junho – atentado a bomba nos elevadores da CBI, na rua Formosa;
    23 de junho – assalto à empresa de ônibus \” Viação Leste-Oeste\”;
    6 de junho – atentado a bomba contra uma subestação da Light, em Piquete;
    08 de julho – assalto à agência do Banco do Brasil, Santo André;
    12 de julho – assalto simultâneo ao União de Bancos Brasileiros e à Caixa Econômica Federal, na Avenida Guapira, em Jaçanã;
    15 de julho – primeiro assalto à agência Bradesco na Rua Major Diogo;
    24 de julho – assalto contra a União Cultural Brasil-Estados Unidos, na rua Oscar Porto;
    final de julho – assalto ao Supermercado Pão de Acúcar , no Bairro de Pinheiros;
    18 de agosto – assalto à agência do Banco Comércio e Indústria da Avenida São Gabriel;
    24 de agosto – atentado a bomba contra a agência da Light;
    29 de agosto – assalto à empresa Instrumental Berse LTDA, na rua Agostinho Gomes, 1662;
    09 de setembro – assalto á agência do banco Itaú- América, na rua Pamplona;
    22 de setembro – segundo assalto à agência do Bradesco, na rua Major Diogo.

    No dia 19 de setembro, a ALN realizou mais uma ação de propaganda armada, desta feita contra a guarnição da radiopatrulha nº 21, que habitualmente permanecia estacionada no Conjunto Nacional na Av. Paulista. A guarnição da RP era constituída de dois homens,e nas suas proximidas ficava um guarda-civil do policiamento ostensivo. Por vaIta das 22 horas após saltarem do carro dirigido por Aton Fon Filho, Virgílio Gomes da Silva, o comandante da ação, Denison Luís de Oliveira e Manoel Cyrilo de Oliveira Neto dirigiram-se para a viatura como se fossem solicitar uma informação. Ao mesmo tempo, Takao Amano aproximava-se do guarda-civil. Takao, num gesto desnecessário de prepotência, rendeu o guarda e obrigou-o a colocar-se de joelhos à sua frente, humilhando-o ao exigir que lhe pedisse clemência. A trinca que se ocupava da radiopatrulha, ao imaginar ou pressentir uma tentativa de reação, disparou suas armas para o interior da viatura. O soldado da FPESP Pedro Fernandes da Silva, atingido por vários disparos, um deles na coluna, ficou com sequelas seríssimas. Denison e Virgílio recolheram uma metralhadora INA e dois revólveres .38 , enquanto Takao Amano recolhia um revólver .38 do tripudiado guarda -civil.

    Para complementar a \”ação revolucionária, os dois primeiros espalharam gasolina e incendiaram a radiopatrulha. Esta seria uma das últimas ações da ALN em São Paulo, no ano de 1969.

    Depois disso, em setembro, Aton Fon Filho e Maria Aparecida da Costa partiram de São Paulo e foram atuar no Rio de Janeiro, esperando uma oportunidade para fugir para o exterior

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  • 25 de julho de 2012 em 05:40
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    Justiçamento 4: ASSASSINATO DE HENNING ALBERT BOILESENO industrial Henning Albert Boilesen começou a morrer em janeiro de 1971.

    Nessa época, Antônio André Camargo Guerra (\”Márcio\”, \”Rafael\”, \”Fernando\”, \”Homero\”, \”Alexandre\”), do comando do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), \”cobriu um ponto\” em Cascadura, na então Guanabara, com Herbert Eustáquio de Carvalho, o \”Daniel\”, da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), para tratar das próximas ações da \”Frente\”, constituída por essas duas organizações e mais a Ação Libertadora Nacional (ALN), o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). Na ocasião, Herbert, a mando de Carlos Lamarca, entregou-lhe um bilhete com três nomes: \”Henning Boilessen\”, \”Peri Igel\” e \”Sebastião Camargo (Camargo Correia)\”. Segundo Herbert, Lamarca pedia ao MRT que levantasse os dados dessas três pessoas a fim de futuros seqüestros ou justiçamentos.

    Boilesen, um dinamarquês de 55 anos, havia sido, em sua juventude, lutador de box e jogador de futebol em Copenhague. Formado em Administração de Empresas, veio para São Paulo em 1942, como contador da Firestone, naturalizando-se brasileiro em 1959.

    Ingressando na Ultragás, foi, pela sua grande capacidade de trabalho, galgando postos, sucessivamente, até tornar-se o presidente do Grupo Ultra, que englobava várias empresas ligadas à produção do gás liqüefeito do petróleo.

