PSM e Hospital Municipal operam com superlotação

Glayton Rodrigues, Diretor do PSM
Glayton Rodrigues, Diretor do PSM

O diretor do Pronto Socorro Municipal (PSM) e do Hospital Municipal de Santarém (HMS), Glayton Rodrigues, declarou em entrevista exclusiva à nossa reportagem, que o complexo hospitalar passa por problemas de atendimento devido à superlotação ocasionada por pacientes que vêm de outras cidades da região Oeste do Pará. Ele destacou que os dois hospitais contam com 219 leitos, mesmo assim não consegue suprir a demanda por conta da superlotação. Glayton falou, também, sobre as transformações que ocorreram nos oito meses da atual gestão e sobre um estudo realizado pela direção para melhorar o atendimento no complexo dos dois hospitais. Veja a entrevista:

Jornal O Impacto: Como o senhor analisa as transformações que estão ocorrendo no Pronto Socorro Municipal (PSM) e Hospital Municipal de Santarém (HMS) nesses oito meses da nova gestão?

Glayton Rodrigues: A gente fez um estudo das necessidades do Hospital e do PSM. Esse estudo demorou um pouquinho para diagnosticar porque existiam medidas problemáticas e necessárias para serem realizadas. Após realizar o estudo começamos a atuar em cima das necessidades e das demandas que foram levantadas. Entre as principais necessidades existiam demandas antigas do próprio Ministério Público Estadual, para adequar a pediatria do PSM, de forma mais humanizada para o atendimento das crianças e foi identificado e executado também. Houve a questão da adequação também das portas de entrada dos consultórios médicos do PSM. Os consultórios já estão com essas portas, onde o médico tem acesso por trás e pela saída da sala. Fizemos a readequação do posto de saúde do setor de urgência e emergência. Fizemos a realocação das mulheres do setor de urgência e emergência e dos homens também aumentando o espaço. Hoje, os homens têm a maior demanda no setor de urgência e emergência, do que as mulheres. Tudo isso já foi realizado e mais outros reparos estarão sendo feitos no PSM.

Jornal O Impacto: Existem novos projetos a serem implantados nos dois hospitais?

Glayton Rodrigues: Existem os projetos de abertura de novos leitos para a neuropsiquiatria e já estamos trabalhando em cima disso. Tem a ampliação do ambulatório da ortopedia para melhorar o atendimento. Quando chegamos aqui havia apenas dois aparelhos de Raio-X funcionando. Hoje, estamos com quatro aparelhos de Raio-X, sendo dois fixos e dois móveis. Um deles vai funcionar fixamente somente na ortopedia e traumatologia a partir do mês de outubro. O arco cirúrgico não funcionava, que é de grande necessidade para os médicos trabalharem dentro do bloco cirúrgico, no setor da ortopedia.

Jornal O Impacto: Em relação às mudanças. Quais serão a normas adotadas pela direção dos dois hospitais?

Glayton Rodrigues: Vai haver mudanças na questão estrutural, o que muitas vezes não se imagina que é tão impactante na administração, mas é! Como desde um carrinho do transporte de roupa limpa ou suja, adequação dos serviços gerais, como fardamento e identificação de crachá, controle na entrada e saída de pacientes e acompanhantes dentro do HMS e PSM; controle de entrada e saída de carros, motos e bicicletas com adesivo de identificação, dentro do estacionamento do Hospital; controle no recebimento da medicação. Hoje, só é recebida a medicação na farmácia onde é dada entrada. Vamos ter um controle mais de entrada e de saída dessa medicação, a organização e gerenciamento de melhor condicionamento das mercadorias dentro do almoxarifado e melhor estruturamento da condição da vigilância. Tem uma guarita que funciona 24 horas, onde a gente tem o controle de entrada e saída dos carros e tem vigilante 24 horas nas portas. Hoje, temos maqueiros 24 horas dentro do PSM, porque antes só tinha no HMS.

Jornal O Impacto: Como está sendo feito o atendimento de pacientes que estão vindos de comunidades do interior de Santarém e de outros municípios do Oeste do Pará?

Glayton Rodrigues: O atendimento está sendo realizado com as condições que estão colocando pra gente fazer, porque aumentamos os quadros de técnicos, médicos e enfermeiros e mesmo assim não estamos dando conta da grande demanda de pessoas. O Hospital tem uma estrutura para atender 320 mil habitantes, mas estamos atendendo 1,2 milhão de pessoas. No primeiro semestre de 2013 foram atendidas 62.675 mil pessoas, o que é uma grande demanda para o porte do PSM de Santarém. Na verdade, temos um Hospital Regional de portas abertas, por que temos que atender todo mundo? Pessoas de outros municípios vêm geralmente com o TFD. Os secretários de saúde dos municípios dão o TFD para os pacientes, depois encaminham para Santarém, mas somente isso não é necessário. O paciente tem que ter o TFD e passar pela nossa central de regulação. Essa grande demanda cria dificuldades e reclamações do atendimento, mas não é só a complexidade do serviço. Hoje, o HMS e o PSM têm 219 leitos, sendo mais vagas do que no Hospital Regional. Trabalhamos sempre com superlotação e acima da condição de atendimento e, é por isso que ocorrem alguns transtornos, como a problemática de demoras no atendimento.

Fonte: RG 15/O Impacto

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