Manifestantes saqueiam e incendeiam lojas em São Paulo

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Um grupo de manifestantes que protesta contra o reajuste da tarifa do transporte público em São Paulo nesta terça-feira tentou invadir a sede da prefeitura da capital. Houve confronto e guardas municipais reagiram com spray pimenta. Mas, encurralados, se recolheram. Sem policiamento no entorno, a região virou palco para incêndios e saques. Diversas lojas foram depredadas e mercadorias, roubadas. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 47 pessoas foram presas no centro da cidade.

Um veículo da Rede Record e uma base da Polícia Militar que ficam em frente à prefeitura foram incendiados. Algumas agências bancária foram destruídas. Os atos foram praticados por manifestantes com o rosto coberto e punks. Depois de mais de duas horas de quebra-quebra, uma equipe da Força Tática da Polícia Militar chegou ao local, mas retirou-se pouco depois. Antes, cerca de 30 policiais militares foram tentar coibir os atos criminosos, mas, em menor número, recuaram. Grupos atearam fogo a sacos de lixo em ruas próximas à prefeitura. A situação era de total descontrole na região, quando a Tropa de Choque chegou, dispersando os vândalos.

O prédio onde mora o prefeito Fernando Haddad é alvo de um grupo de cerca de 200 manifestantes. Eles chegaram por volta das 22h e três viaturas policiais acompanham a movimentação. Por enquanto, o ato é pacífico, mas eles exigem a presença do prefeito.

— Se Haddad não sair, ninguém vai dormir — gritam os manifestantes.

Por volta das 23h, focos de confronto foram registrados nas imediações da Avenida Paulista. Na Rua Augusta, um pequeno grupo ateou fogo a sacos de lixo. A Tropa de Choque foi para o local e barulhos de bombas foram ouvidos.

A confusão em frente à prefeitura começou no início da noite, quando alguns manifestantes conseguiram romper um cordão de isolamento do prédio. A fachada foi apedrejada e pichada. Grades que cercavam o local foram atiradas contra a prefeitura e vidraças e holofotes, destruídos.

Os próprios manifestantes tentaram conter a ação do grupo mais violento. Alguns recolocaram as grades de proteção em frente à prefeitura, mas sem sucesso. Diante da violência, muitos manifestante deixaram o local rumo à Avenida Paulista, onde ocorria uma passeata pacífica. A partir daí, o clima piorou e os incêndios e os saques começaram.

Entre os próprios manifestantes houve briga. Um rojão explodiu e um mendigo que estava no meio do grupo desmaiou e foi socorrido por estudantes. Algumas pessoas tentam expulsar do protesto o rapaz que estava com a bomba.

O prefeito Fernando Haddad (PT) não está na prefeitura. Funcionários estão presos dentro do prédio. Logo na chegada do grupo à sede do governo municipal, um boneco de pano com o símbolo do PT foi queimado pelos manifestantes no início da noite.

A Secretaria de Segurança Pública divulgou nota em que considerou “episódios isolados” os atos de vandalismo na região da prefeitura paulistana.

“Os responsáveis estão sendo monitorados e serão investigados”, informou a nota.

O governo estadual comunicou que, a pedido da prefeitura, uma equipe da Força Tática ficou todo o tempo dentro da sede do governo municipal e avaliou que “intervir em meio à multidão poderia prejudicar parte da maioria pacífica dos manifestantes”.

O protesto contra o reajuste da tarifa do transporte coletivo em São Paulo nesta terça-feira dividiu-se em, pelo menos, três grupos de manifestantes.

Nas Avenidas Paulista e Consolação, milhares de pessoas fizeram uma passeata pacífica. No fim da tarde, cerca de 15 mil pessoas se reuniram em frente à Catedral da Sé, no centro da capital paulista, para o sexto protesto contra o reajuste da tarifa do transporte público em São Paulo. O grupo que depredou a prefeitura foi o primeiro a deixar a Praça da Sé, sem autorização das lideranças do movimento. Antes de chegar à sede do governo municipal, o grupo parou em frente à Secretaria de Segurança Pública e gritou diversas vezes “sem violência”.

Os manifestantes começaram a chegar à catedral por volta das 16h. Durante a espera cantaram palavras de ordem e empunharam bandeiras e faixas com reivindicações diversas. “SOS Saúde”, “Todos contra a corrupção” e “Filhos da Revolução” são alguns dos dizerem dos cartazes trazidos pelos manifestantes. O local escolhido para a manifestação desta tarde é simbólico na capital nas lutas sociais. Foi na Praça da Sé, onde em 1984 cerca de 1 milhão de pessoas se reuniram pata pedir as Diretas Já.

Pela manhã, integrantes do MPL, da Associação Nacional de Estudantes Livres, do Movimento Juntos e da Central Sindical Conlutas afirmaram que os protestos vão continuar até que o aumento da tarifa, de R$ 3 para R$ 3,20, seja revogado.

Fonte: O Globo

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