    Preocpado com os aspectos sociais do trabalho, auxiliava diversas entidades e havia criado um Centro de Integração Empresa-Escola, para a formação de mão-de-obra especializada. Entrosado com o meio empresarial, possuía os títulos de \”Cidadão Paulistano\” e de \”Homem de Relações Públicas em 1964\”, além de quase uma dezena de medalhas e condecorações, outorgadas por diversas entidades, entre as quais o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, a Sociedade Geográfica Brasileira e o Museu de História do Rio de Janeiro.

    Casado, com 3 filhos e 4 netos, Boilesen disputava peladas de futebol nos fins de semana e era fanático torcedor do Palmeiras. Gostava de samba e ficava horas a ouvir Chico Buarque, a quem considerava um gênio. Apaixonado pelas artes plásticas, patrocinava exposições e privava da amizade de inúmeros artistas que expunham na vizinha cidade de Embu.

    Mas, para a VPR, ele era um \”espião da CIA\” e patrocinador da Operação Bandeirante, a OBAN. No bilhete passado por Herbert para Antônio André, Boilesen estava em primeiro lugar e assinalado com um sinistro \”X\”.

    A partir da 2ª quinzena de janeiro de 1971, iniciaram-se os levantamentos do industrial, dos quais participaram Devanir José de Carvalho (\”Henrique\”, \”Justino\”, \”Heitor\”), Dimas Antônio Casemiro (\”Rei\”, \”Celso\”, \”Jaime\”, \”Serafim\”), Gilberto Faria Lima (\”Zorro\”, \”Diego\”, \”Carlos\”, \”Giba\”, \”Sílvio\”) e José Dan de Carvalho (\”Alcides\”), pelo MRT, Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz (\”Clemente\”, \”Guilherme\”), pela ALN, e Gregório Mendonça (\”Fumaça\”, \”Leônidas\”, \”Marcos\”) e Laerte Dorneles Meliga (\”Flávio\”, \”Sebastião\”), pela VPR.

    Nos levantamentos procedidos, descobriu-se que Boilesen residia no Morumbi e que diariamente, às 0900 horas, antes de ir para o trabalho, passava para ver um de seus filhos (que era cego) do primeiro casamento, na Rua Estados Unidos, 1030. Nada descobriram, entretanto, sobre sua suposta ligação com a OBAN.

    A prisão de Laerte e Gregório, respectivamente, em 02 e 04 de fevereiro, fez com que suspendessem a ação, temporariamente, pois ambos haviam participado dos levantamentos. Passados alguns dias, observando que o industrial não mudara seus hábitos e continuava a não possuir segurança pessoal, concluíram que nada havia sido delatado pelos companheiros.

    Numa reunião do comando do MRT, realizada em 17 de fevereiro, Boilesen foi julgado e condenado à morte. Na pauta resumida dessa reunião, apreendida dois meses depois, aparece um lacônico \”Justiçamento-CIA\”. Uma semana depois, em 23 de fevereiro, na pauta de uma nova reunião do comando, aparecia, com a própria letra do Devanir: \”Tarefa prioritária: Sobre a pena de morte – apresentar proposta à frente\”. O MRT, para executar a ação, precisava propô-la à \”Frente\”. Boilesen ganhou mais alguns dias de vida.

    A morte de Devanir José de Carvalho, o famigerado \”Henrique\”, líder do MRT, baleado ao resistir à prisão em 05 de abril, em vez de suspender, precipitou a ação. Dimas, o \”Rei\”, e Giberto, o \”Zorro\”, entraram em contato com Carlos Eugênio, o \”Clemente\”, e José Milton Barbosa (\”Castro\”), da ALN, e pediram auxílio para a execução, como vingança pela morte do \”Henrique\”.

    Entre os dias 09 e 13 de abril, o \”Comando Revolucionário Devanir José de Carvalho\”, criado especificamente para a ação, realizou novos levantamentos sobre Boilesen. Dimas escreveu o panfleto que seria jogado sobre a futura vítima, procurando \”justificar\” o assassinato.

