MPF investiga precariedade do atendimento de saúde aos ribeirinhos de Santarém

Falta de ambulancha para atendimento de saúde aos ribeirinhos
Falta de ambulancha para atendimento de saúde aos ribeirinhos

No último dia 3 de outubro Nivaldo dos Santos começou a passar mal com dores abdominais intensas e todos os sinais de apendicite. Ele é morador da comunidade Nova Sociedade, no lago do Matapiri, região do rio Arapiuns, em Santarém, oeste do Pará.
Às 13h, a família e os vizinhos informaram a situação e solicitaram a vinda da ambulancha, única forma de transporte de pacientes em casos de urgência nas regiões ribeirinhas da Amazônia. As horas se passaram e nada do transporte. Por sorte, o médico Erik Jennings, que atende a população indígena Zoé, estava indo visitar Nivaldo de lancha e pode fazer o resgate, levando o paciente em sua lancha para o Hospital Regional de Santarém, onde passou por cirurgia horas mais tarde.
Nivaldo passa bem, mas os riscos para a população ribeirinha são muito maiores do que para os demais cidadãos, porque de acordo com informações obtidas pelo Ministério Público Federal (MPF) só existem duas ambulanchas para todo o município de Santarém, sendo que uma delas está parada em manutenção por tempo indeterminado.
Situações como a de Nivaldo podem ser incontáveis e, a partir do caso dele, o MPF abriu investigação para apurar as condições do atendimento de saúde aos ribeirinhos.
A investigação será conduzida pelo procurador da República Camões Boaventura, que presenciou o sofrimento de Nivaldo no dia 3 de outubro. Ele enviou ofícios à Secretaria de Saúde de Santarém requisitando informações sobre a quantidade de ambulanchas à disposição das regiões ribeirinhas e sobre os procedimentos burocráticos utilizados no atendimento. Também quer saber se há levantamentos espaciais e demográficos sobre as comunidades ribeirinhas atendidas pelo órgão.

Fonte: RG 15/O Impacto e MPF

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