72% dos santarenos são a favor do impeachment da presidente Dilma
Um tema abordado na política nacional pela grande mídia, nos últimos meses também repercute, em Santarém, oeste do Pará. Uma pesquisa feita pelo Instituto Doxa, de 16 a 19 de dezembro deste ano, revela que a população de Santarém é a favor do impeachment da presidente Dilma Roussef (PT).
A estatística mostra que 72,1% dos santarenos são a favor do impeachment de Dilma, enquanto que 23,1% são contra. A margem de erro, segundo o Instituto Doxa, é de 4% para mais ou para menos, com o nível de confiança de 95%.
Quanto ao Governo Dilma, em Santarém é reprovado por 79,4%. A aprovação de seu governo é de apenas 8,4%.
Por conta da desaprovação da população à administração federal, o potencial de apoio de Dilma a algum candidato a prefeito de Santarém, para as eleições de 2016, é de 15,%, isto é, votaria ou poderia votar no candidato apoiado pela presidente. Por outro lado 79,3% não votariam. E 5,4% não opinaram.
O Instituto Doxa lembra que a imagem do PT, em Santarém, é extremamente negativa. O PT é aliado à ladroagem, corrupção, bandidagem, à coisa ruim, péssimo. Percebe-se no gráfico feito na pesquisa que são poucos os elementos positivos que aparecem relacionado ao PT. Uma imagem com máculas praticamente irrecuperáveis.
De acordo com o coordenador do Instituto Doxa, o cientista político Dornélio Silva, o PT hoje, está em decadência, devido a tantos problemas de corrupção que aconteceram em sua gestão. “É muito difícil para o Partido tentar recuperar as forças para 2016. Em termos de imagem, o PT está fracassado. Do jeito que está em fragmentos, o PT não será páreo para os três grupos políticos existentes em Santarém, para as eleições de 2016. Talvez o Partido venha sozinho na disputar a eleição”, prevê Dornélio Silva.
Ele aponta que existem outras forças políticas de esquerda próximas ao PT, como o PSOL e o PCdoB, onde as militâncias tentarão negociar uma coligação para as eleições municipais, mas Dornélio Silva acha muito difícil isso acontecer.
“Por conta desses problemas já está acontecendo a migração de alguns vereadores do PT, em municípios paraenses, para outros partidos. De pessoas que vão tentar a reeleição e dificilmente virão pelo PT. São esses problemas de corrupção que estão acontecendo na administração nacional que está fazendo toda essa demanda de migração do PT para outros partidos”, afirma o coordenador do Instituto Doxa.
Dornélio Silva diz, ainda, que o PT deve sair muito enfraquecido nas eleições de 2016. “Isso vai acontecer porque esses problemas que estão acontecendo em nível de Brasil vão influenciar bastante. Os políticos que tentarem se reeleger vão ter muitas dificuldades. Hoje, o PT não tem dinheiro para concluir as obras que prometeu e também não tem mais tempo para isso. Por causa disso, a população vai querer buscar outras alternativas para governar sua cidade”, declara Silva.
PARTIDO DOS TRABALHADORES E OPOSIÇÃO: Analistas políticos afirmam que os problemas na gestão do PT começaram no ano de 2004, quando em plena Era Lula, veio à tona o escândalo do ‘Mensalão’, considerado um dos maiores da história do Brasil. Mensalão é o nome dado ao escândalo de corrupção política mediante compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional do Brasil, que ocorreu entre 2005 e 2006. O caso teve como protagonistas alguns integrantes do governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, membros do Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Popular Socialista (PPS), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Partido da República (PR), Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Republicano Progressista (PRP), e Partido Progressista (PP), sendo objeto da ação penal de número 470, movida pelo Ministério Público Federal (MPF), no Supremo Tribunal Federal (STF).
Por outro lado, lideranças petitas dizem que o escândalo na Petrobras só foi descoberto por meio de investigação feita pela Polícia Federal, no Governo Dilma. Os petistas tentaram dividir o desgaste do escândalo de corrupção na Petrobras com a oposição, lembrando que o ex-diretor de Abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa, que está preso, foi diretor da Gaspetro, subsidiária da Petrobras, no governo Fernando Henrique (PSDB). Em delação premiada, Paulo Roberto Costa afirmou que havia um esquema de desvio de dinheiro na empresa com pagamento de propina para integrantes do governo, integrantes da base aliada no Congresso e governadores. Os envolvidos no esquema de desvio bilionário e lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras continuam sendo investigados pela Polícia Federal, através da “Operação Lava Jato”, sob comando do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, Estado do Paraná.
Por: Manoel Cardoso
Fonte: RG 15/O Impacto