    Na manhã de 14 de abril, o Comando Revolucionário montou o seu dispositivo. No carro da ação, um Volks, três militantes da ALN: Antônio Sérgio de Matos (\”Uns e Outros\”), como motorista, Yuri Xavier Pereira (\”Joaozão\”), com Fuzil Mauser 7 mm, e José Milton Barbosa, com metralhadora INA. No carro de cobertura, outro Volks, três militantes do MRT: Dimas Antônio Casemiro, como motorista, Joaquim Alencar de Seixas (\”Roque\”, \”Felipe\”, \”Velho\”), com Winchester 44, e Gilberto Faria Lima, com metralhadora INA. Haviam decidido que a ação seria executada em frente da casa dos filhos de Boilesen, na Rua Estados Unidos, a fim de causar maior impacto na opinião pública. Estacionaram os dois carros na Alameda Casa Branca e Yuri e José Milton montaram guarda na esquina para esperar a sua saída. Subiriam nos carros e fechariam o do industrial antes que ele desse a partida.

    Entretanto, nesse dia, Boilesen viajou a negócios para a Guanabara. Ganhou mais 24 horas de vida.

    No dia seguinte, 15 de abril de 1971, novamente o Comando Revolucionário tomou posição. Dessa vez, pontual, Boilesen saiu da casa de seus filhos, às 0910 horas. O planejamento, no entanto, não fora bem feito. Ao entrarem na Estados Unidos, os terroristas observaram, surpresos, que o Ford Gálaxie do industrial já virava à direita, tomando a Rua Peixoto Gomide. Após alguns segundos de hesitação, decidiram agir assim mesmo e saíram em perseguição ao carro. Para evitar uma feira livre, Boilesen entrou na Rua Professor Azevedo Amaral e pegou a Barão de Capanema. Na esquina da Alameda Casa Branca, parou para entrar à esquerda. Nesse momento, os dois carros emparelharam com o dele. Pela esquerda, Yuri, colocando o fuzil para fora da janela, disparou um tiro que raspou a cabeça de Boilesen. Este saiu do Gálaxie e tentou correr em direção contrária aos carros. Foi inútil. José Milton descarregou a metralhadora em suas costas e Yuri desfechou-lhe mais três tiros de fuzil. Cambaleando, Boilesen arrastou-se por mais alguns metros, indo cair na sarjeta, junto de um outro Volkswagen. Aproximando-se, Yuri disparou mais um tiro, que arrancou-lhe a maior parte da face esquerda. Joaquim e Gilberto jogaram os panfletos por cima do cadáver. Os terrorista, subindo em seus carros, arrancaram em alta velocidade, fugindo pela Alameda Casa Branca em direção à Avenida Paulista.

    Mais tarde, num relatório escrito por Yuri e apreendido pela polícia, pode-se ler: \”Durante a fuga trocávamos olhares de contentamento e satisfação.. Mais uma vitória da Revolução Brasileira\”.

    O assassinato durara menos de dois minutos. Os disparos haviam chamado a atenção de dezenas de populares que estavam na feira livre. Vários carros e casas foram atingidos por tiros perdidos. Caídas, uma senhora, atingida no ombro, e uma vendedora de maçãs, ferida na perna, aumentavam o pânico das pessoas, que correram em direção à Peixoto Gomide.

    Sobre o corpo de Boilesen, mutilado com 19 tiros, os panfletos da ALN e do MRT, dirigidos \”Ao Povo Brasileiro\”, traziam a ameaça:
    \”Como ele, existem muitos outros e sabemos quem são. Todos terão o mesmo fim, não importa quanto tempo demore; o que importa é que todos eles sentirão o peso da JUSTIÇA REVOLUCIONÁRIA. Olho por olho, dente por dente\”.

    Os \”senhores da vida e da morte\” superestimaram o próprio tempo

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  • 25 de julho de 2012 em 05:39
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    Justiçamento 4: ASSASSINATO DE HENNING ALBERT BOILESENO industrial Henning Albert Boilesen começou a morrer em janeiro de 1971.

    Nessa época, Antônio André Camargo Guerra (\”Márcio\”, \”Rafael\”, \”Fernando\”, \”Homero\”, \”Alexandre\”), do comando do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), \”cobriu um ponto\” em Cascadura, na então Guanabara, com Herbert Eustáquio de Carvalho, o \”Daniel\”, da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), para tratar das próximas ações da \”Frente\”, constituída por essas duas organizações e mais a Ação Libertadora Nacional (ALN), o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). Na ocasião, Herbert, a mando de Carlos Lamarca, entregou-lhe um bilhete com três nomes: \”Henning Boilessen\”, \”Peri Igel\” e \”Sebastião Camargo (Camargo Correia)\”. Segundo Herbert, Lamarca pedia ao MRT que levantasse os dados dessas três pessoas a fim de futuros seqüestros ou justiçamentos.

