Dilma diz que Barbosa vai surpreender e retomar crescimento
Durante jantar com ministros e líderes de partidos aliados na Câmara e no Senado, a presidente Dilma Rousseff afirmou na segunda-feira que a economia vai se surpreender com a capacidade do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, no comando da área. Dilma afirmou, segundo participantes, que Barbosa enfrentará um grande desafio, mas que ele tem capacidade de superar o momento ruim que a economia atravessa, de retração econômica.
Os deputados presentes ao jantar se mostraram entusiasmados com a nova configuração da área econômica. Segundo um dos líderes da base que esteve no Palácio da Alvorada, Barbosa é mais aberto ao diálogo do que o seu antecessor na pasta, o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, que na última sexta-feira, deixou o cargo. Depois de tomar posse como novo ministro da Fazenda, Barbosa enviou aos parlamentares dos partidos da base aliada na Câmara e no Senado uma mensagem pedindo apoio e colaboração de todos as novas medidas de ajuste a partir do ano que vem.
Entre as medidas defendidas pelo novo ministro estão a reforma da Previdência, com a adoção de uma idade mínima para aposentadoria; a tentativa de aprovação da cpmf pelo Congresso; e do pagamento pelo governo das pedaladas fiscais ainda neste ano.
Dilma, segundo participantes, demonstrou alívio com o fim das disputas internas na área econômica e disse que o desafio da retomada do crescimento está nas mãos de Barbosa. Num momento em que o Congresso entra em recesso, deixando em suspenso o processo do impeachment e depois de ter aprovado as matérias orçamentárias como a meta fiscal de 2016, Dilma agradeceu o apoio dos líderes da base aliada e confessou que, sem eles, o governo não teria encerrado 2015.
Dilma fez um discurso inicial, agradecendo os líderes dos partidos aliados.
— Sem os líderes da Câmara e do Senado, não teríamos chegado a esse momento — disse Dilma, segundo integrantes do encontro.
O encontro foi austero, segundo participantes, com direito a salgadinhos e não um jantar completo.
Dilma pediu o apoio dos partidos e a união de todos. Em 2016, ela terá que enfrentar novamente as pressões pela abertura do processo impeachment contra ela e ainda a necessidade de votar medidas duras na economia.
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (CE), disse que o clima foi de congraçamento.
— Há muito tempo não via um congraçamento tão grande — disse Guimarães.
Fonte: O Globo