Marinha suspende acordo sobre transporte de combustíveis em embarcações

Embarcação flagrada transportando combustível ilegalmente
Embarcação flagrada transportando combustível ilegalmente

O impasse entre empresários do ramo de transporte fluvial e a Capitania dos Portos de Santarém sobre a condução de combustíveis em embarcações que trafegam nos rios Tapajós e Amazonas e seus afluentes voltou à tona nesta segunda-feira, dia 24. A Colônia de Pescadores Z-20 informou que a Delegacia dos Portos de Santarém suspendeu temporariamente o acordo que foi intermediado pela Câmara de Vereadores entre a Colônia Z-20 e a Capitania dos Portos.

O diretor de assistência social da Colônia de Pescadores Z-20, Jucivaldo Pereira, explica que o acordo não determinava quantidade de combustível a ser transportado. A quantidade era de acordo com a necessidade de pescadores e ribeirinhos.

Agora, segundo ele, a Capitania dos Portos quer que a Colônia de Pescadores determine a quantidade limite que deve ser transportada.  Para Jucivaldo, o problema é que os moradores do interior têm materiais que não podem ser utilizados por falta de combustíveis.

De acordo com Jucivaldo Pereira, ficou de ser realizada uma reunião, nesta segunda-feira (24), com o Delegado dos Portos para que uma solução seja encontrada. Em 2010, a Delegacia Fluvial, após muita polêmica, firmou parceria com a Colônia de Pescadores Z-20 e donos de pequenas embarcações para o transporte de combustível.

Para garantir a segurança da população, a Capitania dos Portos informou que reforça os cuidados com o transporte de produtos inflamáveis e orienta os donos de embarcações.
O transporte de combustível em pequenas embarcações é comum na região Oeste do Pará. Os moradores da zona rural, principalmente da região de rios, dependem das embarcações para se locomoverem de um lugar para o outro e muitas vezes, por falta de um lugar adequado, pessoas e combustível se misturam.

RISCO: O transporte ilegal de combustíveis ou qualquer outro produto inflamável em embarcações traz um grande risco aos usuários desse sistema. Todos que trafegam conduzindo clandestinamente esses tipos de materiais atentam contra a vida humana e podem sofrer graves conseqüências. Na realidade amazônica, onde a maioria das embarcações é construída de madeira, o perigo é ainda maior.

Se o barco não tiver um tratamento adequado para a movimentação de gasolina, óleo diesel, gás de cozinha ou outros produtos do gênero, qualquer deslize pode ser fatal. Se, por exemplo, uma pessoa fumar a bordo e jogar a bituca em um local que contenha materiais inflamáveis a explosão torna-se inevitável. As chamas dos fogões também são causadores de incêndios, qualquer vazamento pode dar origem a um grande desastre.

O transporte clandestino de combustíveis é comum em Santarém. Com tantas oportunidades de onde se esconder nos rios, os comandantes das embarcações burlam as leis e continuam oferecendo perigo às suas vidas e às dos passageiros. Muitas vezes utilizam o horário noturno para que não sejam surpreendidos por uma fiscalização.

EMBARCAÇÃO FLAGRADA TRANSPORTANDO COMBUSTÍVEL ILEGALMENTE: No dia 11 deste mês, uma denúncia publicada pelo jornalista Nelson Vinencci, no jornal O Impacto, chamou atenção. Uma embarcação foi flagrada transportando cerca de 5 mil litros de combustíveis em sua tolda (como mostra a foto). A embarcação saiu do porto de Oriximiná com destino a aldeia Mapuera, no Alto Trombetas. O mais grave de tudo, além dos 5 mil litros de gasolina que transportava irregularmente, ainda levava crianças, adultos e jovens. Uma verdadeira bomba que podia explodir a qualquer momento. Sem nenhuma fiscalização por parte de autoridades, o barco partiu rumo a Aldeia Mapuera, colocando em risco de explosão dezenas de vidas de inocentes que estavam na embarcação.

Fonte: RG 15/O Impacto

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