Falsos agentes da PF assaltam empresa de navegação
No último domingo, 19 de abril, três homens em um Palio de cor amarela, com um logotipo rotulado com os dizeres “Fiscalização” na lateral do carro, chegaram a uma empresa de navegação no bairro de Águas Negras, em Icoaraci, se identificando na guarita de segurança como policiais federais. Eles trajavam roupas características da corporação, com bonés da PF inclusive, e se identificaram como agentes da lei para terem livre acesso à empresa, e informaram que estavam ali para confirmar a suposta denúncia de que os funcionários trabalhavam armados, além de no local, segundo os ‘tais federais’, guardavam diversos produtos contrabandeados.
Com isso, foi autorizada a entrada do trio, mas apenas dois foram até um galpão da empresa, enquanto outro, com a arma em punho e apontando para a cabeça de um agente de portaria, ficava na guarita. Após vistoriarem o galpão, os três foram embora, sem levar nada. A falsa batida foi registrada pelos funcionários da empresa na Seccional Urbana de Icoaraci. Porém, dois dias depois veio a surpresa desagradável.
No dia 21, por volta de 14h30, o trio retornou à empresa, ainda com uniformes da PF, e rendeu um vigilante que estava na portaria. Logo em seguida, um veículo com outras sete pessoas chegou ao local. Todos armados e foram direto ao galpão. Chegando lá, estacionaram o outro veículo, e dentro dele colocaram um motor Commos K19, de 600 h, avaliado em R$ 600 mil, um outro motor MWM 114 hp, um reversor VS 1800 GP, um gerador e uma turbina, causando à empresa um prejuízo de quase R$ 1 milhão. Depois saíram, pela porta da frente. A ação toda durou 2h.
Ontem pela manhã, a reportagem apurou que os advogados da empresa de navegação procuraram o secretário de segurança pública do Estado, general Jeannot Jansen, para cobrar providências. Os funcionários que foram rendidos na segunda ação da quadrilha retornaram à Seccional de Icoaraci para tentar fazer um retrato-falado, mas eles informaram ao DIÁRIO que seria praticamente impossível citar a fisionomia dos acusados, uma vez que foram obrigados a ficar com o rosto voltado para o chão.
Fonte: Diário do Pará