Falta de energia interrompe sessão da Câmara de Santarém
Depois do presidente da Mesa Diretora abrir os trabalhos por volta de 09h, de hoje, 11, a sessão da Câmara de Vereadores de Santarém foi interrompida uma hora depois por conta de um pico de energia elétrica. Revoltados com a falta de solução da Celpa Equatorial para resolver o problema de energia elétrica em Santarém, os vereadores tiveram que voltar pra casa mais cedo.
Nos últimos anos, a população de Santarém vem sofrendo por conta dos problemas no fornecimento de energia elétrica. Diariamente, por conta dos picos constantes na rede de distribuição, comerciantes amargam prejuízos gigantescos. Além de pontos comerciais, prédios públicos, escolas e universidades também padecem com o problema.
De acordo com o vereador Luiz Alberto (PP), o consumidor de energia elétrica em Santarém está pagando quase 50%, do valor de consumo e da taxa de iluminação pública, fato considerado um absurdo pelo parlamentar. Para cobrar um valor tão exorbitante, Luiz Alberto acredita que a Celpa Equatorial deveria pelo menos melhorar a distribuição do serviço de energia elétrica em Santarém.
RISCO DE APAGÃO: Todos os dias os moradores de Santarém, maior cidade e uma espécie de capital da região Oeste do Pará, sofrem com as constantes oscilações de energia elétrica. À tarde, quando o calor é mais forte e o consumo aumenta, a distribuição é interrompida diversas vezes. A situação se repete em todos os municípios da região. As autoridades achavam que o problema era da distribuidora de energia, a combalida Celpa, mas uma audiência realizada na Câmara Municipal de Santarém, no segundo semestre do ano passado, revelou: o sistema Tramoeste, construído para levar a energia de Tucuruí para a região, já não dá conta da demanda.
A situação é grave. No início deste ano, foi noticiado na imprensa de Belém do Pará, que um estudo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta para racionamento em pelo menos oito municípios da região, especialmente Santarém e Itaituba. Mas as cidades de Belterra, Rurópolis, Brasil Novo, Medicilândia, Placas e Uruará também estão sob risco. Estas cidades já sofrem com oscilações no fornecimento e constantes apagões, que causam prejuízos à economia e transtornos para os moradores.
A raiz do problema está na falta de planejamento do governo Federal. Construído há 17 anos, na gestão do ex-governador Almir Gabriel (PSDB), o Tramoeste resolveu o problema da falta de energia elétrica na região, levando a energia firme e definitiva da hidrelétrica de Tucuruí para os municípios do Oeste paraense. Mas uma década e meia depois, este sistema já não consegue mais atender a demanda, que vem crescendo ano após ano, especialmente agora, que a região vem recebendo grandes empreendimentos na área de infraestrutura, mineral e de logística.
Fonte: RG 15/O Impacto