Índios fecham a BR-153 e ameaçam aeroporto de Marabá
O bloqueio das rodovias federais em Marabá por centenas de índios de oito etnias começa a ficar mais tenso, com a falta de respostas às reivindicações deles. Agora os índios estão impedindo até mesmo que ambulâncias e outros veículos de emergência passem pelo bloqueio formado na BR-153, na altura da entrada da aldeia Sororó.
A principal reivindicação é a exoneração da coordenadora do Distrito Sanitário Indígena Guamá-Tocantins, Daniele Cavalcante. Os índios estão exigindo a presença do ministro da saúde, Alexandre Padilha, para negociar com ele os termos exigidos pelas oito etnias, que se uniram para formar o bloqueio na rodovia. O protesto já entra pela terceira semana em Marabá.
Se não forem atendidos, os índios ameaçam ocupar a estrada de ferro de Carajás, a rodovia BR-316, em Belém, e até interditar o aeroporto João Correa da Rocha, em Marabá.
Ontem pela manhã, um impasse gerou tensão no local. Uma ambulância que levava um paciente em coma para a cidade de Araguaína (TO) foi impedida de passar pelo bloqueio.
Segundo um técnico de enfermagem de prenome João Batista, ao chegar ao local do bloqueio, os índios não permitiram que a ambulância prosseguisse viagem. Após muita conversa com o cacique líder do movimento eles conseguiram passar.
O problema maior foi o retorno para Marabá. “Não houve conversa e os índios não permitiram que ninguém mais passasse pelo bloqueio na BR-153”.
TENTATIVAS
Na semana passada uma comissão foi a Brasília tentar um contato com o ministro. Segundo Ubirajara Sompré, “Alexandre Padilha se comprometeu a intermediar a situação, até mesmo solicitando processo administrativo, para afastar Daniele”, afirmou.
Até o momento não houve resposta do governo federal e nem do ministro da saúde. Segundo Sompré, que está ainda em Brasília, os índios estão perdendo a paciência e planejam uma onda de protestos ainda esta semana.
Fonte: Diário do Pará