Gilmar Mendes e Cardozo aparecem em grampo conversando com governador investigado por corrupção

Grampo com governador Silval Barbosa
Grampo com governador Silval Barbosa

O ministro do STF Gilmar Mendes e o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo aparecem em um grampo da PF conversando com o ex-governador do MT Silval Barbosa, investigado por corrupção. A revelação foi feita pela revista Época, que teve acesso ao áudio da conversa.
De acordo com o hebdomadário, os telefonemas foram em 20/5/14, dia em que foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência de Silval, quando ainda governador, após ter pago R$ 100 mil de fiança e ter deixado a sede da PF. A operação terminou com a prisão dele por posse de uma arma com registro vencido.
“Confusão”
Mendes teria ligado primeiro às 17h15, perguntando “que confusão” tinha acontecido. Silval conta que a operação decorria de uma delação premiada, de acusação de que teria se beneficiado de desvios de R$ 4 mi para a campanha eleitoral de 2010, mas que a prisão só ocorreu devido ao fato de não ter renovado o registro da arma.
Logo depois, é a vez de Cardozo telefonar para o ex-governador, em diálogo semelhante. O ministro da Justiça questiona se a PF “se comportou direitinho”. Silval diz que sim e critica o MP, que teria defendido a prisão pela questão do porte da arma com registro vencido. Cardozo conclui a conversa dizendo para que “qualquer coisa” o então governador volte a procurá-lo.
Operação Ararath
Investigação da PF e do MPF iniciada em 2013 apurou um esquema de lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro e corrupção política no topo do governo de MT. O caso foi ao Supremo quando um dos principais operadores da quadrilha fez delação premiada, entregando o governador e seus aliados, segundo a Época.
Narra a revista que o grupo político que governava MT desde 2008, representado pelo então governador Blairo Maggi, hoje senador, e Silval Barbosa, que era seu vice, usava a máquina do governo para financiar campanhas eleitorais. Silval Barbosa foi acusado de articular pessoalmente o pagamento de R$ 8 mi às campanhas dele e de seus aliados, nas eleições de 2008 e 2010.
Em maio de 2014, o ministro Toffoli, a pedido da PGR, proibiu a PF de divulgar informações da Operação Ararath, considerando que a lei proíbe o agente de passar informação sigilosa. Os jornais noticiaram também que a PF ficou frustrada com o indeferimento do ministro Toffoli do mandado de busca e apreensão na casa do senador Blairo Maggi.
Fonte: migalhas.com.br

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