Bunge retira barcaças do Furo do Arrozal. Vitória das comunidades e do jornalismo que não se cala
Informo aos leitores de O IMPACTO – mantendo sempre de pé o compromisso de bem informá-los -, que a multinacional Bunge Alimentos retirou nesta quarta-feira (24) suas 50 barcaças com soja das margens do Furo do Arrozal, em Barcarena, cumprindo determinação do juiz Elder Lisboa Ferreira da Costa.
Agora, com as margens do rio livres da presença nefasta dessas barcaças, os ribeirinhos poderão voltar a pescar peixe e camarão e manter seus matapis na área, para garantir o sustento de suas famílias.
A própria Capitania dos Portos (Marinha do Brasil), reconheceu seu erro ao permitir que as barcaças continuassem na área e, para evitar problemas com a Justiça, mandou que elas deixassem imediatamente o local. Dois helicópteros a serviço da Marinha eram vistos ontem, acompanhando a saída das barcaças do Furo do Arrozal. As compensações ambientais e sociais pelos prejuízos causados serão cobradas judicialmente pelo advogado Ismael Moraes, defensor das comunidades ribeirinhas, na Ação Civil Pública que tramita pela 2ª Vara da Fazenda de Belém.
As barcaças, agora, estão posicionadas em frente ao porto da própria Bunge, à deriva, no meio do Rio Pará, não se sabe até quando. Se a empresa respeitasse as leis ambientais e as comunidades do entorno de seus projetos, não estaria nessa trapalhada em que se meteu.
Na guerra do Davi contra o Golias, vitória parcial de Davi. Vitória, também, do jornalismo que não se curva aos poderosos, nem se cala, mesmo em tempos de democracia relativa.
Fonte: Carlos Mendes