Vacina contra hepatite B está em falta no Pará
Desde o início de dezembro do ano passado está em falta no Estado, e também em Belém, a vacina contra hepatite B, disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas unidades e casas de saúde públicas. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sespa), a distribuição mensal aos estados brasileiros é feita pelo Ministério da Saúde (MS) e, de acordo com informe do Programa Nacional de Imunização, do MS, enviado às secretarias estaduais, “não houve envio do imunobiológico devido à indisponibilidade de estoque”. A Sespa reforça ainda que aguarda a próxima remessa ainda este mês.
Além da falta da vacina contra a hepatite B, houve redução no Estado da que protege da hepatite A. Ainda em Belém, desde meados de 2015, diminuiu em 80% o fornecimento do MS da vacina da difteria e tétano (dT). Desta chegam hoje somente 2,9 mil doses por mês na cidade e a prioridade são grávidas por conta da prevenção do tétano neonatal.
A promotora de vendas Regina Silva, 31 anos, teve bebê pelo SUS e na maternidade a criança não recebeu a primeira das três doses da hepatite B, que deve ser feita ao nascer, e já percorreu diversos espaços de saúde, mas ainda não conseguiu a vacina. ‘Minha filha está com 21 dias de nascida e fui a quatro unidades de saúde – Jurunas, Cremação, Condor e Unidade Regionais de Saúde (URE), da Alcindo Cacela -, e a resposta sempre é que está em falta no País e não há previsão de chegar. Até na maternidade em que ela nasceu não tinha a vacina’, diz Regina Silva, que mora no Jurunas.
Sua preocupação é que a criança não está protegida. ‘Infelizmente, vou ter que esperar chegar a vacina, pois já fiz várias pesquisas de preços e o valor não cabe no meu orçamento, pois a primeira dose custa entre R$ 130,00 e R$ 150,00. Acho uma falta de respeito já que é um direito de todo recém-nascido receber essa vacina logo ao nascer’, reclama.
Segundo a Nazaré Athayde, coordenadora de Imunização de Belém, na nota técnica 181, o MS esclareceu que as vacinas da hepatite B, hepatite A (disponibilizada a partir de 15 meses até 23 meses) e difteria e tétano são produzidas no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo. ‘No entanto, não é o suficiente para atender à demanda nacional e o Ministério precisa importar de outros países, mas há demora no tramite legal para sair à distribuição nacional, e não há previsão de voltar ao normal. Esperamos que seja o quanto antes, para darmos proteção à população’, afirma Athayde.
Se não receber a vacina na maternidade, no caso da hepatite B às crianças, a coordenadora de Imunização de Belém explica que a alternativa é tomar a pentavalente aos dois, quatro e seis meses de idade, que protege contra hepatite B, influenza B, difteria, tétano e coqueluche. Quando atingir um ano e três meses a criança faz reforço da pentavalente, que vale como a quarta dose, e mais um aos quatro anos, que vale como a quinta dose. ‘Para a criança, a falta de hepatite B não traz prejuízo e ela não sofrerá por isso’. Normalmente são três doses da hepatite B: ao nascer, em 30 dias e 180 dias de vida.
Fonte: Portal ORM