    Boilesen, um dinamarquês de 55 anos, havia sido, em sua juventude, lutador de box e jogador de futebol em Copenhague. Formado em Administração de Empresas, veio para São Paulo em 1942, como contador da Firestone, naturalizando-se brasileiro em 1959.

    Ingressando na Ultragás, foi, pela sua grande capacidade de trabalho, galgando postos, sucessivamente, até tornar-se o presidente do Grupo Ultra, que englobava várias empresas ligadas à produção do gás liqüefeito do petróleo.

    Preocpado com os aspectos sociais do trabalho, auxiliava diversas entidades e havia criado um Centro de Integração Empresa-Escola, para a formação de mão-de-obra especializada. Entrosado com o meio empresarial, possuía os títulos de \”Cidadão Paulistano\” e de \”Homem de Relações Públicas em 1964\”, além de quase uma dezena de medalhas e condecorações, outorgadas por diversas entidades, entre as quais o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, a Sociedade Geográfica Brasileira e o Museu de História do Rio de Janeiro.

    Casado, com 3 filhos e 4 netos, Boilesen disputava peladas de futebol nos fins de semana e era fanático torcedor do Palmeiras. Gostava de samba e ficava horas a ouvir Chico Buarque, a quem considerava um gênio. Apaixonado pelas artes plásticas, patrocinava exposições e privava da amizade de inúmeros artistas que expunham na vizinha cidade de Embu.

    Mas, para a VPR, ele era um \”espião da CIA\” e patrocinador da Operação Bandeirante, a OBAN. No bilhete passado por Herbert para Antônio André, Boilesen estava em primeiro lugar e assinalado com um sinistro \”X\”.

    A partir da 2ª quinzena de janeiro de 1971, iniciaram-se os levantamentos do industrial, dos quais participaram Devanir José de Carvalho (\”Henrique\”, \”Justino\”, \”Heitor\”), Dimas Antônio Casemiro (\”Rei\”, \”Celso\”, \”Jaime\”, \”Serafim\”), Gilberto Faria Lima (\”Zorro\”, \”Diego\”, \”Carlos\”, \”Giba\”, \”Sílvio\”) e José Dan de Carvalho (\”Alcides\”), pelo MRT, Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz (\”Clemente\”, \”Guilherme\”), pela ALN, e Gregório Mendonça (\”Fumaça\”, \”Leônidas\”, \”Marcos\”) e Laerte Dorneles Meliga (\”Flávio\”, \”Sebastião\”), pela VPR.

    Nos levantamentos procedidos, descobriu-se que Boilesen residia no Morumbi e que diariamente, às 0900 horas, antes de ir para o trabalho, passava para ver um de seus filhos (que era cego) do primeiro casamento, na Rua Estados Unidos, 1030. Nada descobriram, entretanto, sobre sua suposta ligação com a OBAN.

    A prisão de Laerte e Gregório, respectivamente, em 02 e 04 de fevereiro, fez com que suspendessem a ação, temporariamente, pois ambos haviam participado dos levantamentos. Passados alguns dias, observando que o industrial não mudara seus hábitos e continuava a não possuir segurança pessoal, concluíram que nada havia sido delatado pelos companheiros.

    Numa reunião do comando do MRT, realizada em 17 de fevereiro, Boilesen foi julgado e condenado à morte. Na pauta resumida dessa reunião, apreendida dois meses depois, aparece um lacônico \”Justiçamento-CIA\”. Uma semana depois, em 23 de fevereiro, na pauta de uma nova reunião do comando, aparecia, com a própria letra do Devanir: \”Tarefa prioritária: Sobre a pena de morte – apresentar proposta à frente\”. O MRT, para executar a ação, precisava propô-la à \”Frente\”. Boilesen ganhou mais alguns dias de vida.

    A morte de Devanir José de Carvalho, o famigerado \”Henrique\”, líder do MRT, baleado ao resistir à prisão em 05 de abril, em vez de suspender, precipitou a ação. Dimas, o \”Rei\”, e Giberto, o \”Zorro\”, entraram em contato com Carlos Eugênio, o \”Clemente\”, e José Milton Barbosa (\”Castro\”), da ALN, e pediram auxílio para a execução, como vingança pela morte do \”Henrique\”.

    Entre os dias 09 e 13 de abril, o \”Comando Revolucionário Devanir José de Carvalho\”, criado especificamente para a ação, realizou novos levantamentos sobre Boilesen. Dimas escreveu o panfleto que seria jogado sobre a futura vítima, procurando \”justificar\” o assassinato.

