Trabalhador faz greve de fome após ser condenado pela Justiça
Desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, 10, o mestre de obras José Gonçalves Xavier, de 67 anos, realiza uma greve de fome, em frente à sede do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, localizada na Avenida Mendonça Furtado, em Santarém, Oeste do Pará. Ele conta que iniciou o protesto depois de ter sido condenado pela Justiça Trabalhista a pagar mais de R$ 11 mil de indenização a um servente de pedreiro, após o término de uma obra, em um bairro periférico de Santarém.
O construtor relata que o servente de pedreiro trabalhou sete meses na obra e, quando saiu recebeu o valor equivalente aos dias em que trabalhou, sendo o último recibo no valor de R$ 1.500 mil. “Ele trabalhou dois meses comigo e já entrou com uma ação na Justiça, dizendo que trabalhou dois anos. Fui condenado a pagar mais de R$ 11 mil, pela Juíza do Trabalho. Isso não corresponde com o poder da Justiça, até porque sou trabalhador autônomo e não pessoa jurídica”, desabafa José Gonçalves Xavier.
Ele afirma que não tem condições de pagar a indenização e, que por isso iniciou a greve de fome, com o intuito de que a Justiça revogue a decisão do processo. “O problema é que estou sem obras desde setembro do ano passado e não tenho condições de pagar todo esse valor, porque o servente reivindicou salário e indenização, alegando que trabalhou comigo quase dois anos, o que é mentira, porque foram apenas 7 meses”, afirma José Xavier.
Sentado em um banco em frente à sede da Justiça do Trabalho, o autônomo José Xavier aguarda um posicionamento da Juíza titular do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região. Caso não tenha um desfecho da Justiça, ele afirma que vai continuar a greve de fome por tempo indeterminado.
Em uma faixa colocada em frente ao Fórum Trabalhista, seu José Xavier expressa indignação contra a sentença dada pela Justiça: “Estou em greve de fome reivindicando direito de defesa que não tive”, declarou.
Fonte: RG 15/O Impacto