Sociólogo denuncia professores sem qualificação

Hermes Bessa denuncia descaso do Estado
Hermes Bessa denuncia descaso do Estado

Problemas envolvendo a má gestão da educação pública continuam vindos à tona em Santarém. Após os escândalos publicados na mídia regional de escolas com obras de reforma paralisadas ou oferecendo risco de desabar sobre os alunos, desta vez, o Sindicato dos Sociólogos da Região Oeste do Pará (Sinsop) irá realizar uma audiência pública em Santarém, com a proposta de cobrar a contratação dos referidos profissionais.

A data e o local ainda não estão definidos, mas poderá ser realizada no plenário Benedito Magalhães da Câmara Municipal de Santarém. O motivo da audiência pública, segundo o Sinsop, é a falta de contratação dos sociólogos para trabalhar nas escolas públicas, na cidade.

O presidente do Sinsop, o sociólogo Hermes Corrêa Bessa, explica que a audiência pública terá como objetivo pressionar as entidades responsáveis juridicamente pela contratação do serviço dos sociólogos para atuarem em sala de aula, o que não vem acontecendo.

O sociólogo afirma que vários profissionais continuam fora da sala de aula, porque as vagas estão sendo ocupadas por professores de outras áreas.

Hermes Bessa questiona o fato de existir o projeto “Pacto Pela Educação”, mas que está sendo esquecido pelo governo que contrata professores sem qualificação para ministrar aulas em determinadas áreas.

Enquanto isso, segundo o sociólogo, mais da metade dos sindicalizados estão sem poder exercer a atividade para a qual foram formados.

MESTRADO: O Sindicato dos Sociólogos do Oeste do Pará formalizou no início deste mês, à reitoria da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), o pedido de criação de um curso de mestrado em Sociologia ou Ciências Sociais. O pedido foi entregue pelo presidente do Sinsop, Hermes Bessa, em reunião que contou com a presença do vice-reitor Anselmo Colares, do pró-reitor Sérgio Melo, do (Proppit) e ainda de Marlene Escher, do Instituto Ciências da Sociedade (ICS) e Roberval Santos (Proppit).

“Saímos da reunião com muitas esperanças de criação do curso de mestrado na nossa área ou área afim”, garantiu Hermes Bessa.

PROMESSA: Em visita a Santarém no mês de fevereiro deste ano, o vice-governador do Pará, Helenilson Pontes, assegurou que todos os pagamentos às empresas responsáveis por reforma e construção de escolas em Santarém, estavam em dia. “Não existe pagamento atrasado”. Também em fevereiro durante uma reunião na Câmara de Vereadores, por ocasião da solenidade de assinatura da ordem de serviço para a Cosanpa começar as obras de ampliação do sistema de abastecimento de água em Santarém, Helenilson foi mais além. Se referindo ao projeto da Cosanpa, iniciado em 2010 e paralisado um ano depois com a rescisão contratual com a empresa Estacon, Helenilson disse que o maior desafio do Brasil é a gestão pública. “Esta obra foi inaugurada e nunca funcionou. Havia muita confusão contratual. Por isso, não basta querer fazer. É preciso saber o que está fazendo”, disse na época. Porém, passados quatro meses as obras continuam paralisadas ou inacabadas em Santarém, assim como as reformas de escolas continuam em passos lentos.

CONCORRÊNCIA: Durante as promessas realizadas em fevereiro deste ano em Santarém, o vice-governador Helenilson Pontes afirmou que atualmente no Brasil, uma empresa ganha a concorrência e não começa a obra. “Fica brincando com a sociedade, roubando o poder público. Depois entra na justiça e o serviço é paralisado. A justiça precisa entender que lá fora tem uma sociedade esperando que o projeto seja concluído”, alfinetou.

O discurso de Helenilson foi uma tentativa de minimizar as constantes críticas ao Governo do Estado diante de inúmeras obras paralisadas ou atrasadas na cidade. O maior exemplo está na área da educação. Diversas escolas entraram em reforma no período de férias e continuam em obras, ameaçando o ano letivo de 2014.

Diretores, professores, pais e representantes dos conselhos escolares, tiveram uma reunião com o Ministério Público do Estado, a quem pediram providências contra o problema. O atraso na reforma de escolas em Santarém e na região vem sendo pauta da imprensa desde o ano passado.

Na escola Rio Tapajós, no bairro do Diamantino, as imagens de empregados de uma empresa retirando tapetes de grama do pátio da escola, ganharam espaço na imprensa nacional. O governo encomendou a grama na véspera de uma visita do governador Simão Jatene e não pagou o contrato. A atitude radical do empresário alertou para a demora no pagamento aos prestadores do Estado. Daí a preocupação de Helenilson em informar que os pagamentos estão em dia.

Depois de culpar as empreiteiras pelas obras inacabadas e deixar evidente que o governo virou refém das construtoras, o vice-governador, virtual candidato ao senado nacional, aproveitou para dar um recado aos diretores da CMT Engenharia Ltda, líder do Consórcio Águas de Santarém, responsável pelo novo contrato com a Cosanpa: “Esta obra tem que acabar no prazo certo. Não falhem com o povo de Santarém”.

Escola Tecnológica de Santarém foi tomada pelo mato e hoje virou um elefante branco
Escola Tecnológica de Santarém foi tomada pelo mato e hoje virou um elefante branco

PROPAGANDA ENGANOSA: Em relação à administração pública estadual, analistas políticos de Santarém afirmam que se trata de propaganda enganosa o que o vice-governador Helenilson Pontes fez na cidade ao assinar no início do ano passado, a ordem de serviço para a conclusão do Estádio Colosso do Tapajós em R$ 19 milhões e; do Ginásio Poliesportivo, em R$ 10 milhões. Porém, passado um ano e três meses os serviços continuam a passos lentos. Outro problema apontado pela população é relacionado à segurança pública em Santarém. Segundo populares, o tenente coronel Carlos Risuenho vinha desempenhando um importante serviço no comando do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM), conseguindo em tempo recorde diminuir a onda de criminalidade, porém, sem explicação nenhuma à população de Santarém, o vice-governador Helenilson Pontes efetuou a troca de comando. Obras inacabadas, como da Escola Tecnológica de Santarém, localizada na rodovia Fernando Guilhon, viraram reclamação da população local. Quem chega a Santarém, via aérea, se depara com a obra da Escola Tecnológica de Santarém inacabada, tomada pelo mato e o material se deteriorando pelo tempo. O descaso com o dinheiro público é grande e quem sofre é a população, que fica esperando por uma obra que não vai mais ser concluída, só se Simão Jatene for reeleito, mas pelo visto, a região Oeste vai dar uma resposta nas urnas a quem não está nem aí com nossa cidade e região.

Fonte: RG 15/O Impacto

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