    Na manhã de 14 de abril, o Comando Revolucionário montou o seu dispositivo. No carro da ação, um Volks, três militantes da ALN: Antônio Sérgio de Matos (\”Uns e Outros\”), como motorista, Yuri Xavier Pereira (\”Joaozão\”), com Fuzil Mauser 7 mm, e José Milton Barbosa, com metralhadora INA. No carro de cobertura, outro Volks, três militantes do MRT: Dimas Antônio Casemiro, como motorista, Joaquim Alencar de Seixas (\”Roque\”, \”Felipe\”, \”Velho\”), com Winchester 44, e Gilberto Faria Lima, com metralhadora INA. Haviam decidido que a ação seria executada em frente da casa dos filhos de Boilesen, na Rua Estados Unidos, a fim de causar maior impacto na opinião pública. Estacionaram os dois carros na Alameda Casa Branca e Yuri e José Milton montaram guarda na esquina para esperar a sua saída. Subiriam nos carros e fechariam o do industrial antes que ele desse a partida.

    Entretanto, nesse dia, Boilesen viajou a negócios para a Guanabara. Ganhou mais 24 horas de vida.

    No dia seguinte, 15 de abril de 1971, novamente o Comando Revolucionário tomou posição. Dessa vez, pontual, Boilesen saiu da casa de seus filhos, às 0910 horas. O planejamento, no entanto, não fora bem feito. Ao entrarem na Estados Unidos, os terroristas observaram, surpresos, que o Ford Gálaxie do industrial já virava à direita, tomando a Rua Peixoto Gomide. Após alguns segundos de hesitação, decidiram agir assim mesmo e saíram em perseguição ao carro. Para evitar uma feira livre, Boilesen entrou na Rua Professor Azevedo Amaral e pegou a Barão de Capanema. Na esquina da Alameda Casa Branca, parou para entrar à esquerda. Nesse momento, os dois carros emparelharam com o dele. Pela esquerda, Yuri, colocando o fuzil para fora da janela, disparou um tiro que raspou a cabeça de Boilesen. Este saiu do Gálaxie e tentou correr em direção contrária aos carros. Foi inútil. José Milton descarregou a metralhadora em suas costas e Yuri desfechou-lhe mais três tiros de fuzil. Cambaleando, Boilesen arrastou-se por mais alguns metros, indo cair na sarjeta, junto de um outro Volkswagen. Aproximando-se, Yuri disparou mais um tiro, que arrancou-lhe a maior parte da face esquerda. Joaquim e Gilberto jogaram os panfletos por cima do cadáver. Os terrorista, subindo em seus carros, arrancaram em alta velocidade, fugindo pela Alameda Casa Branca em direção à Avenida Paulista.

    Mais tarde, num relatório escrito por Yuri e apreendido pela polícia, pode-se ler: \”Durante a fuga trocávamos olhares de contentamento e satisfação.. Mais uma vitória da Revolução Brasileira\”.

    O assassinato durara menos de dois minutos. Os disparos haviam chamado a atenção de dezenas de populares que estavam na feira livre. Vários carros e casas foram atingidos por tiros perdidos. Caídas, uma senhora, atingida no ombro, e uma vendedora de maçãs, ferida na perna, aumentavam o pânico das pessoas, que correram em direção à Peixoto Gomide.

    Sobre o corpo de Boilesen, mutilado com 19 tiros, os panfletos da ALN e do MRT, dirigidos \”Ao Povo Brasileiro\”, traziam a ameaça:
    \”Como ele, existem muitos outros e sabemos quem são. Todos terão o mesmo fim, não importa quanto tempo demore; o que importa é que todos eles sentirão o peso da JUSTIÇA REVOLUCIONÁRIA. Olho por olho, dente por dente\”.

    Os \”senhores da vida e da morte\” superestimaram o próprio tempo

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  • 25 de julho de 2012 em 05:36
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    ELES FORAM MORTOS POR FACÍNORAS.! – GRUPO GUARARAPESVÍTIMAS DO TERRORISMO – Janeiros
    domingo, 1 de janeiro de 2012

    Neste janeiro de 2012, reverenciamos a todos os que, em janeiros passados, tombaram pela fúria política de terroristas. Os seus algozes, sob a mentira de combater uma ditadura militar, na verdade queriam implantar uma ditadura comunista em nosso país.

