Prefeitura é alvo de protesto no Santarenzinho

Williams Lemos denuncia descaso do governo e placas colocadas na Rodovia Fernando Guilhon mostram descontentamento
Williams Lemos denuncia descaso do governo e placas colocadas na Rodovia Fernando Guilhon mostram descontentamento

Uma cena incomum chama atenção de quem trafega na rodovia Fernando Guilhon, na grande área do Santarenzinho, em Santarém, Oeste do Pará. No local, em protesto a má administração do prefeito Alexandre Von (PSDB), um grupo de moradores colocou diversas placas, na segunda rotatória da rodovia estadual, expressando revolta com o abandono das ruas.

Cansados de esperar soluções por parte do Poder Executivo, os moradores fizeram um protesto silencioso no início desta semana. Eles implantaram, ao longo da segunda rotatória, placas que direcionam palavras de ordem ao prefeito Alexandre Von. Entre as reivindicações, estão: reparos emergentes nas ruas que estão esburacadas, com limpeza e empiçarramento; iluminação pública e faixas de pedestres.

Por meio de uma placa os moradores expressaram a seguinte opinião: “Prefeito Von, queremos ação em tudo… saúde, educação, infraestrutura e cultura”. Outra placa mostrou insatisfação dos moradores com a atual administração de Santarém: “Von, tu não trabalha para a comunidade”, disseram os comunitários, através de uma placa.

Além de mensagens direcionadas ao prefeito Von, uma placa protestou contra o abandono da Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT): “SMT cadê as faixas de pedestres?”.

O mecânico Williams Lemos, residente na grande área do Santarenzinho, disse que uma das principais queixas é o abandono da Rua Osvaldo Cruz, considerada uma das principais vias de acesso ao centro do bairro. Por conta da buraqueira e da falta de trafegabilidade, hoje, apenas a Rua Tomé de Sousa dá acesso a área central do Santarenzinho.

“Estamos reivindicando melhorias para todo o bairro, mas principalmente para a Rua Osvaldo Cruz, que está totalmente abandonada e, é uma das principais vias daqui dessa área. Quem tem carro ou motocicleta que tenta encarar os buracos, vai ver que a rua não tem condições nenhuma de trafegabilidade”, diz Williams.

Ele aponta que os moradores estão revoltados, principalmente com os prejuízos causados pela falta de trafegabilidade das ruas, que estão tomadas por mato, com muita lama e buracos. “Por isso estamos reivindicando melhorias, porque pagamos todos os impostos, como IPTU, ITBI e não vemos nada de melhoria pro bairro, que é um dos maiores de Santarém e não tem infraestrutura nenhuma”, dispara o mecânico.

Segundo Williams, se algum morador tiver qualquer problema de saúde, não há como entrar uma ambulância para dar assistência, porque as ruas não oferecem trafegabilidade. “Se ocorrer algum crime, também não tem como uma viatura da Polícia entrar no bairro, porque fica impossibilitado com a buraqueira. A grande quantidade de poças de lama também pode ajudar a proliferar o mosquito da dengue”, alerta.

ABANDONO: Há vários anos que os moradores da grande área do Santarenzinho sofrem com a precariedade e abandono de ruas e avenidas. As principais vias estão tomadas por mato, lixo e imensos buracos, comprometendo o tráfego de veículos e também a passagem dos pedestres. Por conta da falta de manutenção das ruas, os acidentes ocorrem constantemente e a população padece diante da falta de atenção por parte do Poder Público municipal. As ruas que servem de itinerário para as linhas de ônibus também se encontram intrafegáveis, tornando o cenário desolador. A previsão de investimentos para os bairros que pertencem àquela grande área é só após o período chuvoso. Por exemplo, a principal via do bairro Santarenzinho, a Rua Tomé de Sousa, desde o inicio do Governo Von, está com parte de seu leito tomado por enormes buracos.

VALAS DEIXAM MORADORES ILHADOS NA PERIFERIA DE SANTARÉM: Revoltados com a situação de abandono de ruas, praças e áreas de lazer moradores do subúrbio de Santarém denunciam o descaso da Prefeitura. Quem trafega em ruas de bairros periféricos, como Santarenzinho, Maracanã, Nova República, Prainha, Urumari, Jutaí, Jaderlândia, Matinha, Vitória-Régia, entre outros, se depara com o retrato do abandono.

Na Rua Tupã, no bairro da Matinha, após as chuvas freqüentes que caíram sobre Santarém, nos últimos dias, resultando no surgimento de diversas valas, dezenas de famílias ficaram ilhadas. Além da buraqueira, mato e lama tomam conta da via. Animais, como cobras e ratos, bem como aracnídeos, como escorpiões e aranhas, são vistos com freqüência pelos moradores.

Inconformados com o abandono e sem ter mais para quem reclamar, os moradores apelam para o Ministério Público Estadual (MPE), para que tome medidas cabíveis, investigando onde está sendo aplicado o dinheiro público do Município, destinado ao reparo e manutenção de ruas.

Além da Matinha, moradores dos bairros Santarenzinho e Santana cobram ações para recuperar a infraestrutura das vias. Segundo eles, quando chove, os problemas pioram o que já os levou a interditar algumas ruas. A Rua Osvaldo Cruz, no bairro Santarenzinho, está sem condições de trafegabilidade, de acordo com os comunitários. As chuvas dos últimos dias pioraram a situação no local. “A cada dia complica mais e agora as chuvas intensificaram e não está dando mais condições mesmo”, conta o morador Valdo Castro.

Ele ainda afirma que a população do bairro está cansada de pedir providências. “O secretário parece que não está ligando muito para a situação. Parece que ele não lê notícia em jornal. Eu acho que ele não sai na rua. E nós, como população, ficamos penando porque não podemos nem estacionar os nossos carros nas frentes das casas, nem entrar e nem sair com o veículo em casa, por causa da buraqueira”, denuncia.

Moradores da Avenida Elinaldo Barbosa, no bairro Santana, revelam que também sofrem com falta de infraestrutura e os transtornos ocasionados pelas chuvas. O mecânico Guiomar Santos é uma das pessoas prejudicadas. “Em dia de chuva, a rua fica um rio, intrafegável, sem movimento. Eu estou parado, a minha oficina está parada, devido não ter movimento mais. Queremos ver como fica essa situação. Em dias de chuva não passa ninguém, é critica a situação”, relatou.

FALTA DE INFRAESTRUTURA – Os moradores das Ruas Alvorada e Padre Felipe Bettendorf, no bairro do Diamantino, também denunciam a péssima situação em que se encontram as artérias do bairro, totalmente abandonadas e praticamente sem condições de tráfego, onde em alguns pontos, dezenas de pessoas não podem mais colocar seus veículos nas garagens de suas casas, pois as ruas estão cheias de buracos e com inúmeros lamaçais.

Por diversas vezes membros da Associação do Bairro já estiveram na Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) para falar sobre o caos que se instalou na área, mas até agora nada foi realizado para solucionar o problema. O secretário Edilson Pimentel toda vez que é questionado, diz que os trabalhos nas ruas do bairro Diamantino estão no projeto da Secretaria, porém, segundo os moradores, esses serviços nunca saíram do papel. Enquanto isso, os moradores sofrem na pele, principalmente nesta época do ano quando as chuvas são intensas.

Por: Manoel Cardoso

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