Petrobrás dispara na Bolsa com rumor sobre saída de Graça Foster

Graça Foster, presidente da Petrobras
Graça Foster, presidente da Petrobras

As ações da Petrobrás dispararam no fim da manhã desta terça-feira. Operadores avaliam que o desempenho está atrelado aos rumores sobre a saída da presidente da estatal, Graça Foster, e alterações no conselho de administração. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, contudo, negou que Graça tenha sido comunicada de sua demissão e será substituída do cargo.

Por volta de 13h, as ações PN da Petrobrás estavam na cotação máxima do dia, em alta de 9,58%. Os papéis ON tinham alta de 9,80%. No mesmo horário, o Ibovespa subia 1,98%.

O Estado apurou que o governo prepara para breve o anúncio de uma importante mudança no conselho de administração. Composto por dez membros, sete são representantes da União, controladora majoritária da empresa. Mas apenas dois sem vínculo direto com o governo: o general da reserva Francisco Albuquerque e Sérgio Quintela, dirigente da FGV. Os demais são ministros, ex-ministros e o presidente do BNDES. A intenção, segundo fonte do próprio governo, é profissionalizar o conselho, substituindo-os por profissionais da iniciativa privada.

Para o economista Hersz Ferman, da Elite Corretora, além da expectativa de mudanças, também contribui a recuperação do petróleo para a casa dos US$ 51 esta semana e ainda informação da colunista Sonia Racy, de que é prioridade no governo publicar o balanço de 2014 antes do Carnaval. “Além disso, o papel caiu 20% em três dias, então essas notícias abrem espaço para recuperação dos papéis da estatal”, avalia.

O impasse contábil da estatal, que divulgou na semana passada o balanço do terceiro trimestre de 2014 – não auditado pela PricewatherhouseCoopers (PwC) – mobiliza uma força-tarefa do governo na busca de uma solução. Há a percepção clara, segundo o Estado apurou, de que o não fechamento do balanço coloca em risco todo o País.

A auditoria evita assinar o balanço enquanto a estatal não deixar claras as perdas com as fraudes que estão sendo investigadas na Operação Lava Jato. Sem as baixas contábeis, a PwC também fica vulnerável a eventuais processos pelas autoridades que vigiam o mercado financeiro no Brasil (CVM, Comissão de Valores Mobiliários) e Estados Unidos (SEC, Securities and Exchange Commission).

Segundo fontes, chegou-se a discutir uma investigação em torno de todas as operações financeiras da empresa para atestar a idoneidade do diretor da área, Almir Barbassa, e, assim, facilitar o acerto do balanço. A conclusão do processo foi estimada em dois meses, mas a proposta foi rejeitada pelo comando da estatal. Barbassa ocupa a diretoria Financeira desde julho de 2005, quando José Sergio Gabrielli, então diretor, foi promovido pelo presidente Lula à presidência do grupo. A Petrobrás nega que a PwC tenha pedido a investigação sobre Barbassa.

Fonte: Estadão

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