    Nestes tempos de esperança, cabe-nos lutar para que recebam isonomia no tratamento que os \”arautos\” dos direitos humanos dispensam aos seus assassinos, que hoje recebem pensões e indenizações do Estado contra o qual pegaram em armas.

    A lembrança deles não nos motiva ao ódio e nem mesmo à contestação aos homens e agremiações alçados ao poder em decorrência de um processo político legítimo. Move-nos, verdadeiramente, o desejo de que a sociedade brasileira lhes faça justiça e resgate aos seus familiares a certeza de que não foram cidadãos de segunda classe por terem perdido a vida no confronto do qual os seus verdugos, embora derrotados, exibem, na prática, os galardões de uma vitória bastarda, urdida por um revanchismo odioso.

    A esses heróis o reconhecimento da Democracia e a garantia da nossa permanente vigilância, para que o sacrifício de suas vidas não tenha sido em vão.

    10/01/68 – Agostinho Ferreira Lima – (Marinha Mercante – Rio Negro / AM)
    No dia 06/12/67, a lancha da Marinha Mercante “Antônio Alberto” foi atacada por um grupo de nove terroristas, liderados por Ricardo Alberto Aguado Gomes “Dr. Ramon”, o qual, posteriormente, ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN). Neste ataque Agostinho Ferreira Lima foi ferido gravemente, vindo a falecer no dia 10/01/68.

    07/01/69 – Alzira Baltazar de Almeida – (Dona de casa – Rio de Janeiro / RJ)
    Uma bomba jogada por terroristas, embaixo de uma viatura policial, estacionada em frente à 9ª Delegacia de Polícia, ao explodir, matou a jovem Alzira, de apenas 18 anos de idade, uma vítima inocente que na ocasião transitava na rua.

    11/01/69 – Edmundo Janot – (Lavrador – Rio de Janeiro / RJ)
    Morto a tiros, foiçadas e facadas por um grupo de terroristas que havia montado uma base de guerrilha nas proximidades da sua fazenda.

    29/01/69 – Cecildes Moreira de Faria (Subinspetor de Polícia) e José Antunes Ferreira (Guarda Civil) – BH/MG
    Durante a abordagem de um um “aparelho” do Comando de Libertação Nacional (Colina), na rua Itacarambu nº 120, bairro São Geraldo, identificado por Pedro Paulo Bretas, “Kleber”, a equipe de segurança foi recebida por rajadas de metralhadora, disparadas por Murilo Pinto Pezzuti da Silva, “Cesar” ou “Miranda”, que, com onze tiros, mataram o Subinspetor Cecildes Moreira da Silva, que deixou viúva e oito filhos, e o Guarda Civil José Antunes Ferreira, ferindo, ainda, o Investigador José Reis de Oliveira. No interior do “aparelho”, foram presos o assassino Murilo Pinto Pezzuti da Silva e os terroristas do Colina: Afonso Celso Lana Leite, ”Ciro”; Mauricio Vieira de Paiva, ”Carlos”; Nilo Sérgio Menezes Macedo; Júlio Antonio Bittencourt de Almeida, “Pedro”; Jorge Raimundo Nahas, “Clovis” ou “Ismael”; Maria José de Carvalho Nahas, “Celia” ou “Marta”, e foram apreendidos um fuzil FAL, cinco pistolas, três revólveres, duas metralhadoras, duas carabinas, duas granadas de mão, 702 bananas de dinamite, fardas da PM e dinheiro de assaltos.

    17/01/70 – José Geraldo Alves Cursino – (Sargento PM – São Paulo / SP)
    Morto a tiros por terroristas.

    07/01/71 – Marcelo Costa Tavares – (Estudante – 14 anos – MG)
    Morto por terroristas durante um assalto ao Banco Nacional de Minas Gerais.
    Participaram da ação: Newton Moraes, Aldo Sá Brito, Macos Nonato da Fonseca e Eduardo Antonio da Fonseca.

    18/01/72 – Tomaz Paulino de Almeida – (sargento PM – São Paulo / SP)
    Morto, a tiros de metralhadora, no bairro Cambuci, por um grupo terrorista que roubou o seu carro.
    Autores do assassinato: João Carlos Cavalcante Reis, Lauriberto José Reyes e Márcio Beck Machado, todos integrantes do Movimento de Libertação Nacional (Molipo).
    As famílias dos assassinos João Carlos Cavalcante Reis e Lauriberto José Reyes foram indenizadas pela Lei nº 1.140/95.

