Viúva denuncia descaso do CPC ao MPE
A doméstica Laudenize Figueira de Alcântara, em entrevista à nossa reportagem, denuncia a morosidade do Centro de Perícias Cientificas Renato Chaves (CPC) de Santarém em concluir o laudo pericial da morte de seu marido, Wanderley Alves de Alcântara, de 35 anos, que ocorreu em julho de 2013, no Município.
Por conta da demora da conclusão do laudo pericial e da entrega do Atestado de Óbito de Wanderley, Laudenize e seus três filhos passam por sérias dificuldades financeiras.
A problemática da demora na entrega do laudo, segundo a doméstica, começou no dia 31 de julho do ano passado quando o corpo de Wanderlei foi encontrado na entrada da Estrada de Ponta de Pedras, na região do Eixo-Forte. Ele havia desaparecido no dia 14 de julho de 2013.
Na época, o médico legista José Domingos disse à doméstica que por terem duvidado de seu trabalho, ele enviou o material para ser analisado em Belém do Pará e, que ficaria pronto em 30 dias, logo no início de agosto de 2013. Passados nove meses, a trabalhadora afirma que nenhum laudo ou o Atestado de Óbito da morte de seu marido foi entregue pelo CPC à sua família.
“Até o momento ainda não nos entregaram o laudo da morte do Wanderley, que aconteceu em julho de 2013, para que eu possa dar entrada no Seguro DPVAT. Toda vez que a gente vai ao CPC, eles dizem que enviaram para Belém e, que tem que esperar um ano e nesse período já se passaram nove meses”, conta Laudenize.
Devido a esse problema, de acordo com ela, ainda não foi possível dar entrada no Seguro DPVAT, porque não tem nenhum documento que comprove que seu marido faleceu de acidente de motocicleta. “Para eu registrar meu filho que nasceu na época da morte de meu esposo foi muito complicado por falta do Atestado de Óbito. Eu estou passando muitas dificuldades, principalmente financeira porque o meu filho nasceu no período em que o meu marido estava desaparecido. Então, por falta desse laudo estão existindo muitas barreiras para mim e está sendo muito difícil mesmo”, afirma Laudenize de Alcântara.
Para ela, o beneficio do DPVAT, que corresponde à quantia de R$ 13 mil, no caso de vítima de acidente de trânsito, vai ajudar sua família a pagar algumas dívidas, principalmente porque quando seu marido morreu, ele estava desempregado e não deixou nada para os três filhos.
“Quando aconteceu o acidente, a gente estava esperando o nascimento do nosso filho, que agora tem nove meses. Nessa época, como ele não estava trabalhando a situação era muito difícil. Quando o acidente aconteceu, nós fomos pegos de surpresa e, esse dinheiro nos ajudaria muito porque são três crianças que existem”, declarou Laudenize.
AÇÃO CIVIL: A demora na entrega do Atestado de óbito da morte de Wanderlei Alcântara levou Laudenize de Alcântara a procurar no início desta semana o Ministério Público Estadual (MPE), para dar entrada em uma Ação Civil contra o CPC Renato Chaves.
Laudenize foi recebida pela promotora Maria Raimunda, a qual ficou de lhe dar uma resposta sobre o caso em um curto período. “Eu estou aguardando e esperançosa que o MPE me dê uma resposta boa, porque já faz muito tempo que estou esperando o laudo pericial. A perícia foi realizada no dia 31 de julho de 2013, então, o laudo pericial deveria ter sido concluído no máximo em um mês, ou seja, no início do mês de agosto daquele ano, mas já se passaram nove meses e até agora nada!”, exclama a doméstica.
ENTENDA O CASO: A família de Wanderley Alves Alcântara, de 35 anos, que desapareceu no dia 14 de julho de 2013, reconheceu o corpo encontrado na tarde do dia 31 de julho, próximo à comunidade Ponta de Pedras, em Santarém, Oeste do Pará. Ele saiu de casa no dia 14 de julho para assistir a um jogo de futebol, em um bar no bairro Nova República, onde ficou até 2 horas da madrugada, quando saiu após receber uma ligação. Dois homens encontraram o corpo por volta de 13h30, do dia 31 de julho, com a moto ao lado, em estado de decomposição. A família reconheceu pelas roupas que Wanderley estava usando e pela placa da moto NST-0937. A polícia suspeita que a morte foi causada por acidente de trânsito.
Por: Manoel Cardoso