Petrobras prepara megacaptação de bônus e demanda já supera US$12 bi

Plataforma da Petrobras na Baía de Guanabara
Plataforma da Petrobras na Baía de Guanabara

A Petrobras deve anunciar hoje uma emissão bilionária de títulos no exterior, informou o IFR, um serviço da Thomson Reuters. Antes do fim da manhã, a demanda pelos papéis já superava os US$ 12 bilhões, uma cifra recorde para a operação. A empresa estatal pode informar ainda hoje o preço dos papéis. A subsidiária Petrobras Global Finance pretende vender títulos de dívida em dólares em seis lotes, com vencimentos em prazos que variam de três a 30 anos.

A diferença entre o rendimento dos bônus da Petrobras no exterior e dos títulos do Tesouro americano (os chamados treasuries), com prazo equivalente, subiu no mercado secundário, antes da precificação (valor) dos novos títulos da estatal brasileira.

Os coordenadores da operação são HSBC, JPMorgan, Citi, Bank of China, BB Investimentos e Bradesco BBI. Os recursos captados pela Petrobras devem ser usados para ajudar a financiar o plano de negócios da companhia de 2014 a 2018.

No início de janeiro deste ano, a Petrobras captou cerca de US$ 5,1 bilhões. A operação foi feita em euros e libras esterlinas, com vencimentos entre 2018 e 2034. Na ocasião, a companhia informou que as captações em euros foram divididas em três partes. A primeira delas, com vencimento em 2018, foi de € 1,5 bilhão, com taxa de juros de 2,75%. A segunda tem vencimento em 2021 e somou € 750 milhões, com cupom de 3,75%. E a terceira, com vencimento em 2021, foi de € 800 milhões, e taxa de 4,75%. Ao todo, a captação em euros foi de € 3,050 bilhões.

As taxas de juros oferecidas aos investidores foram superiores às de setembro de 2012, quando ocorreu a última emissão em euros da companhia, correspondente a US$ 3,3 bilhões. Na época, os títulos com vencimento em 11 anos pagaram 4,25%, abaixo dos 4,75% de agora. Já a captação em libras esterlinas somou 600 milhões e tem vencimento em 2034, com taxa de 6,625%.

Os investimentos da empresa estimados para o período de cinco anos foram reduzidos em quase 7% em relação ao plano anterior. Mesmo assim, o valor soma US$ 220,6 bilhões. No plano anterior, referente ao período de 2013 a 2017, o volume era de US$ 236,7 bilhões.

Empresa foi considerada a mais endividada do mundo

A Petrobras tem uma necessidade anual de captação bruta de US$ 12,1 bilhões entre 2014 e 2018. No plano anterior, a empresa havia divulgado necessidade maior de captação de recursos, de US$ 12,3 bilhões por ano. Em comunicado, divulgado há duas semanas, a empresa informou que a redução da necessidade de captações ocorre devido ao crescimento da geração de caixa operacional da produção, que deverá aumentar nos próximos anos. Só em 2014, a companhia projeta alta de 7,5% na produção ante o ano anterior, que ficou em 1,931 milhão de barris por dia.

A Petrobras vem sofrendo com alto endividamento e defasagem dos preços dos combustíveis no mercado interno na comparação com os preços internacionais. Além disso, tem tido dificuldades para aumentar sua produção. A ação preferencial da companhia acumula queda de cerca de 22% neste ano até 7 de março, contra perda de 10,2% do Ibovespa.

No ano passado, a Petrobras foi classificada como a empresa mais endividada do mundo em um relatório do Bank of America Merrill Lynch. A empresa vem aumentando o tamanho de suas emissões de bônus em dólares ano após ano, pelo menos desde 2009, elevando os custos de financiamento.

Em maio de 2013, a Petrobras fez a maior captação de bônus em dólares por uma companhia da América Latina, ao vender US$ 11 bilhões no mercado internacional. Também foram seis tranches (lotes de títulos) com prazos entre três e 30 anos, e a demanda naquela ocasião superou os US$ 50 bilhões.

Fonte: O Globo

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