    20/01/72 – Sylas Bispo Feche – (Cabo PM São Paulo / SP)
    O cabo Sylas Bispo Feche, integrava uma Equipe de Busca e Apreensão do DOI/CODI/II Exército. Sua equipe executava uma ronda, quando um carro VW, ocupado por duas pessoas, cruzou um sinal fechado quase atropelando uma senhora que atravessava a rua com uma criança no colo. A equipe saiu em perseguição ao carro suspeito, que foi interceptado. Ao tentar aproximar-se para pedir os documentos dos dois ocupantes do veículo, o cabo Feche foi, covardemente, metralhado por eles.
    Os assassinos do cabo Feche, ambos membros da Ação Libertadora Nacional (ALN), mortos no tiroteio que se seguiu, foram Gelson Reicher, “Marcos”, que usava identidade falsa com o nome de Emiliano Sessa, chefe de um Grupo Tático Armado (GTA) e já tinha praticado mais de vinte atos terroristas, inclusive o seqüestro de um médico; e Alex Paula Xavier Pereira, “Miguel”, que usava identidade falsa com o nome de João Maria de Freitas, com curso de guerrilha em Cuba e autor de mais de quarenta atos terroristas, inclusive atentados a bomba na cidade do Rio de Janeiro.
    As famílias dos assassinos Gelson Reicher e Alex Paula Xavier Pereira foram indenizadas pela Lei nº 9.140/95.

    25/01/72 – Elzo Ito – (Estudante – São Paulo / SP)
    Aluno do Centro de Formação de Pilotos Militares, morto por terroristas que roubaram seu carro.
    Os mortos acima relacionados não dão nomes a logradouros públicos, nem seus parentes receberam indenizações, mas os responsáveis diretos ou indiretos por suas mortes dão nome à escolas, ruas, estradas e suas famílias receberam vultosas indenizações, pagas com o nosso dinheiro.

    Texto adaptado de: TERNUMA

    REPASSEM, AMIGO!
    ELES FORAM MORTOS POR FACÍNORAS.!

    GRUPO GUARARAPES

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  • 24 de julho de 2012 em 17:39
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    10/05/70 – Alberto Mendes Junior- 1º Tenente PM – SP
    Esta é uma das maiores expressões da covardia e da violência de que era capaz o terrorista Carlos Lamarca. No dia 08/05/70, 7 terroristas, chefiados por ele, estavam numa pick-up e pararam num posto de gasolina em Eldorado Paulista. Foram abordados por policiais e reagiram a bala, conseguindo fugir. Ciente do ocorrido, o Tenente Mendes organizou uma patrulha. Em duas viaturas, dirigiu-se de Sete Barras para Eldorado Paulista. Por volta das 21h, houve o encontro com os terroristas, que estavam armados com fuzis FAL, enquanto os PMs portavam o velho fuzil Mauser modelo 1908. Em nítida desvantagem bélica, vários PMs foram feridos, e o Tenente Mendes verificou que diversos de seus comandados estavam necessitando de urgentes socorros médicos. Julgando-se cercado, Mendes aceitou render-se desde que seus homens pudessem receber o socorro necessário. Tendo os demais componentes da patrulha permanecido como reféns, o Tenente levou os feridos para Sete Barras.

    De madrugada, a pé e sozinho, Mendes buscou contato com os terroristas, preocupado que estava com o restante de seus homens. Encontrou Lamarca, que decidiu seguir com seus companheiros e com os prisioneiros para Sete Barras. Ao se aproximarem dessa localidade, foram surpreendidos por um tiroteio, ocasião em que dois terroristas – Edmauro Gopfert e José Araújo Nóbrega – desgarraram-se do grupo, e os cinco terroristas restantes embrenharam-se no mato, levando junto o Tenente Mendes. Depois de caminharem um dia e meio na mata, os terroristas e o tenente pararam para descansar. Carlos Lamarca, Yoshitame Fujimore e Diógenes Sobrosa de Souza afastaram-se e formaram um “tribunal revolucionário”, que resolveu assassinar o Tenente Mendes. Os outros dois, Ariston Oliveira Lucena e Gilberto Faria Lima, ficaram vigiando o prisioneiro.

    Poucos minutos depois, os três terroristas retornaram. Yoshitame Fujimore desfechou-lhe violentos golpes na cabeça, com a coronha de um fuzil. Caído e com a base do crânio partida, o Tenente Mendes gemia e se contorcia em dores. Diógenes Sobrosa de Souza desferiu-lhe outros golpes na cabeça, esfacelando-a. Ali mesmo, numa pequena vala e com seus coturnos ao lado da cabeça ensangüentada, o Tenente Mendes foi enterrado. Em 08/09/70, Ariston Lucena foi preso pelo DOI-CODI e apontou o local onde o tenente estava enterrado.

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  • 24 de julho de 2012 em 17:36
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    07/11/68 – Estanislau Ignácio Correia – Civil – SP
    Morto pelos terroristas Ioshitame Fugimore, Oswaldo Antônio dos Santos e Pedro Lobo Oliveira, todos integrantes da Vanguarda Popular Revolucionária(VPR), quando roubavam seu automóvel na esquina das ruas Carlos Norberto Souza Aranha e Jaime Fonseca Rodrigues, em São Paulo.

    “Quando a lista estiver completa, reparem que a ALN (Ação Libertadora Nacional) e a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) estão entre os grupos mais violentos. À primeira, pertenceu o ministro Paulo Vannuchi, que hoje comanda a banda que quer a “revanche”; a ministra Dilma Rousseff, cuja pasta deu forma final ao “decreto”, integrou a segunda.”

    “Neste grupo, destaca-se a impressionante covardia de Carlos Lamarca, o grande herói do panteão da mistificação. Sabe-se que era um assassino frio. Mas prestem atenção às circunstâncias da morte de Alberto Mendes Junior, a vítima nº 56.”

    “Havia milhares de agentes do estado empenhados em conter a subversão. E o número de mortos, reconhecido pelas próprias esquerdas, é 424. Os esquerdistas, na comparação, eram meia-dúzia de gatos pingados. Mesmo assim, mataram 119 – ou 121 – pessoas. Isso indica o, digamos assim, alto grau de letalidade daqueles humanistas.”

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  • 24 de julho de 2012 em 17:34
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    12/10/68 – Charles Rodney Chandler – Cap. do Exército dos Estados Unidos – SP
    Herói na guerra com o Vietnã, veio ao Brasil para fazer o Curso de Sociologia e Política, na Fundação Álvares Penteado, em São Paulo/SP. No início de outubro de 68, um “Tribunal Revolucionário”, composto pelos dirigentes da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), Onofre Pinto (Augusto, Ribeiro, Ari), João Carlos Kfouri Quartin de Morais (Maneco) e Ladislas Dowbor (Jamil), condenou o capitão Chandler à morte, porque ele “seria um agente da CIA”. Os levantamentos da rotina de vida do capitão foram realizados por Dulce de Souza Maia (Judite). Quando retirava seu carro das garagem para seguir para a Faculdade, Chandler foi assassinado com 14 tiros de metralhadora e vários tiros de revólver, na frente da sua mulher, Joan, e de seus 3 filhos. O grupo de execução era constituído pelos terroristas Pedro Lobo de Oliveira (Getúlio), Diógenes José de Carvalho Oliveira (Luis, Leonardo, Pedro) e Marco Antônio Bráz de Carvalho (Marquito).

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  • 24 de julho de 2012 em 17:33
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    26/06/68- Mário Kozel Filho – Soldado do Exército – SP
    No dia 26/06/68, Kozel atua como sentinela do Quartel General do II Exército. Às 4h30, um tiro é disparado por um outro soldado contra uma camioneta que, desgovernada, tenta penetrar no quartel. Seu motorista saltara dela em movimento, após acelerá-la e direcioná-la para o portão do QG. O soldado Rufino, também sentinela, dispara 6 tiros contra o mesmo veículo, que, finalmente, bate na parede externa do quartel. Kozel sai do seu posto e corre em direção ao carro para ver se havia alguém no seu interior. Havia uma carga com 50 quilos de dinamite, que, segundos depois, explode. O corpo de Kozel é dilacerado. Os soldados João Fernandes, Luiz Roberto Julião e Edson Roberto Rufino ficam muito feridos.
    É mais um ato terrorista da organização chefiada por Lamarca, a VPR. Participaram do crime os terroristas Diógenes José de Carvalho Oliveira, Waldir Carlos Sarapu, Wilson Egídio Fava, Onofre Pinto, Edmundo Coleen Leite, José Araújo Nóbrega, Oswaldo Antônio dos Santos, Dulce de Souza Maia, Renata Ferraz Guerra Andrade e José Ronaldo Tavares de Lima e Silva. Ah, sim: a família de Lamarca recebeu indenização. De Kozel, quase ninguém mais se lembra

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